From Indigenous Peoples in Brazil
News
Ashaninka e povo do parque comovem Brasília
23/09/2004
Autor: Romerito Aquino
Fonte: Página 20-Rio Branco-AC
Mais de 500 pessoas se emocionam na capital federal com a cultura dos povos da floresta acreana
Foi uma noite memorável a de segunda para os povos da floresta na capital da República. De um lado, lideranças comunitárias do Parque Nacional da Serra do Divisor dando exemplo para todo o país de que é possível, sim, discutir e debater até à exaustão uma solução para as mais de 500 famílias que nasceram e se criaram ali, mas precisam sair porque o parque terá de ser preservado em sua integral riqueza de flora e fauna amazônicas. Do outro lado, o show se completou com Ashaninkas, esses fantásticos índios acreanos descendentes direto dos Incas peruanos, que não cansam de encantar o Brasil e o mundo com suas vestes coloridas e sua firme determinação de desenvolver sustentavelmente as riquezas animais e vegetais existentes em sua terra.
O lugar era o Cine Brasília, local onde se realiza um dos festivais de cinema mais tradicionais do país. Na platéia, estavam mais de 500 pessoas, lideradas pela ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, o presidente do Ibama, o presidente do Incra, representantes de embaixadas, assessores e técnicos de ministérios, professores, estudantes, artistas, jornalistas e até a grande cineasta brasileira Tizuca Yamazaki, que foi conhecer de perto os índios que, há alguns anos, levaram o cantor Milton Nascimento a fazer "Txai", um dos mais belos CDs de sua carreira.
Inicialmente, na tela do cinema, o espetáculo da floresta e sua gente ficou por conta do filme documentário "O Divisor que nos Une", que marcava a abertura do evento "Floresta Amazônica: Gente e Natureza", em que o Ministério do Meio Ambiente, como que para comemorar de véspera o Dia da Árvore, transcorrido ontem, quis mostrar um pouco da vida e dos conflitos sociais que marcam o interior da floresta. O documentário mostrou os conflitos sociais e o rico processo de criação do Parque Nacional da Serra do Divisor, localizado no extremo oeste do Acre, na fronteira com o Peru e vizinho à Reserva Extrativista Alto Juruá e à Terra Indígena Ashaninka do Rio Amazônia.
Encerrado o filme, o show ficou por conta dos Ashaninka. Liderados pelo cacique Antônio Piyãko, as lideranças Ashaninka abriram com falas firmes sobre a floresta e muita música e dança a Semana Ashaninka Apiwtxa, que prosseguiu ontem no auditório da Reitoria da Universidade de Brasília (UnB), que divide com o Ministério do Meio Ambiente, a Comissão Pró-Índio do Acre (CPI-Acre) e o Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) o apoio e patrocínio dos dois eventos.
Antes da apresentação de suas músicas e danças típicas e antes do breve show dado pela cantora Keila Diniz, que há anos faz músicas sobre a floresta acreana, o líder indígena Moisés Piyãco Ashaninka falou ao microfone como um grande líder de uma grande nação. Moisés exortou os presentes a se juntarem aos Ashaninkas na luta contra a derrubada da floresta amazônica, que produz o ar que todos respiram, seja na selva ou nas cidades. Ele lembrou que naquela tarde os Ashaninkas tinham mais uma vez denunciado ao governo federal, desta vez através da ministra Marina Silva, que os madeireiros peruanos estão voltando a invadir parte de suas terras e áreas de fronteira do Brasil para roubarem madeiras nobres e devastarem a floresta.
Filho do cacique Antônio Piyãco, também presente em Brasília vestido com kusma colorida e chapéu enfeitado com penas de arara, Moisés foi muito aplaudido quando disse que a floresta é a mãe de todos e "é a roupa do planeta". E que os homens precisam preservá-la para não ficarem desnudos e desprotegidos no meio da Terra.
Em sua fala, posteriormente, a ministra Marina Silva também foi muito aplaudida ao dizer que se a floresta é a roupa do planeta, como disse sabiamente o líder Ashaninka, a Amazônia, para ela, "é a saia do planeta porque é a coisa mais rodada e mais bonita do mundo". O presidente do Ibama, Marcos Barros, elogiou muito o que ele considerou mais um bom exemplo vindo do Acre para o resto do país o exaustivo diálogo mostrado no filme do Parque do Divisor pelos membros de seu Conselho Consultivo, formado por lideranças das comunidades habitantes da região que, em 1989, acabou se transformando em Parque Nacional.
Após outras falas de autoridades, Moisés subiu ao palco junto com cinco outros Ashaninkas e duas mulheres da aldeia para tocarem tambores feitos pelos próprios índios, cantando músicas da língua Ashaninka em homenagem aos animais e vegetais existentes na floresta. Liderados pelo irmão Benke Piyãco, os índios também passaram a dançar como fazem na aldeia durante a festa da caiçuma, bebida feita a partir da mandioca. Nesta festa, assim como fizeram na noite de segunda-feira, sob aplausos de mais de 500 pessoas presentes no Cine Brasília, os Ashaninka costumam saudar os bons momentos propiciados pela fantástica floresta amazônica.
