From Indigenous Peoples in Brazil
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News
Juruna na tribuna
20/04/2013
Fonte: CB, Política, p. 20
Juruna na tribuna
Orlando Brito
O cacique Mário Juruna ficou conhecido no final da década de 1970 ao sair da aldeia xavante de Namocurá, onde nasceu, para protestar em Brasília contra o descaso do governo com os índios de Mato Grosso. Fincou trincheira na portaria do Palácio do Planalto. Queria falar com o presidente Figueiredo. Não conseguiu. Munido de um gravador de voz, registrava as promessas que as autoridades do governo e da FUNAI lhe faziam.
Em tempos de abertura política, virou voz ativa em defesa dos indígenas. Na convenção nacional do PMDB de 1982, doutor Ulysses Guimarães, presidente do partido, franqueou-lhe a palavra. Filiou-se ao PDT de Darcy Ribeiro e Leonel Brizola e foi eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro, para cumprir o mandato de 1983 a 1987.
Como foi - Na terça-feira passada, em torno de cem índios de várias etnias tomaram o plenário da Câmara para protestar contra um projeto de lei que transfere para o Congresso a demarcação de terras destinadas a eles. E, na quinta, tentaram invadir o Palácio Planalto. Por isso, recordei-me dessa foto e agora a compartilho com os leitores do Correio. Ela documenta a primeira vez que um indígena subiu à tribuna do Parlamento.
O colega repórter Antônio Martins e eu viajamos com o capitão Juruna até sua aldeia, enviados pelo jornal O Globo. Embarcamos em um monomotor com destino a Barra do Garças. Reabasteceríamos o avião e, por fim, chegaríamos Namocurá. Porém, o nevoeiro e a pequena pista de terra invadida pelo mato nos impossibilitaram pousar. Só no terceiro dia, depois de muitas tentativas, conseguimos aterrissar perto da Cachoeira da Fumaça. No centro da aldeia, o cacique mostrava aos outros xavantes as gravações que havia feito na Capital. Depois disso, o fotografei inúmeras vezes. Inclusive pouco antes de seu falecimento, quando foi internado no Hospital Sarah Kubitschek para recuperar-se de uma pneumonia. O capitão Juruna morreu em 2002.
Correio Braziliense , 20/04/2013, Política, p. 20
Orlando Brito
O cacique Mário Juruna ficou conhecido no final da década de 1970 ao sair da aldeia xavante de Namocurá, onde nasceu, para protestar em Brasília contra o descaso do governo com os índios de Mato Grosso. Fincou trincheira na portaria do Palácio do Planalto. Queria falar com o presidente Figueiredo. Não conseguiu. Munido de um gravador de voz, registrava as promessas que as autoridades do governo e da FUNAI lhe faziam.
Em tempos de abertura política, virou voz ativa em defesa dos indígenas. Na convenção nacional do PMDB de 1982, doutor Ulysses Guimarães, presidente do partido, franqueou-lhe a palavra. Filiou-se ao PDT de Darcy Ribeiro e Leonel Brizola e foi eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro, para cumprir o mandato de 1983 a 1987.
Como foi - Na terça-feira passada, em torno de cem índios de várias etnias tomaram o plenário da Câmara para protestar contra um projeto de lei que transfere para o Congresso a demarcação de terras destinadas a eles. E, na quinta, tentaram invadir o Palácio Planalto. Por isso, recordei-me dessa foto e agora a compartilho com os leitores do Correio. Ela documenta a primeira vez que um indígena subiu à tribuna do Parlamento.
O colega repórter Antônio Martins e eu viajamos com o capitão Juruna até sua aldeia, enviados pelo jornal O Globo. Embarcamos em um monomotor com destino a Barra do Garças. Reabasteceríamos o avião e, por fim, chegaríamos Namocurá. Porém, o nevoeiro e a pequena pista de terra invadida pelo mato nos impossibilitaram pousar. Só no terceiro dia, depois de muitas tentativas, conseguimos aterrissar perto da Cachoeira da Fumaça. No centro da aldeia, o cacique mostrava aos outros xavantes as gravações que havia feito na Capital. Depois disso, o fotografei inúmeras vezes. Inclusive pouco antes de seu falecimento, quando foi internado no Hospital Sarah Kubitschek para recuperar-se de uma pneumonia. O capitão Juruna morreu em 2002.
Correio Braziliense , 20/04/2013, Política, p. 20
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