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Funai promete ficar mais perto de aldeias
04/05/2007
Fonte: OESP, Nacional, p. A11
Funai promete ficar mais perto de aldeias
Meira pretende se afastar da imagem do antecessor, acusado de preferir a Europa a terras indígenas
Roldão Arruda
O novo presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), o historiador Márcio Meira, está disposto a se distanciar da imagem de seu antecessor, o antropólogo Mércio Pereira Gomes, acusado de passar mais tempo visitando países da Europa do que aldeias indígenas do Brasil. Empossado há 42 dias, Meira já visitou aldeias dos caiapós nos Estados do Pará e de Mato Grosso; hoje inicia sua segunda viagem, a convite dos xavantes, também em Mato Grosso; e já tem visitas agendadas para as próximas semanas, em Tocantins e Maranhão, quando estará entre timbiras, apinagés, tricatis, craôs e gaviões.
"Desde que tomei posse, uma das reclamações que mais ouço dos índios é que os presidentes da Funai nunca foram ver a realidade deles", diz Meira. "Existem aldeias importantes que o presidente da Funai nunca visitou."
Os convites não param de chegar à Funai, em Brasília. "De maneira geral querem que eu conheça como vivem. Mas também gostam de convidar para suas festas e cerimônias, para comer e conversar. Acho que atender aos convites é um gesto de reconhecimento do Estado brasileiro a essas civilizações - muitas vezes tratadas como se fossem de terceira ou de quarta categoria."
A atitude de Meira parece se encaixar na promessa feita dias atrás, em Brasília, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de realizar no segundo mandato coisas que não pôde fazer pelos índios no primeiro. Logo em seguida ele assinou documentos de homologação de várias terras indígenas e instalou a Comissão Nacional de Política Indígena - velha reivindicação dos índios.
Até agora, porém, não ocorreram avanços numa das áreas onde existem mais reclamações acumuladas - a da saúde. A causa disso seria a demora na definição do nome do presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) - cargo disputado pelos partidos da base de apoio do governo.
Também não foram tomadas medidas significativas em relação aos guaranis que vivem ao redor de Dourados, em Mato Grosso do Sul - onde já morreram várias crianças por desnutrição. Segundo Márcio, a situação deverá mudar a partir dos trabalhos do grupo interministerial criado pelo presidente Lula no Dia do Índio, reunindo representantes de seis ministérios.
"Um dos meus objetivos na Funai é estimular a gestão compartilhada", diz Meira. "A política indigenista é uma responsabilidade da União Federal - e essa política precisa estar presente em todo o corpo do Estado, por meio de ações articuladas entre os diversos órgãos do governo."
Meira já observou que à medida que o governo acelera os processos de demarcação de terras indígenas, principal reivindicação dos índios, aumenta a resistência de organizações de agricultores e de empresas - que podem ter terras desapropriadas. "Focos de resistência aos direitos indígenas sempre existiram. Mas nós temos que garanti-los, de acordo com as leis em vigor. Os índios têm um lugar no futuro do Brasil e não apenas no seu passado."
OESP, 04/05/2007, Nacional, p. A11
Meira pretende se afastar da imagem do antecessor, acusado de preferir a Europa a terras indígenas
Roldão Arruda
O novo presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), o historiador Márcio Meira, está disposto a se distanciar da imagem de seu antecessor, o antropólogo Mércio Pereira Gomes, acusado de passar mais tempo visitando países da Europa do que aldeias indígenas do Brasil. Empossado há 42 dias, Meira já visitou aldeias dos caiapós nos Estados do Pará e de Mato Grosso; hoje inicia sua segunda viagem, a convite dos xavantes, também em Mato Grosso; e já tem visitas agendadas para as próximas semanas, em Tocantins e Maranhão, quando estará entre timbiras, apinagés, tricatis, craôs e gaviões.
"Desde que tomei posse, uma das reclamações que mais ouço dos índios é que os presidentes da Funai nunca foram ver a realidade deles", diz Meira. "Existem aldeias importantes que o presidente da Funai nunca visitou."
Os convites não param de chegar à Funai, em Brasília. "De maneira geral querem que eu conheça como vivem. Mas também gostam de convidar para suas festas e cerimônias, para comer e conversar. Acho que atender aos convites é um gesto de reconhecimento do Estado brasileiro a essas civilizações - muitas vezes tratadas como se fossem de terceira ou de quarta categoria."
A atitude de Meira parece se encaixar na promessa feita dias atrás, em Brasília, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de realizar no segundo mandato coisas que não pôde fazer pelos índios no primeiro. Logo em seguida ele assinou documentos de homologação de várias terras indígenas e instalou a Comissão Nacional de Política Indígena - velha reivindicação dos índios.
Até agora, porém, não ocorreram avanços numa das áreas onde existem mais reclamações acumuladas - a da saúde. A causa disso seria a demora na definição do nome do presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) - cargo disputado pelos partidos da base de apoio do governo.
Também não foram tomadas medidas significativas em relação aos guaranis que vivem ao redor de Dourados, em Mato Grosso do Sul - onde já morreram várias crianças por desnutrição. Segundo Márcio, a situação deverá mudar a partir dos trabalhos do grupo interministerial criado pelo presidente Lula no Dia do Índio, reunindo representantes de seis ministérios.
"Um dos meus objetivos na Funai é estimular a gestão compartilhada", diz Meira. "A política indigenista é uma responsabilidade da União Federal - e essa política precisa estar presente em todo o corpo do Estado, por meio de ações articuladas entre os diversos órgãos do governo."
Meira já observou que à medida que o governo acelera os processos de demarcação de terras indígenas, principal reivindicação dos índios, aumenta a resistência de organizações de agricultores e de empresas - que podem ter terras desapropriadas. "Focos de resistência aos direitos indígenas sempre existiram. Mas nós temos que garanti-los, de acordo com as leis em vigor. Os índios têm um lugar no futuro do Brasil e não apenas no seu passado."
OESP, 04/05/2007, Nacional, p. A11
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