From Indigenous Peoples in Brazil
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News

Xavantes atacam fazenda no Mato Grosso após atentado contra dois indígenas

06/10/2004

Fonte: Radiobrás-Brasília-DF



Dois índios da tribo xavante foram feridos a bala, nesta segunda-feira (4), ao transitarem nas proximidades da terra indígena de Marãwatsedé, localizada em Alto Boa Vista (MT). Homens em motocicletas dispararam contra o grupo de índios, e Felisberto Xavante e Guilherme Xavante foram atingidos. Para o padre Paulo Gabriel, membro da igreja católica em São Felix do Araguaia, "enquanto não for definido que os ocupantes saiam da área dos índios, as duas partes entrarão em sempre em conflito".

De acordo com informações do padre, a Funai - Fundação Nacional do Índio insistiu para que os índios deixassem o caso a cargo da Polícia Federal e da direção da Funai. "Os índios se reuniram e resolveram do jeito deles: hoje (terça-feira, 5), cerca de 80 guerreiros atearam fogo em uma fazenda, quebraram tudo e levaram um motor gerador", afirmou o padre.

O presidente substituto da Funai, Roberto Lustosa, disse que os motociclistas ainda não foram identificados, mas provavelmente eram peões daquela área. O caso já foi comunicado à Polícia Federal. "Esses índios estão em uma terra já homologada, estão em uma retomada garantida por determinação do STF - Supremo Tribunal Federal", afirmou.

Para o padre Paulo Gabriel, os fazendeiros deverão reagir. "Estou esperando o próximo capítulo. Os fazendeiros vão se juntar e fazer algo. Então, ou morre algum índio, ou morre algum ocupante". O STF decidiu, em 10 de agosto deste ano, que os índios retomassem a terra indígena na área de Marãiwatsede. "Querem que os índios voltem para a área e, ao mesmo tempo, que os ocupantes fiquem. Com isso, as duas partes acabam se encontrando, e os conflitos são frequentes". Os Xavantes estavam há nove meses acampados às margens da rodovia BR-158, a 1 quilômetro da terra indígena.

Felisberto, de 18 anos, foi atingido na perna e removido para o município de Água Boa (MT), e se encontra ainda hospitalizado. Guilherme, de 16, teve um raspão no braço esquerdo e foi atingido na costela. O menor não quis sair da reserva e se encontra na aldeia, com atendimento feito pela Funasa - Fundação Nacional de Saúde.
 

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