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Desassistidos, Terenas anunciam bloqueio da BR-163 em Mato Grosso

22/04/2009

Autor: Edilson Almeida

Fonte: 24 horas news - http://www.24horasnews.com.br/index.php?tipo=ler&mat=288769



Originários de Mato Grosso do Sul, vítimas da última diáspora indígena no Brasil, os Terenas que ocupam terras no Norte de Mato Grosso prometeram bloquear nesta quarta-feira a rodovia BR-163, na altura do quilômetro 943, entre as cidades de Itaúba e Nova Santa Helena. A ação deverá contar com aproximadamente 100 índios e deverá ter o apoio de grupos Panará, Caiapó, Kaiaby e Apiaká. O bloqueio da rodovia, segundo o cacique Milton Rondon, vai ocorrer até que o Governo dê uma solução para os inúmeros problemas que enfrentam há anos. O bloqueio será realizado logo ao amanhecer. Os terenas querem a demarcação de suas terras de forma definitiva, bem como a resolução de uma série de problemas fundiários envolvendo outras reservas, que sofrem pressão e exploração econômica. Os índios também pedem a criação do núcleo de atendimento aos povos indígenas na região; e definição de um projeto de atividade produtiva sustentável. Segundo o líder indígena, em comunicado à Polícia Rodoviária Federal, a decisão pelo bloqueio foi tomada porque um grupo de representantes indígenas esteve em Brasília no início do ano reunidos com o vice-presidente José de Alencar e que na ocasião foi agendado um encontro em Cuiabá para o dia 17 de março, entre representantes do Governo e indígenas. Ficou nisso! Até a presente data o Governo não se manifestou.

Rondon anunciou que os índios só irão liberar a pista após manifestação do Governo. Ele disse ainda estarem preparados para passar dias no local e que só será liberada a passagem de ambulâncias e viaturas. A luta dos Terenas em Mato Grosso é antiga. Em 2002, alojados na beira da estrada no Sul de Mato Grosso, fecharam a BR-364 e seqüestram jornalistas e funcionários do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O problema, no entanto, se arrasta a quase 30 anos. Originalmente, a terra destinada à etnia fora demarcada muito antes da divisão do Estado de Mato Grosso, processo concluído em 1979 com a criação de Mato Grosso do Sul. De 1920 a 1923, o extinto Serviço de Proteção ao Índio (SPI) - hoje FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO (FUNAI) - demarcou a Reserva Indígena Buritis, no município Dois Irmãos (MS), com uma área de 2.900 hectares. À época, a terra já era ocupada por 400 índios Terenas.

Ao longo dos anos, a nação terena cresceu. Estima-se que a população atualmente seja de 3 mil pessoas "habitando em áreas pequenas". Em lutas internas, o grupo de Milton acabou saindo em busca de novas terras, no desejo de buscar um maior espaço físico, que favorecesse ainda a prática dos rituais, a vivência da cultura e "garantir a sobrevivência do povo" segundo justificou o líder há sete anos.

Politizados e com forte influência dos brancos, os terenas "viajantes" como eram definidos pela luta que travavam participaram de outros protestos envolvendo fechamento de estradas e ocupação de sede da FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO. Um deles durou quase uma semana. O motivo era as mudanças administrativas, que retiraram a autonomia financeira da unidade de Cuiabá, transferindo-a para Juína, ao norte do estado. Para colocar fim ao movimento, a FUNAI teve que revogar a portaria. Pelo menos 400 índios das etnias bakairi, umutina, chiquitano, bororo e terena ocuparam o prédio da FUNAI em Cuiabá.
 

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