From Indigenous Peoples in Brazil
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News
Situação dos índios e produtores no Vale do Itinga continua tensa
02/12/2003
Fonte: A Tarde-Salvador-BA
Mesmo depois da reintegração
de posse de três das nove fazendas ocupadas pelos índios pataxós, o
clima continua tenso no Vale do Itinga, próximo à orla norte de Porto
Seguro. No dia que deixaram as propriedades, cumprindo ordem
judicial, os pataxós fecharam o trecho da estrada que passa na área
demarcada. Os produtores querem construir outra estrada.
Uma jornalista e um moto-taxeiro foram agredidos quando tentaram
chegar à área. Até os produtores rurais que conseguiram a liminar de
reintegração de posse estão preocupados: "Entrei na minha casa e vi
que destruíram a garagem, o telhado, as cercas, meu sistema de
irrigação, o viveiro de plantas, mais de cem mudas de orquídeas",
informou Oduvaldo Souza.
Junto às três propriedades rurais, os índios desocuparam a escola
municipal que fica na área da Fazenda São Benedito. "Mais de 30
crianças perderam o ano letivo por causa dessa situação", explicou um
professor da escola. Os índios pataxós acusaram o produtor rural
Antônio Pellegrino, proprietário da fazenda Córrego São Bento, de ter
incentivado a ocupação. "Ele veio me procurar várias vezes, na minha
casa, e até na feira", declarou o cacique Carajá.
Antônio Pellegrino desmente o fato afirmando que "fui contatado pelos
índios para saber se eu queria vender minha propriedade e disse que
poderia ser negociada, mas não incentivei ninguém e ainda que tivesse
chamado não lhes dava o direito de me tirar da minha casa de sunga, e
minha mulher de camisola. Com o que foi roubado e destruído tive um
prejuízo da ordem de R$ 800 mil".
ESTRADA - Os pataxós contestaram o valor do prejuízo alegado por
Pellegrino. "Quem conhece sabe que aqui nem sequer existia este
valor", disse o cacique Carajá. Para os produtores rurais, o acesso
ao Vale do Itinga ficou difícil depois que os índios fecharam o
trecho da estrada que passa pela área demarcada. Durante uma reunião
com o secretário municipal de Infra-estrutura, Omar Reiner Santos,
foi decidida a construção de outra estrada, com a ajuda da
prefeitura. "Temos as máquinas prontas, precisamos das licenças
ambientais", explicou o secretário.
No dia 27 último, um grupo de índios agrediu a jornalista Márcia
Marcial, do Jornal do Sol, da região e o moto-taxeiro que a
levava. "Numa porteira, fomos cercados, uma índia forte rasgou minha
bolsa e me deu dois murros nas costas, enquanto outros deram
porretadas na moto e agrediram o rapaz com chutes e empurrões",
relatou a jornalista. "Sei que é uma área em conflito, mas nada
justifica as agressões a profissionais no desempenho de suas
funções," disse.
de posse de três das nove fazendas ocupadas pelos índios pataxós, o
clima continua tenso no Vale do Itinga, próximo à orla norte de Porto
Seguro. No dia que deixaram as propriedades, cumprindo ordem
judicial, os pataxós fecharam o trecho da estrada que passa na área
demarcada. Os produtores querem construir outra estrada.
Uma jornalista e um moto-taxeiro foram agredidos quando tentaram
chegar à área. Até os produtores rurais que conseguiram a liminar de
reintegração de posse estão preocupados: "Entrei na minha casa e vi
que destruíram a garagem, o telhado, as cercas, meu sistema de
irrigação, o viveiro de plantas, mais de cem mudas de orquídeas",
informou Oduvaldo Souza.
Junto às três propriedades rurais, os índios desocuparam a escola
municipal que fica na área da Fazenda São Benedito. "Mais de 30
crianças perderam o ano letivo por causa dessa situação", explicou um
professor da escola. Os índios pataxós acusaram o produtor rural
Antônio Pellegrino, proprietário da fazenda Córrego São Bento, de ter
incentivado a ocupação. "Ele veio me procurar várias vezes, na minha
casa, e até na feira", declarou o cacique Carajá.
Antônio Pellegrino desmente o fato afirmando que "fui contatado pelos
índios para saber se eu queria vender minha propriedade e disse que
poderia ser negociada, mas não incentivei ninguém e ainda que tivesse
chamado não lhes dava o direito de me tirar da minha casa de sunga, e
minha mulher de camisola. Com o que foi roubado e destruído tive um
prejuízo da ordem de R$ 800 mil".
ESTRADA - Os pataxós contestaram o valor do prejuízo alegado por
Pellegrino. "Quem conhece sabe que aqui nem sequer existia este
valor", disse o cacique Carajá. Para os produtores rurais, o acesso
ao Vale do Itinga ficou difícil depois que os índios fecharam o
trecho da estrada que passa pela área demarcada. Durante uma reunião
com o secretário municipal de Infra-estrutura, Omar Reiner Santos,
foi decidida a construção de outra estrada, com a ajuda da
prefeitura. "Temos as máquinas prontas, precisamos das licenças
ambientais", explicou o secretário.
No dia 27 último, um grupo de índios agrediu a jornalista Márcia
Marcial, do Jornal do Sol, da região e o moto-taxeiro que a
levava. "Numa porteira, fomos cercados, uma índia forte rasgou minha
bolsa e me deu dois murros nas costas, enquanto outros deram
porretadas na moto e agrediram o rapaz com chutes e empurrões",
relatou a jornalista. "Sei que é uma área em conflito, mas nada
justifica as agressões a profissionais no desempenho de suas
funções," disse.
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