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PF investiga a venda de pedras

29/04/2004

Autor: Edson Luiz

Fonte: Gazeta de Cuiabá-Cuiabá-MT



A Polícia Federal abriu inquérito para apurar se o coordenador de uma força-tarefa da Fundação Nacional do Índio (Funai), Walter Blós, tem envolvimento com a venda ilegal de diamantes da reserva Roosevelt, em Rondônia. No local 29 garimpeiros foram mortos na Semana Santa. Blós vem sendo acusado pelo governo de Rondônia. Ontem, em audiência pública na Câmara para debater o massacre, o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, confirmou que um agente da PF era responsável pela venda de armas para os índios cinta-larga, acusados de assassinar os garimpeiros. Na sessão parlamentares voltaram a pedir a demissão do presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Mércio Gomes. "Eram espingardas, mas as investigações mostraram que também havia escopetas", afirma Lacerda. Segundo ele, será necessária a criação de uma nova força-tarefa para entrar na área na tentativa de encontrar mais corpos. "Por enquanto, há informações sobre isso, mas nada concreto." O governador de Rondônia, Ivo Cassol (PSDB), culpou Blós pelo massacre dos garimpeiros, pois o servidor da Funai cuidou da retirada dos mineradores, mas permitiu que os índios continuassem garimpando. Defensor do garimpo na área, Cassol criticou os cinta-larga. "Os índios se acostumaram com sombra e água fresca. Eles estavam brigando para manter a mordomia", disse o governador, ressaltando que existe hoje a preocupação com uma nova tragédia na área. Cassol contou que alguns caciques cinta larga chegaram até a tentar comprar um helicóptero.

Inquérito - O coordenador da Funai presente ao encontro, Apoena Meirelles, que substituiu Mércio Gomes, afirmou que não haver processo administrativo formalizado contra Blós. Segundo o superintendente da PF em Rondônia, Marco Aurélio Moura, foram instaurados três inquéritos, para apurar a morte dos 29 garimpeiros, a agressão a um cinta-larga e a conduta de Blós. O funcionário da Funai foi citado na maior parte dos cem depoimentos prestados à PF nos últimos 15 dias, mas nenhuma área do governo federal encontrou indício da participação do coordenador na comercialização de diamantes da reserva Roosevelt.
 

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