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Terra não resolveu problema de índios em Panambi
19/07/2009
Autor: HENRIQUE DE MATOS
Fonte: Diário MS - http://www.diarioms.com.br/
Quase cinco anos depois da entrega dos 1.180 hectares demarcados pelo Ministério da Justiça aos índios caiuás no distrito de Panambi, (a 23 km do centro de Dourados), o cenário na aldeia Panambizinho ainda é de pobreza e muita dependência dos programas sociais desenvolvidos pelos governos federal e estadual. Os índios falam que a vida "melhorou", mas suicídios e alcoolismo estão presentes, como acontece em outras aldeias do Estado.
Em novembro, completa cinco anos da entrega das terras aos índios pelo então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Na ocasião, os caiuás receberam o termo de posse da área, que foi desocupada pelos colonos.
Na sexta-feira, o Diário MS visitou várias famílias indígenas que receberam os lotes de 28,8 hectares. Mesmo se tratando de áreas altamente produtivas, apenas uma pequena parte da terra é utilizada para o plantio de culturas como milho, mandioca, melancia, abóbora, batata doce e amendoim. Grande parte dos lotes - que durante 60 anos foram ocupados pelos colonos - está tomada pelo mato, sem nenhum tipo de cuidado ou aproveitamento.
A maioria das famílias tem o Bolsa Família e as cestas de alimentos fornecidas pelo governo como a principal fonte de subsistência. Os índios alegam dificuldades para o preparo da terra devido à falta de sementes e maquinários.
Quem vai até o Panambi se depara com um grande contraste. De um lado da estrada, as lavouras de milho - já em fase adiantada para a colheita -, cultivadas pelos agricultores remanescentes na região, e do outro os lotes demarcados, tomados pelo matagal.
O agricultor Abel Aquino é um exemplo da realidade vivida pelos caiuás. Apesar de considerar que a "vida melhorou muito desde a entrega dos lotes", ele conta que mantém a família com as cestas de alimentos distribuídas mensalmente pela Funai e com os R$ 122 mensais provenientes do Bolsa Escola entregue aos cinco filhos.
No lote de Aquino, existem apenas pequenas plantações de mandioca e banana. Ele contou que no ano passado a Funai chegou a semear 2,4 hectares de milho nos lotes entregues aos índios. No entanto, a colheita foi "muita pequena", já que o plantio tardio acabou castigando o milho.
"Colhemos muito pouco no ano passado. As máquinas da Funai demoram muito para chegar e o plantio foi feito muito fora de época. O milho acabou não dando nada. Agora em agosto a Funai deve plantar milho de novo. Esperamos que a colheita seja boa", disse Aquino.
SUICÍDIOS
Problemas como suicídio e alcoolismo também são recorrentes no território indígena no Panambizinho. Ivone Jorge, 43, vive em uma área de 14 hectares na companhia do esposo e de mais três dos sete filhos. Apesar da aparente dificuldade, Ivone também relata uma melhora na vida da família desde a entrega das áreas demarcadas.
"Hoje, plantamos mandioca, batata, milho. Antes não tinha terra para nada".
No entanto, Ivone mudou o semblante ao comentar um drama bastante conhecido entre a comunidade indígena: o suicídio. No ano passado, Valcir, o quatro filho de Ivone, cometeu suicídio por enforcamento aos 13 anos de idade. "Nós ficamos muito tristes. Ele se enforcou naquela árvore perto de casa. Acho que ele queria se casar, mas o pai dele não deixou porque era muito novo e precisava estudar", relatou consternada.
Conforme Valdomiro Aquino, uma das principais lideranças dos cauiás do Panambizinho, a vida das 464 famílias que residem hoje nos 1.240 hectares da aldeia (1.180 demarcados pelo Ministério da Justiça e 60 que eles já ocupavam) teve uma melhora "significativa", principalmente, no que se refere à valorização da cultura. "Hoje temos terras para manter nossas famílias integradas com os valores das nossas culturas".
'No entanto, ele também relata a existência de vários problemas dentro da área, principalmente, no que se refere à falta de estrutura para produção de alimentos. "Ainda temos casos de desnutrição. Muitas famílias ainda dependem das cestas do governo porque não têm dinheiro nem para plantar. A Funai também tem dificuldades. São três tratores para cuidar de quatro aldeias.
