From Indigenous Peoples in Brazil
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News
Índio acusa PMs de agressão
10/01/2012
Autor: Cláudio Costa Rosa
Fonte: O São Gonçalo Online - http://www.osaogoncalo.com.br/
Passados mais de 500 anos, os índios ainda são alvo de intolerância e maus tratos no País. Desta vez, a vítima foi Amarildo Nunes de Oliveira, 21 anos, da aldeia Guarani Tekola Mbo'yty, que significa (Aldeia de Sementes), no bairro de Camboinhas, em Niterói. Ele acusa um sargento e um soldado, lotados no 12o BPM (Niterói), de o terem agredido na manhã de segunda-feira, enquanto aguardava pelo irmão numa rua próxima ao DPO do bairro.
De acordo com Amarildo (o nome indígena dele é Karaí Mirim Yapoã), ele esperava o irmão, que é o cacique da aldeia, junto com um primo, dentro do carro oficial da tribo, na Rua Pedro Tavares Dias Pessoa, próximo ao lote 10, quando os policiais interpelaram a dupla
"Eles disseram que estávamos em atitude suspeita; que iríamos roubar. Em momento algum pediram nossos documentos. Questionei se não queriam o documento do automóvel, mas o sargento me puxou para fora do carro e me jogou no chão. Quando consegui levantar, ele quebrou minha clavícula com uma pancada do cabo do fuzil", relatou o jovem, que foi levado pelo irmão e o primo para o Hospital Mário Monteiro.
O cacique da tribo, Darci Nunes, disse que os policiais o trataram como se fossem bandidos.
"Eles não tinham o direito de fazer o que fizeram. Nosso carro atende às especificações, inclusive com o logotipo da nossa tribo no capô. Eles deveriam nos proteger e não agredir de forma covarde. Disse que chamaria a Polícia Federal e a Funai (Fundação Nacional do Índio), só assim o abuso cessou", contou o cacique.
Apesar da lesão corporal grave, de acordo com o delegado da 81ªDP (Itaipu), Alexandre Leite, o caso foi registrado apenas como abuso de autoridade.
"Vamos ouvir todos os lados. O registro foi abuso de autoridade, mas não quer dizer que, durante o processo, não ocorram mudanças. Isso vai depender do andamento do inquérito e das pessoas ouvidas", disse o delegado.
'Não consigo esquecer a humilhação'
"Eu sei que as pessoas andam desconfiadas de tudo e de todos. Isso vale para uma pessoa comum e não para aqueles que deveriam defender a população. Até hoje sofremos preconceitos, nos chamam até de preguiçosos, o que não é verdade. Mas, quando a agressão parte de uma autoridade, que deveria coibir a violência chega a ser triste. Não precisava agredir, muito menos usar o cabo do fuzil para bater. É impossível não reviver os momentos de humilhação e dor que sofri naquela manhã".
Índio Amarildo
Guaranis tiveram ocas incendiadas em 2008
Em 2008, por uma decisão da Justiça, os índios Guaranis retornaram para um espaço sagrado deles, na Praia de Camboinhas, em Niterói, onde há Sambaquis - Cemitérios Indígenas. Seguindo o caminho trilhado por seus ancestrais, com esse ato teriam contrariaram interesses econômicos de construtoras, já que a área é valorizada.
No dia 18 de julho daquele ano, enquanto os homens estavam fora e somente mulheres e crianças se encontravam na aldeia, ela foi incendiada. O ato criminoso, além de por em risco vidas humanas e queimar a moradia das famílias, queimou acervos de séculos. Junto com as ocas, foram queimados livros que guardavam segredos da cultura Guarani, muitos escritos à mão pelos anciões, que já partiram para o 'Grande Encontro' (morte). A tribo vive, principalmente, da confecção de artesanato e pesca. Com 63 habitantes, eles fazem parte de uma tribo maior fixada em Parati, no Sul Fluminene. No país existem, segundo o último Censo, 302.888 índios. No estado do Rio existem 74.993 índios.
http://www.osaogoncalo.com.br/site/pol%C3%ADcia/2012/1/11/36014/%C3%ADndio+acusa+pms+de+agress%C3%A3o
De acordo com Amarildo (o nome indígena dele é Karaí Mirim Yapoã), ele esperava o irmão, que é o cacique da aldeia, junto com um primo, dentro do carro oficial da tribo, na Rua Pedro Tavares Dias Pessoa, próximo ao lote 10, quando os policiais interpelaram a dupla
"Eles disseram que estávamos em atitude suspeita; que iríamos roubar. Em momento algum pediram nossos documentos. Questionei se não queriam o documento do automóvel, mas o sargento me puxou para fora do carro e me jogou no chão. Quando consegui levantar, ele quebrou minha clavícula com uma pancada do cabo do fuzil", relatou o jovem, que foi levado pelo irmão e o primo para o Hospital Mário Monteiro.
O cacique da tribo, Darci Nunes, disse que os policiais o trataram como se fossem bandidos.
"Eles não tinham o direito de fazer o que fizeram. Nosso carro atende às especificações, inclusive com o logotipo da nossa tribo no capô. Eles deveriam nos proteger e não agredir de forma covarde. Disse que chamaria a Polícia Federal e a Funai (Fundação Nacional do Índio), só assim o abuso cessou", contou o cacique.
Apesar da lesão corporal grave, de acordo com o delegado da 81ªDP (Itaipu), Alexandre Leite, o caso foi registrado apenas como abuso de autoridade.
"Vamos ouvir todos os lados. O registro foi abuso de autoridade, mas não quer dizer que, durante o processo, não ocorram mudanças. Isso vai depender do andamento do inquérito e das pessoas ouvidas", disse o delegado.
'Não consigo esquecer a humilhação'
"Eu sei que as pessoas andam desconfiadas de tudo e de todos. Isso vale para uma pessoa comum e não para aqueles que deveriam defender a população. Até hoje sofremos preconceitos, nos chamam até de preguiçosos, o que não é verdade. Mas, quando a agressão parte de uma autoridade, que deveria coibir a violência chega a ser triste. Não precisava agredir, muito menos usar o cabo do fuzil para bater. É impossível não reviver os momentos de humilhação e dor que sofri naquela manhã".
Índio Amarildo
Guaranis tiveram ocas incendiadas em 2008
Em 2008, por uma decisão da Justiça, os índios Guaranis retornaram para um espaço sagrado deles, na Praia de Camboinhas, em Niterói, onde há Sambaquis - Cemitérios Indígenas. Seguindo o caminho trilhado por seus ancestrais, com esse ato teriam contrariaram interesses econômicos de construtoras, já que a área é valorizada.
No dia 18 de julho daquele ano, enquanto os homens estavam fora e somente mulheres e crianças se encontravam na aldeia, ela foi incendiada. O ato criminoso, além de por em risco vidas humanas e queimar a moradia das famílias, queimou acervos de séculos. Junto com as ocas, foram queimados livros que guardavam segredos da cultura Guarani, muitos escritos à mão pelos anciões, que já partiram para o 'Grande Encontro' (morte). A tribo vive, principalmente, da confecção de artesanato e pesca. Com 63 habitantes, eles fazem parte de uma tribo maior fixada em Parati, no Sul Fluminene. No país existem, segundo o último Censo, 302.888 índios. No estado do Rio existem 74.993 índios.
http://www.osaogoncalo.com.br/site/pol%C3%ADcia/2012/1/11/36014/%C3%ADndio+acusa+pms+de+agress%C3%A3o
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