From Indigenous Peoples in Brazil
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News

Grito nas aldeias

31/03/2012

Fonte: Água Boa News - http://www.aguaboanews.com.br



Funai (Fundação Nacional do Índio) e Funasa (Fundação Nacional de Saúde) não conseguem desempenhar bom papel em Mato Grosso, o que sempre resulta em protestos de etnias indígenas. Exatamente por falta de atendimento, xavantes de cinco aldeias na calha do rio das Mortes, região do Vale do Araguaia, anunciam que a qualquer momento bloquearão a MT-326, também conhecida por Rodovia do Calcário, num ponto entre as cidades de Nova Nazaré e Cocalinho.

Os xavantes exigem a reforma completa de dois caminhões médios que os atendem e três mil reais em alimentos. Além disso, pedem ao governo estadual e prefeituras da região a recuperação. O grito de protesto dos xavantes ecoa numa região que até recentemente era tensa das estradas de acesso às suas aldeias. Até que sejam atendidos prometem manter o bloqueio, que criará situação embaraçosa no trânsito entre Mato Grosso e Goiás pela MT-326 do lado mato-grossense. O protesto deixará moradores na zona rural isolados e comprometerá o escoamento de calcário das jazidas deste insumo mineral no município de Cocalinho...

Se a Funai se dedicasse mais à sua atividade-fim não haveria este tipo de protesto, pois com o mínimo de gestão e a dotação orçamentária existente seria possível fazer manutenção da frota que atende as populações indígenas.

Dificilmente o protesto indígena deixará de acontecer, porque a burocracia da Funai não lhe permite desenvoltura funcional. Em ocorrendo, a penalização recairá sobre pessoas, empresas e órgãos públicos que não têm nenhum tipo de responsabilidade pela falta de atendimento às aldeias.

O governo federal precisa se atentar mais à causa indígena e tem que aprender a ouvir os gritos de protestos que surgem do lado de dentro das reservas, pois nem Funai nem Funasa se deixa sensibilizar por eles e, sempre que os ouvem, buscam desqualificá-los na mídia.

O grito de protesto dos xavantes ecoa numa região que até recentemente era tensa porque um grupo de organizações não-governamentais e a Funai pleiteavam unir as reservas Xavante Pimentel Barbosa e Areões, o que se ocorresse exigiria a destruição da cidade de Nova Nazaré e a remoção de seus moradores.

A tensão gerada pelo plano de anexação das duas reservas se arrastou por mais de uma década e, nesse período, Nova Nazaré permaneceu em insegurança jurídica, o que prejudicou seu desenvolvimento, já que todos os investidores a evitavam por óbvias razões.

Felizmente, os xavantes optaram pelo cachimbo da paz não se deixando levar pela influência externa que defendia a anexação das reservas. Este fato restabeleceu o clima de cordialidade entre os moradores dos dois lados das divisas das duas reservas.

A Funai não tem sensibilidade suficiente para compreender a importância da harmonia entre os xavantes e seus vizinhos, e vice-versa. Portanto, cabe ao governo federal ouvir o grito de protesto que agora ecoa da garganta dos xavantes, antes que se reacenda o clima de tensão do ontem.

O grito de protesto dos xavantes ecoa numa região que até recentemente era tensa



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