From Indigenous Peoples in Brazil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.
News
PF diz que confronto com índios foi provocado por emboscada
10/11/2012
Fonte: O Globo, País, p. 12
PF diz que confronto com índios foi provocado por emboscada
Para entidades, porém, há descaso com situação dos povos indígenas na região
ANSELMO CARVALHO PINTO
opais@oglobo.com.br
CUIABÁ O superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso, César Augusto Martinez, disse ontem que o confronto que resultou na morte de um índio da etnia munduruku, na divisa de Mato Grosso com o Pará, na última quarta-feira, foi provocado por uma emboscada armada por indígenas.
- É bom esclarecer que a operação (Eldorado) não estava investigando os índios, não havia ordem de prisão contra eles - afirmou o superintendente.
O conflito entre indígenas e policiais deixou feridos seis índios e dois agentes federais.
Conforme o superintendente, os policiais federais tinham autorização judicial para inutilizar balsas usadas na extração ilegal de ouro dentro da reserva dos apiacás e mundurukus, às margens do Rio Teles Pires. No dia anterior ao conflito, segundo Martinez, os índios tentaram impedir a ação da PF. Depois de intensa negociação, ficou acertado que a destruição das balsas seria feita no dia seguinte. Na hora marcada para destruição, um grupo de cem índios teria atacado os 35 policiais que participaram da "Operação Eldorado".
Um grupo de 55 entidades, no entanto, divulgou ontem manifesto em que classifica o confronto como "mais um capítulo de uma novela pautada pelo descaso, violência e destruição das terras e dos povos indígenas". Para as entidades, a operação policial atende os interesses de empresários e empreiteiras que constroem hidrelétricas nos rios Teles Pires, Xingu e Madeira. O documento é assinado por partidos políticos, como PSOL e PSTU, e entidades em defesa dos índios, como o Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
A situação ainda era tensa ontem em Jacareacanga, onde Adenilson foi sepultado. O exame cadavérico atesta que ele recebeu um tiro na cabeça, um na coxa direita e outro na perna esquerda. A PF informou que 13 índios mundurukus foram autuados por desobediência e resistência. Eles prestaram depoimento na PF de Sinop e foram liberados.
A Funai reconheceu ontem que os índios caiabis e mundurukus se associaram a garimpeiros para extração ilegal do ouro no rio Teles Pires, na divisa de Mato Grosso com o Pará.
- Nos últimos anos, os índios viram na associação aos garimpeiros a possibilidade de receber uma compensação pelos danos causados ao ecossistema - disse Raineri Quintino, coordenador da Funai em Jacareacanga. - Isso pela absoluta falta de políticas sustentáveis para a população.
O Globo, 10/11/2012, País, p. 12
Para entidades, porém, há descaso com situação dos povos indígenas na região
ANSELMO CARVALHO PINTO
opais@oglobo.com.br
CUIABÁ O superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso, César Augusto Martinez, disse ontem que o confronto que resultou na morte de um índio da etnia munduruku, na divisa de Mato Grosso com o Pará, na última quarta-feira, foi provocado por uma emboscada armada por indígenas.
- É bom esclarecer que a operação (Eldorado) não estava investigando os índios, não havia ordem de prisão contra eles - afirmou o superintendente.
O conflito entre indígenas e policiais deixou feridos seis índios e dois agentes federais.
Conforme o superintendente, os policiais federais tinham autorização judicial para inutilizar balsas usadas na extração ilegal de ouro dentro da reserva dos apiacás e mundurukus, às margens do Rio Teles Pires. No dia anterior ao conflito, segundo Martinez, os índios tentaram impedir a ação da PF. Depois de intensa negociação, ficou acertado que a destruição das balsas seria feita no dia seguinte. Na hora marcada para destruição, um grupo de cem índios teria atacado os 35 policiais que participaram da "Operação Eldorado".
Um grupo de 55 entidades, no entanto, divulgou ontem manifesto em que classifica o confronto como "mais um capítulo de uma novela pautada pelo descaso, violência e destruição das terras e dos povos indígenas". Para as entidades, a operação policial atende os interesses de empresários e empreiteiras que constroem hidrelétricas nos rios Teles Pires, Xingu e Madeira. O documento é assinado por partidos políticos, como PSOL e PSTU, e entidades em defesa dos índios, como o Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
A situação ainda era tensa ontem em Jacareacanga, onde Adenilson foi sepultado. O exame cadavérico atesta que ele recebeu um tiro na cabeça, um na coxa direita e outro na perna esquerda. A PF informou que 13 índios mundurukus foram autuados por desobediência e resistência. Eles prestaram depoimento na PF de Sinop e foram liberados.
A Funai reconheceu ontem que os índios caiabis e mundurukus se associaram a garimpeiros para extração ilegal do ouro no rio Teles Pires, na divisa de Mato Grosso com o Pará.
- Nos últimos anos, os índios viram na associação aos garimpeiros a possibilidade de receber uma compensação pelos danos causados ao ecossistema - disse Raineri Quintino, coordenador da Funai em Jacareacanga. - Isso pela absoluta falta de políticas sustentáveis para a população.
O Globo, 10/11/2012, País, p. 12
The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source