From Indigenous Peoples in Brazil
News
Princípio do contra
01/04/2013
Autor: VIDOR, George
Fonte: O Globo, Economia, p. 16
Princípio do contra
A construção da grande usina hidrelétrica de Belo Monte deverá atingir, ao fim deste ano, 50% da obra.
Cerca de 28 mil pessoas trabalharão diretamente em três frentes da obra (a primeira barragem, no Sítio Pimental; o canal adutor; e a barragem principal, onde a casa de força vem sendo escavada na rocha, sem necessidade de desvio do Rio Xingu). O canal adutor terá aproximadamente vinte quilômetros, com largura de 200 metros e profundidade variando entre 18 e 25 metros. As margens serão protegidas com rochas e pedras britadas para evitar a erosão e o assoreamento.
Como a região foi muito desmatada no passado, matas ciliares terão de ser recompostas ao longo do canal. Para evitar a inundação de uma grande área, optou-se por esse canal adutor. As águas do rio serão desviadas por ele, na primeira barragem, em direção à que abrigará a maior parte das turbinas. Na primeira barragem também será gerada energia, mantendo o Xingu com razoável vazão em seu leito natural.
Aproximadamente 70% das pessoas que trabalham hoje na construção de Belo Monte são habitantes do estado do Pará, e principalmente de Altamira, o mais populoso município da região.
Embora sejam evidentes os benefícios da obra para tirar toda essa área de um atraso crônico, com qualidade de vida muito a desejar, novos empreendimentos ao sul do Rio Amazonas sempre encontram resistência na capital do Pará, cuja região metropolitana abriga a maior parte da população do estado. Um desses empreendimentos aguarda licenciamento prévio das autoridades ambientais, mas, por ser vizinho das obras de Belo Monte, sofre a rebarba do movimento contrário à hidrelétrica.
Dentro dessa área, relativamente pequena (1.200 hectares) para as dimensões amazônicas, encontra-se uma das mais promissoras minas de ouro do Brasil.
Com um investimento que deve variar de US$ 700 milhões a US$ 1 bilhão, possivelmente financiado pelo Banco Mundial e o BNDES, o grupo canadense Forbes& Manhattan, detentor dos direitos da lavra, se propõe a produzir dez toneladas do metal por ano.
Hoje a mineração mais produtiva (em Paracatu, Minas Gerais) no Brasil alcança uma produção anual de sete toneladas. Na chamada Volta Grande do Xingu, a mineração será a céu aberto e com um teor de ouro por tonelada que supera o das demais minas brasileiras.
O projeto fica a 17 quilômetros da primeira barragem de Belo Monte. A reserva indígena mais próximas fica na outra margem do Rio Xingu, sendo que a aldeia propriamente dita (Paquiçamba) está a cerca de 30 quilômetros.
O maior impacto sócio ambiental será a construção de uma vila residencial para três mil pessoas, das quais mil já vivem na própria região, muitos deles pescadores e garimpeiros. Durante os 13 anos previstos para exploração da mina, a arrecadação de impostos diretos está estimada em R$ 500 milhões.
Projetos dessa envergadura costumam assumir compromissos de compensação socioambiental (escolas, hospitais, moradias, delegacias de polícia, recuperação de estradas, qualificação de mão de obra, reflorestamento, etc) com forte impacto positivo para essas regiões com atraso histórico. O garimpo ilegal, a substituição de florestas pelo pasto e o corte não autorizado de árvores nobres por madeireiros têm sido as principais atividades econômicas. Mas isso não parece preocupar tanto os movimentos contra novas hidrelétricas, indústrias ou mineradoras.
O Globo, 31/03/2013, Economia, p. 16
A construção da grande usina hidrelétrica de Belo Monte deverá atingir, ao fim deste ano, 50% da obra.
Cerca de 28 mil pessoas trabalharão diretamente em três frentes da obra (a primeira barragem, no Sítio Pimental; o canal adutor; e a barragem principal, onde a casa de força vem sendo escavada na rocha, sem necessidade de desvio do Rio Xingu). O canal adutor terá aproximadamente vinte quilômetros, com largura de 200 metros e profundidade variando entre 18 e 25 metros. As margens serão protegidas com rochas e pedras britadas para evitar a erosão e o assoreamento.
Como a região foi muito desmatada no passado, matas ciliares terão de ser recompostas ao longo do canal. Para evitar a inundação de uma grande área, optou-se por esse canal adutor. As águas do rio serão desviadas por ele, na primeira barragem, em direção à que abrigará a maior parte das turbinas. Na primeira barragem também será gerada energia, mantendo o Xingu com razoável vazão em seu leito natural.
Aproximadamente 70% das pessoas que trabalham hoje na construção de Belo Monte são habitantes do estado do Pará, e principalmente de Altamira, o mais populoso município da região.
Embora sejam evidentes os benefícios da obra para tirar toda essa área de um atraso crônico, com qualidade de vida muito a desejar, novos empreendimentos ao sul do Rio Amazonas sempre encontram resistência na capital do Pará, cuja região metropolitana abriga a maior parte da população do estado. Um desses empreendimentos aguarda licenciamento prévio das autoridades ambientais, mas, por ser vizinho das obras de Belo Monte, sofre a rebarba do movimento contrário à hidrelétrica.
Dentro dessa área, relativamente pequena (1.200 hectares) para as dimensões amazônicas, encontra-se uma das mais promissoras minas de ouro do Brasil.
Com um investimento que deve variar de US$ 700 milhões a US$ 1 bilhão, possivelmente financiado pelo Banco Mundial e o BNDES, o grupo canadense Forbes& Manhattan, detentor dos direitos da lavra, se propõe a produzir dez toneladas do metal por ano.
Hoje a mineração mais produtiva (em Paracatu, Minas Gerais) no Brasil alcança uma produção anual de sete toneladas. Na chamada Volta Grande do Xingu, a mineração será a céu aberto e com um teor de ouro por tonelada que supera o das demais minas brasileiras.
O projeto fica a 17 quilômetros da primeira barragem de Belo Monte. A reserva indígena mais próximas fica na outra margem do Rio Xingu, sendo que a aldeia propriamente dita (Paquiçamba) está a cerca de 30 quilômetros.
O maior impacto sócio ambiental será a construção de uma vila residencial para três mil pessoas, das quais mil já vivem na própria região, muitos deles pescadores e garimpeiros. Durante os 13 anos previstos para exploração da mina, a arrecadação de impostos diretos está estimada em R$ 500 milhões.
Projetos dessa envergadura costumam assumir compromissos de compensação socioambiental (escolas, hospitais, moradias, delegacias de polícia, recuperação de estradas, qualificação de mão de obra, reflorestamento, etc) com forte impacto positivo para essas regiões com atraso histórico. O garimpo ilegal, a substituição de florestas pelo pasto e o corte não autorizado de árvores nobres por madeireiros têm sido as principais atividades econômicas. Mas isso não parece preocupar tanto os movimentos contra novas hidrelétricas, indústrias ou mineradoras.
O Globo, 31/03/2013, Economia, p. 16
The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source