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Comissão orienta índio sobre demarcação

06/05/2008

Autor: João Rocha

Fonte: Dourados Agora




Lideranças visitarão aldeias de MS para divulgar o nome de políticos que são contra a demarcação de terras

DOURADOS - A Comissão de Direitos Indígenas Guarani/Kaiowá afirma que enviará líderes índios em todas as aldeias do Estado para orientar as comunidades, quanto a demarcação de terras para o povo indígena de Mato Grosso do Sul.
"Vamos fazer um movimento em nível estadual para conscientizar o nosso povo e ao mesmo tempo mobilizar as lideranças contra aqueles políticos que costumam entrar em nossas terras para pedir votos e depois votam projetos que vão contra os direitos e os interesses do índio", salienta Denis da Silva Figueiredo, que é membro da Comissão de Direitos Indígenas em MS.

Denis ressalta que em março de 2007, o Brasil assinou uma Declaração das Nações Unidas em prol dos direitos dos índios. No acordo internacional, o governo se compromete inclusive a realizar políticas de demarcação de terras que contemplem os índios, em regiões de superpopulação, como é o caso das aldeias de Dourados.

"Nossos índios vivem confinados em aldeias pequenas. A única forma de renda que o nosso povo tem, vem dos trabalhos nas usinas. Se tivéssemos mais terra não estaríamos desta forma. Falta área para plantar, hoje o índio só tem a casa e o quintal", declara Sebastião Fernandes, liderança guarani da Aldeia Jaguapiru de Dourados.

O pajé guarani Catalino Aquino, diz que o povo indígena quer ser mais respeitado pelos políticos do Estado. "A demarcação de terras para os índios não é mais um pedido. Esse é um direito conquistado já há muito tempo. O que nós queremos agora é que a lei que protege o índio seja cumprida e que nosso povo seja respeitado. Não aprovamos a atitude de muitos políticos que se tornaram inimigos do índio e vão contra nosso direito", desabafa o pajé.

Nilson Moraes Cabrera, que é membro da Ação dos Jovens Indígenas (AJI), explica que o problema da terra dentro dos povos indígenas não é uma luta por interesses ou aquisição de bens e capitais, mas sim uma questão de subsistência. "A terra devolve a dignidade do povo indígena e dá a ele a oportunidade de sobreviver com um pouco mais de honra, sem ficar refém de usineiros", comenta o jovem índio terena.

Isaias Souza Castilho, que é líder de 45 famílias indígenas, afirma que muitos índios ficarão sem ser contemplados com casas porque estão localizados em região de brejo, dentro da Reserva Indígena de Dourados. "Essa situação mostra a urgência de mais terras para o nosso povo", ressalta o líder indígena.

Por motivos de segurança a Fundação Nacional do Índio (Funai) ainda não divulgou a localização e o tamanho das 31 áreas apontadas como terras indígenas em Mato Grosso do Sul. As informações estão sendo mantidas em sigilo até a formação de um grupo que realizará levantamentos antropológicos nas áreas.

O movimento contrário à demarcação de terras indígenas tem o apoio dos produtores, entidades ruralistas, parte da bancada federal do Estado e dos deputados estaduais da Comissão de Agricultura, Pecuária e Políticas Rural, Agrária e Pesqueira da Assembléia Legislativa. O governador André Puccinelli também pretende recorrer à Justiça contra o acordo, já que a identificação de novas áreas indígenas poderia causar transtornos e confusão no Estado.
 

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