From Indigenous Peoples in Brazil
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News
Funai vai defender índios envolvidos em confronto com garimpeiros em Rondônia
20/04/2004
Fonte: Radiobrás-Brasília-DF
O presidente da Funai - Fundação Nacional do Índio, Mércio Pereira Gomes, disse nesta segunda-feira (19) que a instituição vai defender os índios envolvidos no confronto com garimpeiros na reserva Roosevelt, no sul de Rondônia. Segundo Mércio Gomes, o motivo dos conflitos no estado é que os índios estão apenas defendendo as suas terras, os seus direitos.
"Nós temos que entender que o território indígena não é como uma propriedade privada. As terras dos povos indígenas são uma extensão de sua vida, de sua cultura. Eles têm que lutar por ela", afirmou Mércio, durante a solenidade em comemoração ao Dia do Índio. O presidente da Funai ressaltou, no entanto, que é contra ataques violentos e mortes. "Nenhuma guerra deveria acontecer", disse ele. Até agora, os confrontos naquele estado já geraram a morte de 29 garimpeiros. Os índios vêm tentando expulsá-los há cerca de 15 dias.
Resgate
O luto tomou conta de Espigão D´Oeste, em Rondônia. Há dez dias, notícias de que um conflito entre índios Cinta-Larga e garimpeiros levou à morte de um número ainda indefinido de homens trouxe à cidade mães, irmãos e filhos de possíveis vítimas. São famílias de todas as partes do país. De São Paulo a Paraíba.
"Cerca de 100 pessoas estão aqui aguardando notícias. Muita gente viajou nesta segunda-feira para Porto Velho, para fazer o reconhecimento dos mortos", conta o motorista Gilton Muniz, um dos representantes do Sindicato dos Garimpeiros de Espigão, município a 80 km da reserva indígena Roosevelt. "Alguns familiares estão em casas de amigos, em alojamentos cedidos pela prefeitura e no próprio sindicato. Todos passam por muita dificuldade."
Cerca de 26 corpos de garimpeiros foram retirados nesta segunda-feira da reserva indígena por dois helicópteros da Polícia Federal. Os mortos foram levados para o Instituto Médico Legal de Porto Velho (RO), transportados por caminhão. Pelo avançado estado de decomposição dos corpos, ainda não é possível saber o número exato de homens.
Há uma semana, três garimpeiros foram encontrados nas proximidades dessa área pela PF. Os corpos possuem marcas de tiro e espancamento. Tanta violência trouxe tensão para Espigão D´Oeste. No último sábado, os cerca de 50 índios que moravam na cidade abandonaram as próprias casas com medo da ameaça dos garimpeiros.
De acordo com o comandante da Polícia Militar, subtenente Firmino Aparecido, o domingo e a segunda foram de expectativa, mas também de maior tranqüilidade. "É natural que algumas pessoas pensassem em alguma reação diante de tanta morte", admite o líder sindical, Gilton Muniz. "Mas estamos falando para o pessoal que não adianta querer fazer o mesmo que os índios fizeram. Temos que acreditar na justiça."
A prefeita de Espigão D´Oeste, Lourdes Teresa Rodrigues, conta que a cidade está sem dormir desde o último dia 7 de abril, quando as notícias sobre o confronto e os mortos começaram a chegar. "É um pesadelo", define a prefeita. "Somos um município com poucos recursos. Não está sendo fácil apoiar as famílias. Temos que tirar dinheiro do próprio bolso para dar alojamento e comida."
"Nós temos que entender que o território indígena não é como uma propriedade privada. As terras dos povos indígenas são uma extensão de sua vida, de sua cultura. Eles têm que lutar por ela", afirmou Mércio, durante a solenidade em comemoração ao Dia do Índio. O presidente da Funai ressaltou, no entanto, que é contra ataques violentos e mortes. "Nenhuma guerra deveria acontecer", disse ele. Até agora, os confrontos naquele estado já geraram a morte de 29 garimpeiros. Os índios vêm tentando expulsá-los há cerca de 15 dias.
Resgate
O luto tomou conta de Espigão D´Oeste, em Rondônia. Há dez dias, notícias de que um conflito entre índios Cinta-Larga e garimpeiros levou à morte de um número ainda indefinido de homens trouxe à cidade mães, irmãos e filhos de possíveis vítimas. São famílias de todas as partes do país. De São Paulo a Paraíba.
"Cerca de 100 pessoas estão aqui aguardando notícias. Muita gente viajou nesta segunda-feira para Porto Velho, para fazer o reconhecimento dos mortos", conta o motorista Gilton Muniz, um dos representantes do Sindicato dos Garimpeiros de Espigão, município a 80 km da reserva indígena Roosevelt. "Alguns familiares estão em casas de amigos, em alojamentos cedidos pela prefeitura e no próprio sindicato. Todos passam por muita dificuldade."
Cerca de 26 corpos de garimpeiros foram retirados nesta segunda-feira da reserva indígena por dois helicópteros da Polícia Federal. Os mortos foram levados para o Instituto Médico Legal de Porto Velho (RO), transportados por caminhão. Pelo avançado estado de decomposição dos corpos, ainda não é possível saber o número exato de homens.
Há uma semana, três garimpeiros foram encontrados nas proximidades dessa área pela PF. Os corpos possuem marcas de tiro e espancamento. Tanta violência trouxe tensão para Espigão D´Oeste. No último sábado, os cerca de 50 índios que moravam na cidade abandonaram as próprias casas com medo da ameaça dos garimpeiros.
De acordo com o comandante da Polícia Militar, subtenente Firmino Aparecido, o domingo e a segunda foram de expectativa, mas também de maior tranqüilidade. "É natural que algumas pessoas pensassem em alguma reação diante de tanta morte", admite o líder sindical, Gilton Muniz. "Mas estamos falando para o pessoal que não adianta querer fazer o mesmo que os índios fizeram. Temos que acreditar na justiça."
A prefeita de Espigão D´Oeste, Lourdes Teresa Rodrigues, conta que a cidade está sem dormir desde o último dia 7 de abril, quando as notícias sobre o confronto e os mortos começaram a chegar. "É um pesadelo", define a prefeita. "Somos um município com poucos recursos. Não está sendo fácil apoiar as famílias. Temos que tirar dinheiro do próprio bolso para dar alojamento e comida."
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