From Indigenous Peoples in Brazil

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Índios eram os patrões dos garimpeiros, dizem parentes

23/04/2004

Fonte: Estadão do Norte-Porto Velho-RO



Familiares dos garimpeiros mortos na reserva Roosevelt, contestam as declarações feitas pelos índios Cinta Larga ontem, durante entrevista exibida pelo jornal Bom Dia Brasil, da Rede Globo, onde declararam que por inúmeras vezes pediram para que os garimpeiros saíssem da reserva, mais que eles insistiam em continuar, o que levou-os a tomar tais atitudes.
No entanto, parentes e colegas de trabalho dos garimpeiros mortos, mostram os contratos de serviço feitos entre garimpeiros e a Associação Paerenã, com a assinatura do presidente da entidade, Raimundo Cinta Larga e do cacique da aldeia indígena Posto Tenente Marques, João Cinta Larga, para prestação de serviço para a associação. Eles alegam que muitos deles trabalhavam para os índios e não eram invasores.
Segundo familiares das vítimas, os contratos eram feitos com função de serviço alterada, como é o caso de Lucilde Dias dos Santos, de 49 anos, que tinha a função descrita como Auxiliar de Máquinas Pesadas, o que contradiz a esposa Maria das Graças Teles dos Santos, que afirma que o marido trabalhou por 2 anos como garimpeiro para a associação indígena. As informações dela são a de que o marido está desaparecido desde a primeira chacina. Ela veio a Porto Velho juntamente com as outras famílias, mais não conseguiu identificar o marido como sendo um dos corpos.
Outra esposa de garimpeiro, Maria da Conceição Ferreira Sales, disse que o marido Pedro Alves da Cruz, de 50 anos também trabalhava para os índios garinpando as pedras e que recebia por porcentagem, "o contrato era verbalmente e muitas vezes não era cumprido pelos índios, o maior valor recebido por ele foi R$ 3 mil reais", disse. Maria da Conceição, soube da morte do marido através do genro que estava junto e conseguiu sobreviver ao massacre.

MOTIVO
Um garimpeiro que não quis se identificar, disse que conseguiu sobreviver porque pegou malária e saiu dois dias antes da reserva. Ele confirmou que os garimpeiros mortos trabalhavam para os índios e recebiam por porcentagem, "sempre trabalhamos com eles em paz, até a entrada do coordenador da Funai, Walter Bross, ele é quem manda nos índios, quando era dia de pagamento e a Funai chegava na hora, os índios mandavam a gente sumir de lá", disse.
 

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