Muitas vezes, quando o trator chega nas nossas terras, a época de plantar já passou. No entanto, um vai ajudando o outro e a vida vai melhorando. Hoje está muito melhor", disse.
Em novembro, completa cinco anos da entrega das terras aos índios pelo então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Na ocasião, os caiuás receberam o termo de posse da área, que foi desocupada pelos colonos.
Na sexta-feira, o Diário MS visitou várias famílias indígenas que receberam os lotes de 28,8 hectares. Mesmo se tratando de áreas altamente produtivas, apenas uma pequena parte da terra é utilizada para o plantio de culturas como milho, mandioca, melancia, abóbora, batata doce e amendoim. Grande parte dos lotes - que durante 60 anos foram ocupados pelos colonos - está tomada pelo mato, sem nenhum tipo de cuidado ou aproveitamento.
A maioria das famílias tem o Bolsa Família e as cestas de alimentos fornecidas pelo governo como a principal fonte de subsistência. Os índios alegam dificuldades para o preparo da terra devido à falta de sementes e maquinários.
Quem vai até o Panambi se depara com um grande contraste. De um lado da estrada, as lavouras de milho - já em fase adiantada para a colheita -, cultivadas pelos agricultores remanescentes na região, e do outro os lotes demarcados, tomados pelo matagal.
O agricultor Abel Aquino é um exemplo da realidade vivida pelos caiuás. Apesar de considerar que a "vida melhorou muito desde a entrega dos lotes", ele conta que mantém a família com as cestas de alimentos distribuídas mensalmente pela Funai e com os R$ 122 mensais provenientes do Bolsa Escola entregue aos cinco filhos.
No lote de Aquino, existem apenas pequenas plantações de mandioca e banana. Ele contou que no ano passado a Funai chegou a semear 2,4 hectares de milho nos lotes entregues aos índios. No entanto, a colheita foi "muita pequena", já que o plantio tardio acabou castigando o milho.
"Colhemos muito pouco no ano passado. As máquinas da Funai demoram muito para chegar e o plantio foi feito muito fora de época. O milho acabou não dando nada. Agora em agosto a Funai deve plantar milho de novo. Esperamos que a colheita seja boa", disse Aquino.
SUICÍDIOS
Problemas como suicídio e alcoolismo também são recorrentes no território indígena no Panambizinho. Ivone Jorge, 43, vive em uma área de 14 hectares na companhia do esposo e de mais três dos sete filhos. Apesar da aparente dificuldade, Ivone também relata uma melhora na vida da família desde a entrega das áreas demarcadas.
"Hoje, plantamos mandioca, batata, milho. Antes não tinha terra para nada".
No entanto, Ivone mudou o semblante ao comentar um drama bastante conhecido entre a comunidade indígena: o suicídio. No ano passado, Valcir, o quatro filho de Ivone, cometeu suicídio por enforcamento aos 13 anos de idade. "Nós ficamos muito tristes. Ele se enforcou naquela árvore perto de casa. Acho que ele queria se casar, mas o pai dele não deixou porque era muito novo e precisava estudar", relatou consternada.
Conforme Valdomiro Aquino, uma das principais lideranças dos cauiás do Panambizinho, a vida das 464 famílias que residem hoje nos 1.240 hectares da aldeia (1.180 demarcados pelo Ministério da Justiça e 60 que eles já ocupavam) teve uma melhora "significativa", principalmente, no que se refere à valorização da cultura. "Hoje temos terras para manter nossas famílias integradas com os valores das nossas culturas".
'No entanto, ele também relata a existência de vários problemas dentro da área, principalmente, no que se refere à falta de estrutura para produção de alimentos. "Ainda temos casos de desnutrição. Muitas famílias ainda dependem das cestas do governo porque não têm dinheiro nem para plantar. A Funai também tem dificuldades. São três tratores para cuidar de quatro aldeias.
Muitas vezes, quando o trator chega nas nossas terras, a época de plantar já passou. No entanto, um vai ajudando o outro e a vida vai melhorando. Hoje está muito melhor", disse.
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