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Após visita de deputados, comida chega à reserva indígena de Dourados

23/08/2007

Fonte: Agora MS



A distribuição de cestas básicas foi retomada esta semana na reserva indígena de Dourados, depois da visita da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal. Nas aldeias, onde a desnutrição ainda afeta as crianças, muitas famílias estavam comendo apenas frutas.

Foram quatro meses de espera. A razão dessa demora ninguem soube explicar. Os dois órgãos responsáveis pela proteção dos indígenas, Funai e Funasa, não falam do impasse que ronda a entrega de cestas básicas dentro da reserva na região sul.

Arroz, feijão, leite em pó, farinha, óleo e fubá. Alimentos básicos que fizeram falta na casa dos indígenas. E foi debaixo de sol quente e enfrentando muitas filas no meio da aldeia Jaguapiru que cerca de 1,2 mil famílias puderam levar para casa mais comida.

Cada um do seu jeito carregou a cesta do caminhão. Carroças e bicicletas movimentaram a reserva nessa quarta-feira (22). Outras 1.170 famílias da aldeia Bororó já foram beneficiadas.

A partir do próximo mês a responsabilidade de entrega das cestas deixa de ser da Funasa e passa para a Funai. Os indígenas não gostam nada desta decisão. No início deste mês eles protestaram contra a Funai, principalmente por causa da demora na chegada dos alimentos.

No protesto as negociações duraram o dia todo. Os índios prenderam o atual coordenador do núcleo do posto da Funai na aldeia Jaguapiru e outros quatro agentes que trabalham na Operação Sucuri. Os reféns só foram liberados depois da chegada do chefe regional da Funai.

A distribuição de cestas é uma das medidas para combater a desnutrição entre os indígenas. Este ano mais, de 350 crianças apresentam risco nutricional dentro da reserva de Dourados. A cesta básica tem 27 quilos de alimentos. A Funasa vai ser responsável a partir do mês que vem apenas pela entrega de cestas na região norte.


Confinamento
O confinamento é um dos principais problemas enfrentados pela população indígena do Estado e dele resultam conseqüências, como a desnutrição e a mortalidade infantil, os constantes casos de suicídio e a violência dentro das aldeias. Essa é a conclusão que chegaram deputados estaduais e federais que estiveram visitando na segunda=feira a reserva indígena e o Centro de Reabilitação Nutricional de Dourados.

Durante a visita às aldeias, o líder indígena, pagé Nelson Ñanderu, contou aos parlamentares que o pequeno espaço destinado à população indígena tem gerado falta de expectativa, sobretudo nos mais jovens.

"Desde que nasce a criança, ela precisa ter seu espaço de terra. Nossas crianças têm crescido sem expectativa. Nossos jovens se sentem sem saída, não têm esperança, nem expectativa e cometem suicídio", relatou.

Outra liderança, o cacique Getúlio de Oliveira, cobrou dos parlamentares a celeridade na demarcação dos territórios indígenas, como forma de garantir a sobrevivência da população, uma vez que a falta de espaço tem comprometido os projetos de produção nas aldeias. Outra preocupação das lideranças é com o aumento da violência na região Sul do Estado.
 

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