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Diretor da PF admite existência de contratos entre índios e garimpeiros

28/04/2004

Fonte: Radiobr-as-Brasília-DF



O diretor-geral da PF - Polícia Federal, Paulo Lacerda, admitiu nesta quarta-feira (28), a existência de contratos entre índios e garimpeiros na reserva Roosevelt, em Rondônia. Na audiência pública conjunta das Comissões da Amazônia e de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, Lacerda fez um relato sobre o acompanhamento realizado pela PF das atividades ilegais de extração de diamantes na reserva.

Ele disse que a extração ilegal começou em 1999 e que, até o ano passado, a relação entre índios e garimpeiros era amigável. Havia, inclusive, pagamento feito pelos garimpeiros à tribo", lembrou Paulo Lacerda. De acordo com o diretor da PF, a disputa de interesses teria levado ao conflito que, na Semana Santa, resultou na morte de 29 garimpeiros. "A PF já vinha diligenciando no local, mas a área é muito extensa. Se colocarmos toda a polícia lá, para fiscalizar, não será suficiente", afirmou Lacerda.

Índios cobravam entrada de R$ 1 mil por garimpeiro em Rondônia

O diretor-geral do Departamento Nacional de Produção Mineral, Miguel Antonio Neri, revelou os valores cobrados por índios da etnia Cinta Larga, para entrada de garimpeiros na reserva indígena Roosevelt, em Rondônia. De acordo com ele, cada garimpeiro pagava R$ 1 mil para entrar na reserva. Para entrada de equipamentos os garimpeiros desembolsavam cerca de R$ 10 mil.

"Na ausência de uma regulamentação sobre a exploração mineral em terras indígenas, os índios começaram a fazer seu próprio sistema de outorga", afirmou Neri. Ele calcula em 1.400 hectares a faixa de extensão do garimpo de diamantes na reserva Roosevelt: "não temos um mapeamento definitivo da área mas, sem dúvida, trata-se de uma reserva extensa, com minerais de alto valor. O estudo das potencialidades e a regularização da extração é fundamental para evitar mais conflitos de degradação ambiental".
 

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