From Indigenous Peoples in Brazil
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Duas comitivas vão à Seduc debater educação escolar indígena
06/09/2011
Fonte: O Nortão - http://www.onortao.com.br/
Um grupo de índios Cinta-larga, de Espigão do Oeste, e outro de representantes indígenas de Mirante da Serra, Alta Floresta e Nova Mamoré, acompanhados de membros da Organização de Professores Indígenas do Estado de Rondônia (Opiron), tiveram audiências com o secretário Júlio Olivar para tratar de temas relacionados à educação escolar indígena.
O secretário apresentou às duas comitivas projetos de reforma e construção de escolas indígenas e esclareceu que a recente reformulação das Representações de Ensino (RENs) - que serão denominadas Coordenadoria Regional de Educação (CRE) - não prejudicará o atendimento das escolas nas aldeias.
"Nesse governo, os povos indígenas sempre terão seus direitos respeitados, de maneira que a Seduc vai continuar dando toda a assistência necessária ao bom funcionamento das escolas indígenas", afirmou Júlio Olivar.
Nas audiências foram discutidas a oferta do ensino médio nas aldeias e de transporte escolar terrestre e fluvial aos estudantes indígenas; a realização de concurso para professores indígenas; a criação do Conselho Estadual de Educação Indígena; a destinação de verba do Programa de Apoio Financeiro (Proafi) às escolas indígenas e a manutenção de alguns Núcleos de Educação Escolar Indígena das antigas RENs, nos casos em que a localização das comunidades indígenas esteja muito distante das novas CREs.
Presente em uma das reuniões, a procuradora da República em Rondônia, Lucyana Marina Pepe Affonso de Luca, que acompanha a evolução das políticas públicas do estado em favor da causa indígena, colocou o Ministério Público Federal (MPF) à disposição da Seduc e das comunidades indígenas. "Sou membro do grupo nacional de educação escolar indígena e estou aqui para ajudar", disse ela.
O cacique Celso Cinta-Larga pediu agilidade na reforma da escola da Aldeia Capitão Cardoso, do distrito de Boa Vista do Pacarana, em Espigão do Oeste. De acordo com o secretário, o processo referente à reforma desta escola já está em trâmite na Seduc. O recurso deve ser liberado na próxima semana.
Em seu depoimento, Marcelo Cinta-Larga considerou que ainda é difícil o acesso de índios a boas escolas. "Sofremos bastante preconceito e violência. Mas não esperamos vencê-los com arco e flecha. Achamos que com estudo poderemos defender nosso território e conquistar mais direitos nas leis brasileiras".
O Cinta-Larga Nacoça Pio, de 53 anos, fez um rápido relato de sua vida para justificar a necessidade de os índios terem acesso a educação de qualidade. "Quando eu morava no distrito de Riozinho, em Cacoal, entre os anos 1972 e 1978, tive oportunidade de estudar. Mas acreditava que a escola não me ajudaria em nada. Hoje penso diferente. Sei que é preciso adquirir conhecimentos para melhorar a vida do nosso povo. E quero que nossas crianças e jovens estudem em escolas dentro das aldeias. Quando eles vão para a cidade correm o risco de se distanciar da nossa cultura ou adquirir vícios, como fumar, consumir bebidas alcoólicas e até usar drogas", disse.
Depois de ouvir as demandas dos representantes indígenas, Júlio Olivar disse que para solucionar a maior parte das reivindicações de ambas as comitivas basta ter vontade política. "Em 45 dias tudo será resolvido", garantiu. "Tenho muito carinho pelas causas dos povos indígenas. Em defesa delas, quero me manifestar como parceiro. E daqui para frente vamos ouvir vocês antes de tomar decisões que digam respeito à educação escolar indígena".
Segundo Marcelo Cinta-Larga, essa foi a primeira vez que uma comissão indígena saiu de reunião na Seduc com resposta positiva. "Mas vamos cobrar a prática", adiantou.
