From Indigenous Peoples in Brazil
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News

Correria marca último dia para desocupação da área

07/01/2012

Fonte: Diário de Cuiabá - http://www.diariodecuiaba.com.br/



Ontem foi um dia de desespero e tristeza para as famílias que ainda permaneciam na comunidade de Posto da Mata, Terra Indígena Marãiwatsédé, em Alto de Boa Vista(município a 1.064 quilômetros de Cuiabá).

Como era o último dia para retiradas dos não-índios da área, centenas de homens do Exército, sob a cobertura agentes federais (PF e PRF), trabalharam na retirada dos moradores e seus pertences.

Além de caminhões para transportar os móveis e eletrodomésticos, máquinas mais pesadas, como tratores, foram empregadas na demolição de casas e outros prédios, conforme relato de moradores da região.

O produtor Sebastião Prado, que vive em uma fazenda na terra indígena e também terá que desocupar o imóvel nos próximos dias, denunciou que a polícia utiliza de ameaças de prisão e spray de pimenta para expulsar as pessoas das casas. "Até as crianças estão sendo atingidas", disse no final da tarde de ontem, por telefone.

Conforme Prado, as famílias que não alugaram casa ou não indicaram a moradia de parente ou amigos para guardar seus objetos tiveram os móveis e eletrodomésticos jogados sobre os caminhões e levados para a base do Exército, em Alto de Boa Vista. Em seguida, relata, as máquinas passaram passavam sobre as casas desocupadas.

Conforme Sebastião Prado, algumas pessoas tentaram registrar BO (Boletim de Ocorrência), denunciando a destruição de móveis, utensílios e produtos de uso pessoas, mas as queixas não foram aceitas pela polícia local.

Indignado, Sebastião Prado diz que ele e outras pessoas estão registrando em fotografias e filmagens os abusos praticados na operação. A intenção é reunir um documentário que possa servir de prova para uma busca judicial de reparação de direitos.

No início desta semana, a Justiça Federal decidiu que quem não saísse até ontem teria os bens confiscados e responderia por crime de desobediência.

Em novembro do ano passado as tropas federais chegaram ao local para fazer a desocupação, como foi determinado pela Justiça. No início do processo, aconteceram manifestações e as rodovias foram bloqueadas pelos invasores.

Com a chegada de reforços, o clima de tensão reduziu por alguns dias, porém no último dia de 2012, houve um novo confronto e desta vez, um caminhão foi queimado. (AA)



http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=423815
 

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