De Pueblos Indígenas en Brasil
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Noticias
A cultura que habita uma casa no Xingu
26/07/2008
Fonte: OESP, Caderno 2, p. D5
A cultura que habita uma casa no Xingu
Mostra de Milton Guran documenta costumes, cotidiano e rituais indígenas no Parque Nacional
Simonetta Persichetti
Há 30 anos, mais precisamente em 1978, o fotógrafo Milton Guran realizou largo ensaio no Parque Nacional do Xingu. Ainda não sabia que quatro anos mais tarde começaria a estudar antropologia e a se especializar nesse tema. As fotos feitas naquela época, no entanto, já carregavam sentido etnográfico e servem a uma reflexão antropológica. Parte desse trabalho vai ser mostrada a partir de hoje, no Museu da Casa Brasileira, dentro do projeto Casas do Brasil, lançado dois anos atrás: "A idéia é documentar o modo de morar do brasileiro, englobando as dimensões antropológica e sociológica e observando território, habitação e objeto", diz Giancarlo Latoracca, diretor técnico do museu que expõe A Casa Xinguana até 14 de setembro.
No Brasil, existem diversidades culturais imensas, e dentre todas, a residência - como lar, ponto de encontro onde se desenvolve o cotidiano. A moradia está no centro da criação de cultura de um povo. Por isso, registrar as casas xinguanas, segundo Guran, "é render tributo a uma contribuição cultural única e preciosa".
E foi dessa forma que Milton Guran fotografou a importância da casa, da sua construção, divisão interna: "No texto de apresentação da exposição, o antropólogo Carlos Fausto destaca a influência que a casa tem como espaço de sociabilidade coletiva, já que abriga uma família que representa um pólo de poder na estrutura do grupo", escreve, por e-mail, o fotógrafo. "Procuramos apresentar esse aspecto, mostrando como a rotina e os momentos solenes se desenvolvem, quase sempre, a partir da casa."
Difícil exemplificar o que é antropologia visual. Sabemos que desde seus primórdios a fotografia se interessou por registrar e mais tarde por interpretar condições sociais, mas enquanto a história dessa arte caminhou por um reconhecimento da imagem como linguagem autônoma, a antropologia visual ficou ligada à idéia da imagem como suporte para a apresentação de uma reflexão antropológica. Como fotógrafo e antropólogo, Milton Guran se apropria das duas linguagens para esse trabalho: "A construção de uma cultura é algo dinâmico e muito mais para aquelas culturas que estão em fricção intensa com sociedades envolventes, como as culturas xinguanas."
O Parque Nacional do Xingu abriga povos indígenas de diferentes etnias e falando idiomas das principais famílias lingüísticas da América do Sul. Esta exposição, com foco nas aldeias Kamayurá e Kuikuro, começa com a construção da casa, depois passa pelo espaço doméstico e seu uso cotidiano e termina nas festas e rituais. Com esse projeto, o Museu da Casa Brasileira mexe com o que existe de mais atávico no ser humano, a sua moradia, seu centro, sua forma de ser.
(SERVIÇO)A Casa Xinguana. Museu da Casa Brasileira. Av. Faria Lima, 2.705, 3032-3727. 3.ª a dom., 10 h às 18 h. R$ 4. Até 14/9. Abertura hoje,
11 h, para convidados
OESP, 26/07/2008, Caderno 2, p. D5
Mostra de Milton Guran documenta costumes, cotidiano e rituais indígenas no Parque Nacional
Simonetta Persichetti
Há 30 anos, mais precisamente em 1978, o fotógrafo Milton Guran realizou largo ensaio no Parque Nacional do Xingu. Ainda não sabia que quatro anos mais tarde começaria a estudar antropologia e a se especializar nesse tema. As fotos feitas naquela época, no entanto, já carregavam sentido etnográfico e servem a uma reflexão antropológica. Parte desse trabalho vai ser mostrada a partir de hoje, no Museu da Casa Brasileira, dentro do projeto Casas do Brasil, lançado dois anos atrás: "A idéia é documentar o modo de morar do brasileiro, englobando as dimensões antropológica e sociológica e observando território, habitação e objeto", diz Giancarlo Latoracca, diretor técnico do museu que expõe A Casa Xinguana até 14 de setembro.
No Brasil, existem diversidades culturais imensas, e dentre todas, a residência - como lar, ponto de encontro onde se desenvolve o cotidiano. A moradia está no centro da criação de cultura de um povo. Por isso, registrar as casas xinguanas, segundo Guran, "é render tributo a uma contribuição cultural única e preciosa".
E foi dessa forma que Milton Guran fotografou a importância da casa, da sua construção, divisão interna: "No texto de apresentação da exposição, o antropólogo Carlos Fausto destaca a influência que a casa tem como espaço de sociabilidade coletiva, já que abriga uma família que representa um pólo de poder na estrutura do grupo", escreve, por e-mail, o fotógrafo. "Procuramos apresentar esse aspecto, mostrando como a rotina e os momentos solenes se desenvolvem, quase sempre, a partir da casa."
Difícil exemplificar o que é antropologia visual. Sabemos que desde seus primórdios a fotografia se interessou por registrar e mais tarde por interpretar condições sociais, mas enquanto a história dessa arte caminhou por um reconhecimento da imagem como linguagem autônoma, a antropologia visual ficou ligada à idéia da imagem como suporte para a apresentação de uma reflexão antropológica. Como fotógrafo e antropólogo, Milton Guran se apropria das duas linguagens para esse trabalho: "A construção de uma cultura é algo dinâmico e muito mais para aquelas culturas que estão em fricção intensa com sociedades envolventes, como as culturas xinguanas."
O Parque Nacional do Xingu abriga povos indígenas de diferentes etnias e falando idiomas das principais famílias lingüísticas da América do Sul. Esta exposição, com foco nas aldeias Kamayurá e Kuikuro, começa com a construção da casa, depois passa pelo espaço doméstico e seu uso cotidiano e termina nas festas e rituais. Com esse projeto, o Museu da Casa Brasileira mexe com o que existe de mais atávico no ser humano, a sua moradia, seu centro, sua forma de ser.
(SERVIÇO)A Casa Xinguana. Museu da Casa Brasileira. Av. Faria Lima, 2.705, 3032-3727. 3.ª a dom., 10 h às 18 h. R$ 4. Até 14/9. Abertura hoje,
11 h, para convidados
OESP, 26/07/2008, Caderno 2, p. D5
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