Estiveram presentes nas audiências o coordenador de educação escolar indígena de Rondônia, Elizeu Cordeiro Machado; a coordenadora de educação escolar indígena de Mirante da Serra, Maria Alice; o coordenador da Organização Indígena do Povo Cinta-Larga (Patjamããj), Marcelo Cinta-Larga; o presidente da Opiron, Zacarias Kapiaar Gavião; o cacique Celso Cinta-Larga e os índios Antonio Puruborá, Cláudio Tupari, Adriano Tupari, Antenor Karatiana e Anemã Cinta-Larga.
http://www.onortao.com.br/ler.asp?id=46252
O secretário apresentou às duas comitivas projetos de reforma e construção de escolas indígenas e esclareceu que a recente reformulação das Representações de Ensino (RENs) - que serão denominadas Coordenadoria Regional de Educação (CRE) - não prejudicará o atendimento das escolas nas aldeias.
"Nesse governo, os povos indígenas sempre terão seus direitos respeitados, de maneira que a Seduc vai continuar dando toda a assistência necessária ao bom funcionamento das escolas indígenas", afirmou Júlio Olivar.
Nas audiências foram discutidas a oferta do ensino médio nas aldeias e de transporte escolar terrestre e fluvial aos estudantes indígenas; a realização de concurso para professores indígenas; a criação do Conselho Estadual de Educação Indígena; a destinação de verba do Programa de Apoio Financeiro (Proafi) às escolas indígenas e a manutenção de alguns Núcleos de Educação Escolar Indígena das antigas RENs, nos casos em que a localização das comunidades indígenas esteja muito distante das novas CREs.
Presente em uma das reuniões, a procuradora da República em Rondônia, Lucyana Marina Pepe Affonso de Luca, que acompanha a evolução das políticas públicas do estado em favor da causa indígena, colocou o Ministério Público Federal (MPF) à disposição da Seduc e das comunidades indígenas. "Sou membro do grupo nacional de educação escolar indígena e estou aqui para ajudar", disse ela.
O cacique Celso Cinta-Larga pediu agilidade na reforma da escola da Aldeia Capitão Cardoso, do distrito de Boa Vista do Pacarana, em Espigão do Oeste. De acordo com o secretário, o processo referente à reforma desta escola já está em trâmite na Seduc. O recurso deve ser liberado na próxima semana.
Em seu depoimento, Marcelo Cinta-Larga considerou que ainda é difícil o acesso de índios a boas escolas. "Sofremos bastante preconceito e violência. Mas não esperamos vencê-los com arco e flecha. Achamos que com estudo poderemos defender nosso território e conquistar mais direitos nas leis brasileiras".
O Cinta-Larga Nacoça Pio, de 53 anos, fez um rápido relato de sua vida para justificar a necessidade de os índios terem acesso a educação de qualidade. "Quando eu morava no distrito de Riozinho, em Cacoal, entre os anos 1972 e 1978, tive oportunidade de estudar. Mas acreditava que a escola não me ajudaria em nada. Hoje penso diferente. Sei que é preciso adquirir conhecimentos para melhorar a vida do nosso povo. E quero que nossas crianças e jovens estudem em escolas dentro das aldeias. Quando eles vão para a cidade correm o risco de se distanciar da nossa cultura ou adquirir vícios, como fumar, consumir bebidas alcoólicas e até usar drogas", disse.
Depois de ouvir as demandas dos representantes indígenas, Júlio Olivar disse que para solucionar a maior parte das reivindicações de ambas as comitivas basta ter vontade política. "Em 45 dias tudo será resolvido", garantiu. "Tenho muito carinho pelas causas dos povos indígenas. Em defesa delas, quero me manifestar como parceiro. E daqui para frente vamos ouvir vocês antes de tomar decisões que digam respeito à educação escolar indígena".
Segundo Marcelo Cinta-Larga, essa foi a primeira vez que uma comissão indígena saiu de reunião na Seduc com resposta positiva. "Mas vamos cobrar a prática", adiantou.
Estiveram presentes nas audiências o coordenador de educação escolar indígena de Rondônia, Elizeu Cordeiro Machado; a coordenadora de educação escolar indígena de Mirante da Serra, Maria Alice; o coordenador da Organização Indígena do Povo Cinta-Larga (Patjamããj), Marcelo Cinta-Larga; o presidente da Opiron, Zacarias Kapiaar Gavião; o cacique Celso Cinta-Larga e os índios Antonio Puruborá, Cláudio Tupari, Adriano Tupari, Antenor Karatiana e Anemã Cinta-Larga.
http://www.onortao.com.br/ler.asp?id=46252
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