De Pueblos Indígenas en Brasil
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Projeto vai salvar moradores da região
18/04/2010
Autor: TOLMASQUIM, Maurício
Fonte: OESP, Economia, p. B7
Projeto vai salvar moradores da região
Entrevista: Maurício Tolmasquim o presidente da Empresa de Pesquisa Energética
Nicola Pamplona / Rio
A despeito dos protestos de grupos ambientalistas, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, afirma que Belo Monte será "a salvação" da região que se estende às margens do rio Xingu, em Altamira, no Estado do Pará. Ele destaca as mudanças feitas no projeto original para reduzir ao mínimo o impacto da obra e atribui as críticas a "um nível enorme de preconceito".
Por que a insistência em realizar o leilão? Não seria melhor um debate com a sociedade?
Porque essa energia é importante para o abastecimento do Brasil a partir de 2015. É competitiva, renovável, de baixa emissão. Da maneira como o projeto está estruturado, vai trazer grande benefício. O investimento estimado na área sócio-ambiental equivale a 19 vezes o do orçamento do Pará para 2010. As casas lá não têm esgoto, que vai para os córregos, não têm água encanada. Vai mudar, dar saneamento para todo mundo, a população vai receber qualificação para trabalhar na obra. Não tenho dúvida que esse projeto é uma espécie de salvação daquela região, é um novo paradigma.
Há alertas sobre o nível das águas na Volta Grande do Xingu...
Hoje, a vazão mínima histórica daquele trecho é de 400 metros cúbicos por segundo. O mínimo que vai poder ter é 700 metros cúbicos por segundo. Isso foi calculado com ANA (Agência Nacional de Águas), Ibama e especialistas, de maneira a garantir o transporte e a piscicultura. O projeto original alagava a Volta Grande e ali tem comunidades indígenas. Pela atual proposta vamos fazer canais, o que reduz um pouco a vazão. Mas, ainda com a vazão necessária para aquelas populações manterem a qualidade de vida.
A que o senhor atribui, então, tanta resistência?
Tem um nível enorme de preconceito. A maior parte das pessoas fala de maneira ideológica contra hidrelétrica. Não importa onde seja, eles são contra. Foram feitas mudanças para adaptar o interesse nacional com o regional. A proposta nova alaga um terço do previsto na original, com a construção de canais que vão reduzir em 7,5% a geração. Do ponto de vista energético é uma perda, mas justificável pelo ganho à comunidade. Agora, tem gente que não quer meio termo, quer tudo ou nada.
Não há nenhuma alternativa?
Alternativa sempre tem. A questão é se são melhores ou piores. Considero que a hidreletricidade deve ser a base, por alguns anos ainda, da expansão elétrica brasileira. Tem de ser complementada por outras fontes e não tenho dúvida que eólica e biomassa terão esse papel. É equivocado achar que existe competição entre as diversas fontes. Mas não dá para abrir mão da hidreletricidade. O consumo per capita do Brasil ainda é muito baixo. Daqui a 10 anos, chegaremos ao nível atual do Chile e da Argentina. Tem uma massa da população que consome muito pouco e que está ascendendo socialmente.
O governo concedeu isenção de Imposto de Renda e alongamento do crédito do BNDES para atrair investidores. Não é renúncia demais?
O que mais escuto são empresários e economistas dizendo que o Brasil precisa de financiamento de longo prazo, de taxas de juros adequadas. No mundo todo, usinas grandes têm financiamento longo, de 50 anos, às vezes. Capitalismo se faz assim, com um pedaço de capital próprio e muito de financiamento. Não dá para entender essas críticas.
OESP, 18/04/2010, Economia, p. B7
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100418/not_imp539727,0.php
Entrevista: Maurício Tolmasquim o presidente da Empresa de Pesquisa Energética
Nicola Pamplona / Rio
A despeito dos protestos de grupos ambientalistas, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, afirma que Belo Monte será "a salvação" da região que se estende às margens do rio Xingu, em Altamira, no Estado do Pará. Ele destaca as mudanças feitas no projeto original para reduzir ao mínimo o impacto da obra e atribui as críticas a "um nível enorme de preconceito".
Por que a insistência em realizar o leilão? Não seria melhor um debate com a sociedade?
Porque essa energia é importante para o abastecimento do Brasil a partir de 2015. É competitiva, renovável, de baixa emissão. Da maneira como o projeto está estruturado, vai trazer grande benefício. O investimento estimado na área sócio-ambiental equivale a 19 vezes o do orçamento do Pará para 2010. As casas lá não têm esgoto, que vai para os córregos, não têm água encanada. Vai mudar, dar saneamento para todo mundo, a população vai receber qualificação para trabalhar na obra. Não tenho dúvida que esse projeto é uma espécie de salvação daquela região, é um novo paradigma.
Há alertas sobre o nível das águas na Volta Grande do Xingu...
Hoje, a vazão mínima histórica daquele trecho é de 400 metros cúbicos por segundo. O mínimo que vai poder ter é 700 metros cúbicos por segundo. Isso foi calculado com ANA (Agência Nacional de Águas), Ibama e especialistas, de maneira a garantir o transporte e a piscicultura. O projeto original alagava a Volta Grande e ali tem comunidades indígenas. Pela atual proposta vamos fazer canais, o que reduz um pouco a vazão. Mas, ainda com a vazão necessária para aquelas populações manterem a qualidade de vida.
A que o senhor atribui, então, tanta resistência?
Tem um nível enorme de preconceito. A maior parte das pessoas fala de maneira ideológica contra hidrelétrica. Não importa onde seja, eles são contra. Foram feitas mudanças para adaptar o interesse nacional com o regional. A proposta nova alaga um terço do previsto na original, com a construção de canais que vão reduzir em 7,5% a geração. Do ponto de vista energético é uma perda, mas justificável pelo ganho à comunidade. Agora, tem gente que não quer meio termo, quer tudo ou nada.
Não há nenhuma alternativa?
Alternativa sempre tem. A questão é se são melhores ou piores. Considero que a hidreletricidade deve ser a base, por alguns anos ainda, da expansão elétrica brasileira. Tem de ser complementada por outras fontes e não tenho dúvida que eólica e biomassa terão esse papel. É equivocado achar que existe competição entre as diversas fontes. Mas não dá para abrir mão da hidreletricidade. O consumo per capita do Brasil ainda é muito baixo. Daqui a 10 anos, chegaremos ao nível atual do Chile e da Argentina. Tem uma massa da população que consome muito pouco e que está ascendendo socialmente.
O governo concedeu isenção de Imposto de Renda e alongamento do crédito do BNDES para atrair investidores. Não é renúncia demais?
O que mais escuto são empresários e economistas dizendo que o Brasil precisa de financiamento de longo prazo, de taxas de juros adequadas. No mundo todo, usinas grandes têm financiamento longo, de 50 anos, às vezes. Capitalismo se faz assim, com um pedaço de capital próprio e muito de financiamento. Não dá para entender essas críticas.
OESP, 18/04/2010, Economia, p. B7
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100418/not_imp539727,0.php
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