From Indigenous Peoples in Brazil
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Ameaça de confronto também no Xingu
04/05/2004
Fonte: O Globo, O País, p. 8
Ameaça de confronto também no Xingu
Jailton de Carvalho
Depois de atuar na reserva Roosevelt em Rondônia, a Polícia Federal está preparando uma operação, com o apoio das Forças Armadas, para retirar um grupo de garimpeiros que está extraindo ouro no Rio Mãe Preta, afluente do Rio Xingu, na reserva dos índios Caiapós, no sul do Pará. Os caciques querem que a desocupação seja feita o mais rapidamente possível. Caso contrário, ameaçam matar os garimpeiros, como aconteceu na reserva Roosevelt, dos cintas-largas, onde no início de abril foram mortos 29 garimpeiros.
Os guerreiros de três aldeias próximas ao garimpo estão armados, inclusive com espingardas, e pintados para a guerra. A operação da PF pode ocorrer nos próximos dias.
- Se não tirarem logo os garimpeiros de lá vai acontecer o mesmo que com os cintas-largas. Vai ter mortes. Os garimpeiros estão armados e os índios também - afirmou Megaron Txucarramae, administrador da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Colíder, em Mato Grosso.
PF e Funai confirmaram a existência do garimpo
Segundo ele, nas três aldeias próximas ao garimpo existem pelo menos 1.400 índios, muitos deles fazendo pressão para o ataque imediato aos garimpeiros. A lavra foi descoberta pelos índios e confirmada por funcionários da Funai e da Polícia Federal, que sobrevoaram a área na sexta-feira. O governo federal ainda não tem uma idéia exata da dimensão do garimpo, mas a Funai e os índios acreditam que a extração está tem escala industrial. No sobrevôo, os servidores da Funai observaram oito balsas no rio e duas pistas clandestinas que seriam usadas pelos garimpeiros.
Logo após confirmar a existência do garimpo, a Funai avisou ao Ministério da Justiça e ao Gabinete de Segurança Institucional. Segundo Megaron, o garimpo surgiu no início do ano. Os índios desconfiaram da freqüência com que pequenos aviões sobrevoavam a região. As suspeitas foram reforçadas pelas águas do rio Mãe Preta, que começaram a ficar sujas e barrentas. A partir desses sinais, os índios chamaram a Funai que, num rápido sobrevôo, localizou máquinas de extração de ouro em funcionamento na reserva.
Grupo faz buscas e não encontra garimpeiros
Em Rondônia, um grupo de funcionários da Funai, de agentes da PF e da Polícia Florestal e de cintas-largas fizeram buscas ontem na Grota do Sossego, mas não encontraram garimpeiros. Havia rumores de que entre 30 a 50 homens teriam retornado ao local.
Os caciques Pio, Carlos e Dayet enviaram um ofício à Funai assumindo o compromisso de suspender o garimpo até que o governo decida sobre a exploração de minério em reservas. Com a ajuda das Forças Armadas, a PF começaria hoje a retirar as máquinas que estavam sendo usadas pelos índios no garimpo.
O Globo, 04/05/2004, O País, p. 8
Jailton de Carvalho
Depois de atuar na reserva Roosevelt em Rondônia, a Polícia Federal está preparando uma operação, com o apoio das Forças Armadas, para retirar um grupo de garimpeiros que está extraindo ouro no Rio Mãe Preta, afluente do Rio Xingu, na reserva dos índios Caiapós, no sul do Pará. Os caciques querem que a desocupação seja feita o mais rapidamente possível. Caso contrário, ameaçam matar os garimpeiros, como aconteceu na reserva Roosevelt, dos cintas-largas, onde no início de abril foram mortos 29 garimpeiros.
Os guerreiros de três aldeias próximas ao garimpo estão armados, inclusive com espingardas, e pintados para a guerra. A operação da PF pode ocorrer nos próximos dias.
- Se não tirarem logo os garimpeiros de lá vai acontecer o mesmo que com os cintas-largas. Vai ter mortes. Os garimpeiros estão armados e os índios também - afirmou Megaron Txucarramae, administrador da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Colíder, em Mato Grosso.
PF e Funai confirmaram a existência do garimpo
Segundo ele, nas três aldeias próximas ao garimpo existem pelo menos 1.400 índios, muitos deles fazendo pressão para o ataque imediato aos garimpeiros. A lavra foi descoberta pelos índios e confirmada por funcionários da Funai e da Polícia Federal, que sobrevoaram a área na sexta-feira. O governo federal ainda não tem uma idéia exata da dimensão do garimpo, mas a Funai e os índios acreditam que a extração está tem escala industrial. No sobrevôo, os servidores da Funai observaram oito balsas no rio e duas pistas clandestinas que seriam usadas pelos garimpeiros.
Logo após confirmar a existência do garimpo, a Funai avisou ao Ministério da Justiça e ao Gabinete de Segurança Institucional. Segundo Megaron, o garimpo surgiu no início do ano. Os índios desconfiaram da freqüência com que pequenos aviões sobrevoavam a região. As suspeitas foram reforçadas pelas águas do rio Mãe Preta, que começaram a ficar sujas e barrentas. A partir desses sinais, os índios chamaram a Funai que, num rápido sobrevôo, localizou máquinas de extração de ouro em funcionamento na reserva.
Grupo faz buscas e não encontra garimpeiros
Em Rondônia, um grupo de funcionários da Funai, de agentes da PF e da Polícia Florestal e de cintas-largas fizeram buscas ontem na Grota do Sossego, mas não encontraram garimpeiros. Havia rumores de que entre 30 a 50 homens teriam retornado ao local.
Os caciques Pio, Carlos e Dayet enviaram um ofício à Funai assumindo o compromisso de suspender o garimpo até que o governo decida sobre a exploração de minério em reservas. Com a ajuda das Forças Armadas, a PF começaria hoje a retirar as máquinas que estavam sendo usadas pelos índios no garimpo.
O Globo, 04/05/2004, O País, p. 8
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