From Indigenous Peoples in Brazil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.
News
Prefeito teme ocorrência de conflitos durante processo de desocupação de área indígena em Mato Grosso
25/07/2012
Autor: Alex Rodrigues
Fonte: Agência Brasil - http://agenciabrasil.ebc.com.br/
Brasília - O prefeito de São Félix do Araguaia (MT), Filemon Gomes Limoeiro (PSD), disse temer que durante o processo de desocupação da Terra Indígena Xavante-Marãiwatsédé ocorram conflitos semelhantes ou piores aos que foram registrados durante todo o processo de homologação a retirada de não índios da Reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, em 2009.
"Vai ser pior que na Raposa Serra do Sol. Corremos o risco muito grande de aqui haver uma guerra envolvendo os moradores", declarou Limoeiro hoje (25), a Agência Brasil.
"Isso foi uma das maiores injustiças que já vi acontecer. Para o município e para toda a região, o impacto será muito grande", completou o prefeito ao falar sobre a iminente retirada dos não índios da área, que abarca 165.241 hectares (1 hectare equivale aproximadamente a um campo de futebol oficial) das cidades de Alto Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia e de São Félix do Araguaia, em Mato Grosso.
Na última segunda-feira (23), a Fundação Nacional do Índio (Funai) entregou à Justiça Federal no estado seu plano de retirada de todos os não índios do interior da reserva. O prefeito, contudo, disse que, ao contrário das decisões judiciais recentes, a reserva homologada por decreto presidencial, em 1998, nunca foi integralmente ocupada pelos xavantes.
"A Funai é o órgão mais mentiroso que pode existir. Eu moro aqui há 40 anos e todos sabemos que os índios jamais ocuparam aquele local. A Funai manipulou o laudo antropológico e vai fazer com que haja chacinas na nossa região", declarou o prefeito, contando sua versão do imbróglio envolvendo a propriedade das terras.
Segundo Limoeiro, os mais de 165 mil hectares homologados como Terra Indígena Xavante são o resultado do desmembramento dos 680 mil hectares originais da Fazenda Suissá-Missú, que foi comprada pela empresa italiana Agip, em 1980. De acordo com o prefeito, a propriedade foi sendo fracionada e leiloada até que sobraram os atuais 165 mil hectares registrados como propriedade da União.
Ainda de acordo com o prefeito, depois que as melhores terras foram vendidas, sobraram estes 165 mil hectares que ninguém queria comprar. No início da década de 1990, os italianos chegaram a dizer que poderiam doar estas terras aos índios, mas o governo brasileiro reagiu imediatamente, recusando a doação. Foi nessa mesma época que novos produtores rurais passaram a ocupar a área. Em 1998, enfim um decreto presidencial homologou a terra indígena como Xavante.
"As pessoas, os pequenos proprietários que estão lá dentro há mais de 20 anos, garantem que só deixarão a área carregados, mortos", disse. "A decisão de retirá-los é uma injustiça com as famílias que vivem nos quase 25 mil hectares da terra indígena que ficam dentro dos limites de São Félix do Araguaia".
Segundo o prefeito, além do impacto social, a retirada dos produtores da área acarretará prejuízos econômicos à cidade. "A perda será muito grande. Há, na cidade, sete assentamentos produtivos criados a partir do estímulo governamental. Se somarmos a produção dos sete, não chega a 20% do que é produzido no distrito de Estrela do Araguaia [ou Posto da Mata, que fica dentro da terra indígena], que é mantido com recursos próprios e não depende de uma agulha dos governos municipal ou estadual", garantiu o prefeito.
Procurada para comentar as declarações do prefeito, a Funai ainda não se manifestou.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-07-25/prefeito-teme-ocorrencia-de-conflitos-durante-processo-de-desocupacao-de-area-indigena-em-mato-grosso
"Vai ser pior que na Raposa Serra do Sol. Corremos o risco muito grande de aqui haver uma guerra envolvendo os moradores", declarou Limoeiro hoje (25), a Agência Brasil.
"Isso foi uma das maiores injustiças que já vi acontecer. Para o município e para toda a região, o impacto será muito grande", completou o prefeito ao falar sobre a iminente retirada dos não índios da área, que abarca 165.241 hectares (1 hectare equivale aproximadamente a um campo de futebol oficial) das cidades de Alto Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia e de São Félix do Araguaia, em Mato Grosso.
Na última segunda-feira (23), a Fundação Nacional do Índio (Funai) entregou à Justiça Federal no estado seu plano de retirada de todos os não índios do interior da reserva. O prefeito, contudo, disse que, ao contrário das decisões judiciais recentes, a reserva homologada por decreto presidencial, em 1998, nunca foi integralmente ocupada pelos xavantes.
"A Funai é o órgão mais mentiroso que pode existir. Eu moro aqui há 40 anos e todos sabemos que os índios jamais ocuparam aquele local. A Funai manipulou o laudo antropológico e vai fazer com que haja chacinas na nossa região", declarou o prefeito, contando sua versão do imbróglio envolvendo a propriedade das terras.
Segundo Limoeiro, os mais de 165 mil hectares homologados como Terra Indígena Xavante são o resultado do desmembramento dos 680 mil hectares originais da Fazenda Suissá-Missú, que foi comprada pela empresa italiana Agip, em 1980. De acordo com o prefeito, a propriedade foi sendo fracionada e leiloada até que sobraram os atuais 165 mil hectares registrados como propriedade da União.
Ainda de acordo com o prefeito, depois que as melhores terras foram vendidas, sobraram estes 165 mil hectares que ninguém queria comprar. No início da década de 1990, os italianos chegaram a dizer que poderiam doar estas terras aos índios, mas o governo brasileiro reagiu imediatamente, recusando a doação. Foi nessa mesma época que novos produtores rurais passaram a ocupar a área. Em 1998, enfim um decreto presidencial homologou a terra indígena como Xavante.
"As pessoas, os pequenos proprietários que estão lá dentro há mais de 20 anos, garantem que só deixarão a área carregados, mortos", disse. "A decisão de retirá-los é uma injustiça com as famílias que vivem nos quase 25 mil hectares da terra indígena que ficam dentro dos limites de São Félix do Araguaia".
Segundo o prefeito, além do impacto social, a retirada dos produtores da área acarretará prejuízos econômicos à cidade. "A perda será muito grande. Há, na cidade, sete assentamentos produtivos criados a partir do estímulo governamental. Se somarmos a produção dos sete, não chega a 20% do que é produzido no distrito de Estrela do Araguaia [ou Posto da Mata, que fica dentro da terra indígena], que é mantido com recursos próprios e não depende de uma agulha dos governos municipal ou estadual", garantiu o prefeito.
Procurada para comentar as declarações do prefeito, a Funai ainda não se manifestou.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-07-25/prefeito-teme-ocorrencia-de-conflitos-durante-processo-de-desocupacao-de-area-indigena-em-mato-grosso
The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source