From Indigenous Peoples in Brazil
News
2012 - Um ano para ter esperança
23/03/2012
Fonte: Opan - http://www.amazonianativa.org.br/
Os contornos desiguais do debate sobre o domínio da Terra Indígena Marãiwatsédé, no nordeste de Mato Grosso, motivaram uma verdadeira força-tarefa para registro, pesquisa e edição de uma obra que já nasce como referência para as discussões sobre o povo Xavante. Com apoio da Articulação Xingu Araguaia (AXA), acaba de ser lançado Marãiwatsédé - Terra de Esperança, um livro que reúne elementos históricos, culturais, jurídicos e antropológicos para a compreensão do que está em jogo quando os Xavante afirmam que de sua terra não vão mais sair.
O livro, de 58 páginas, foi escrito pelo indigenista Marcos de Miranda Ramires, que viveu entre os Xavante entre 2009 e 2011, realizando levantamentos e reunindo documentos essenciais na região sobre o processo articulado com apoio de políticos para a invasão do território de Marãiwatsédé após o anúncio de que aquela terra seria devolvida aos indígenas que haviam sido retirados à força de lá nos anos 60, durante a ditadura militar. Graças a este movimento organizado de grilagem e conversão de florestas em pastagens e lavouras, Marãiwatsédé ficou marcada como a Terra Indígena mais desmatada da Amazônia brasileira.
De maneira bem clara e objetiva, o texto traz também características da cultura Xavante, dados e mapas atuais sobre a situação ambiental no território, além de imagens emocionantes do cotidiano de Marãiwatsédé tiradas por diversos colaboradores e pelo renomado fotógrafo Adriano Gambarini.
A publicação deste livro marca o início da campanha que cobra o cumprimento das promessas feitas 20 anos atrás, durante a Eco 92, quando o governo brasileiro e a empresa italiana Agip Petróleo, que ocupava o território Xavante, se comprometeram a devolver o território aos seus legítimos donos. Mesmo após a sentença judicial proferida no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em 2010, que reconheceu o direito dos Xavante ao território e considerou que os ocupantes não indígenas entraram na área de má-fé, até agora ninguém foi retirado. E, lamentavelmente, os Xavante seguem sofrendo ameaças à sua integridade física, cultural e territorial, só podendo circular por cerca de 10% da área homologada pelo presidente da República desde 1998.
Sobre a Terra Indígena Marãiwatsédé
A Terra Indígena Marãiwatsédé tem 165 mil hectares nos municípios de Alto Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia e São Félix do Araguaia, no nordeste de Mato Grosso. Pertence às bacias do Araguaia e do Xingu. Atualmente o povo Xavante de Marãiwatsédé vive em uma aldeia com cerca de 800 pessoas. Nos anos 60, os Xavante foram retirados à força de sua área tradicional pelo governo militar, por isso hoje sua principal luta é pela recuperação da soberania alimentar e territorial em uma área que, apesar de homologada desde 1998, permanece invadida por latifundiários produtores de grãos e gado.
http://www.amazonianativa.org.br/noticia.php?id=113
O livro, de 58 páginas, foi escrito pelo indigenista Marcos de Miranda Ramires, que viveu entre os Xavante entre 2009 e 2011, realizando levantamentos e reunindo documentos essenciais na região sobre o processo articulado com apoio de políticos para a invasão do território de Marãiwatsédé após o anúncio de que aquela terra seria devolvida aos indígenas que haviam sido retirados à força de lá nos anos 60, durante a ditadura militar. Graças a este movimento organizado de grilagem e conversão de florestas em pastagens e lavouras, Marãiwatsédé ficou marcada como a Terra Indígena mais desmatada da Amazônia brasileira.
De maneira bem clara e objetiva, o texto traz também características da cultura Xavante, dados e mapas atuais sobre a situação ambiental no território, além de imagens emocionantes do cotidiano de Marãiwatsédé tiradas por diversos colaboradores e pelo renomado fotógrafo Adriano Gambarini.
A publicação deste livro marca o início da campanha que cobra o cumprimento das promessas feitas 20 anos atrás, durante a Eco 92, quando o governo brasileiro e a empresa italiana Agip Petróleo, que ocupava o território Xavante, se comprometeram a devolver o território aos seus legítimos donos. Mesmo após a sentença judicial proferida no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em 2010, que reconheceu o direito dos Xavante ao território e considerou que os ocupantes não indígenas entraram na área de má-fé, até agora ninguém foi retirado. E, lamentavelmente, os Xavante seguem sofrendo ameaças à sua integridade física, cultural e territorial, só podendo circular por cerca de 10% da área homologada pelo presidente da República desde 1998.
Sobre a Terra Indígena Marãiwatsédé
A Terra Indígena Marãiwatsédé tem 165 mil hectares nos municípios de Alto Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia e São Félix do Araguaia, no nordeste de Mato Grosso. Pertence às bacias do Araguaia e do Xingu. Atualmente o povo Xavante de Marãiwatsédé vive em uma aldeia com cerca de 800 pessoas. Nos anos 60, os Xavante foram retirados à força de sua área tradicional pelo governo militar, por isso hoje sua principal luta é pela recuperação da soberania alimentar e territorial em uma área que, apesar de homologada desde 1998, permanece invadida por latifundiários produtores de grãos e gado.
http://www.amazonianativa.org.br/noticia.php?id=113
The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source