Foi uma noite memorável a de segunda para os povos da floresta na capital da República. De um lado, lideranças comunitárias do Parque Nacional da Serra do Divisor dando exemplo para todo o país de que é possível, sim, discutir e debater até à exaustão uma solução para as mais de 500 famílias que nasceram e se criaram ali, mas precisam sair porque o parque terá de ser preservado em sua integral riqueza de flora e fauna amazônicas. Do outro lado, o show se completou com Ashaninkas, esses fantásticos índios acreanos descendentes direto dos Incas peruanos, que não cansam de encantar o Brasil e o mundo com suas vestes coloridas e sua firme determinação de desenvolver sustentavelmente as riquezas animais e vegetais existentes em sua terra.
O lugar era o Cine Brasília, local onde se realiza um dos festivais de cinema mais tradicionais do país. Na platéia, estavam mais de 500 pessoas, lideradas pela ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, o presidente do Ibama, o presidente do Incra, representantes de embaixadas, assessores e técnicos de ministérios, professores, estudantes, artistas, jornalistas e até a grande cineasta brasileira Tizuca Yamazaki, que foi conhecer de perto os índios que, há alguns anos, levaram o cantor Milton Nascimento a fazer "Txai", um dos mais belos CDs de sua carreira.
Inicialmente, na tela do cinema, o espetáculo da floresta e sua gente ficou por conta do filme documentário "O Divisor que nos Une", que marcava a abertura do evento "Floresta Amazônica: Gente e Natureza", em que o Ministério do Meio Ambiente, como que para comemorar de véspera o Dia da Árvore, transcorrido ontem, quis mostrar um pouco da vida e dos conflitos sociais que marcam o interior da floresta. O documentário mostrou os conflitos sociais e o rico processo de criação do Parque Nacional da Serra do Divisor, localizado no extremo oeste do Acre, na fronteira com o Peru e vizinho à Reserva Extrativista Alto Juruá e à Terra Indígena Ashaninka do Rio Amazônia.
Encerrado o filme, o show ficou por conta dos Ashaninka. Liderados pelo cacique Antônio Piyãko, as lideranças Ashaninka abriram com falas firmes sobre a floresta e muita música e dança a Semana Ashaninka Apiwtxa, que prosseguiu ontem no auditório da Reitoria da Universidade de Brasília (UnB), que divide com o Ministério do Meio Ambiente, a Comissão Pró-Índio do Acre (CPI-Acre) e o Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) o apoio e patrocínio dos dois eventos.
Antes da apresentação de suas músicas e danças típicas e antes do breve show dado pela cantora Keila Diniz, que há anos faz músicas sobre a floresta acreana, o líder indígena Moisés Piyãco Ashaninka falou ao microfone como um grande líder de uma grande nação. Moisés exortou os presentes a se juntarem aos Ashaninkas na luta contra a derrubada da floresta amazônica, que produz o ar que todos respiram, seja na selva ou nas cidades. Ele lembrou que naquela tarde os Ashaninkas tinham mais uma vez denunciado ao governo federal, desta vez através da ministra Marina Silva, que os madeireiros peruanos estão voltando a invadir parte de suas terras e áreas de fronteira do Brasil para roubarem madeiras nobres e devastarem a floresta.
Filho do cacique Antônio Piyãco, também presente em Brasília vestido com kusma colorida e chapéu enfeitado com penas de arara, Moisés foi muito aplaudido quando disse que a floresta é a mãe de todos e "é a roupa do planeta". E que os homens precisam preservá-la para não ficarem desnudos e desprotegidos no meio da Terra.
Em sua fala, posteriormente, a ministra Marina Silva também foi muito aplaudida ao dizer que se a floresta é a roupa do planeta, como disse sabiamente o líder Ashaninka, a Amazônia, para ela, "é a saia do planeta porque é a coisa mais rodada e mais bonita do mundo". O presidente do Ibama, Marcos Barros, elogiou muito o que ele considerou mais um bom exemplo vindo do Acre para o resto do país o exaustivo diálogo mostrado no filme do Parque do Divisor pelos membros de seu Conselho Consultivo, formado por lideranças das comunidades habitantes da região que, em 1989, acabou se transformando em Parque Nacional.
Após outras falas de autoridades, Moisés subiu ao palco junto com cinco outros Ashaninkas e duas mulheres da aldeia para tocarem tambores feitos pelos próprios índios, cantando músicas da língua Ashaninka em homenagem aos animais e vegetais existentes na floresta. Liderados pelo irmão Benke Piyãco, os índios também passaram a dançar como fazem na aldeia durante a festa da caiçuma, bebida feita a partir da mandioca. Nesta festa, assim como fizeram na noite de segunda-feira, sob aplausos de mais de 500 pessoas presentes no Cine Brasília, os Ashaninka costumam saudar os bons momentos propiciados pela fantástica floresta amazônica.
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