From Indigenous Peoples in Brazil
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Etnia se prepara para o futuro com consciência ecológica e social - 19/10/2004
19/10/2004
Autor: Resley Saab
Fonte: A Tribuna-Rio Branco-AC
Os índios manchineris, comunidade composta por 850 pessoas, terão em breve um programa completo de gestão ambiental para explorar e administrar suas reservas no Vale do Rio Iaco, em Sena Madureira (200 quilômetros de Rio Branco) e no município de Assis Brasil (310 quilômetros).
O dispositivo, que está sendo ministrado por técnicos do Programa Demonstrativo dos Povos Indígenas, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), visa potencializar as atividades econômicas e sustentáveis do provo manchineri e garantir a proteção de suas terras de um modo geral. O projeto será financiado pelo G-7, o grupo dos sete países mais desenvolvidos do mundo, com a colaboração do MMA.
Há ainda a cooperação do organismo DFID, do governo britânico. Mas a sua principal fonte de recursos, mesmo, virá do banco alemão de investimentos KfW, um dos maiores no mundo em promoção de investimentos na conservação de mananciais, do ar e do solo.
Por estar na fase inicial, o projeto ainda não tem orçamento definido. "Os manchineris querem se desenvolver, querem ser importantes para o meio-ambiente e também preservar sua história e cultura", ressalta Toya Manchineri, presidente da organização não-governamental Mapkaha e que participa diretamente desta empreitada, no auditório do Museu da Borracha, em Rio Branco. Toya afirma que uma série de atividades, que vão desde o aperfeiçoamento da criação e manejo de animais, como a capivara, o pirarucu e o porquinho-do-mato, até a produção de um CD-ROM sobre a história e a cultura do povo manchineri farão parte do projeto.
Outro fato será a construção de uma página da aldeia na internet. "A idéia é que possamos utilizar todo este material nas escolas das aldeias e possamos também divulgar para todos os povos, no mundo inteiro", frisa o presidente da Mapkaha. Os manchineris se dedicam à agricultura e à criação de pequenos animais domésticos, que são comercializados para o sustento da família.
A partir de agora, eles buscam novas alternativas comerciais, como a extração de óleo de copaíba e a semente de mogno. O povo manchineri pertence ao tronco lingüístico aruaque. No Acre, ele vive em seis comunidades dentro da Terra Indígena Mamoadate.
Além de habitar a região do alto Rio Iaco, se faz presente em parte do território peruano, na região do alto Rio Urubamba, Madre de Dios e Rio Ucaiáli. No Peru, segundo Jaime Sebastião Manchineri, um dos líderes indígenas, eles são ao menos 7,5 mil pessoas, distribuídas em várias aldeias. "Em terras peruanas, são identificados com o nome de 'piro', colocado pelos colonizadores locais", afirma Jaime. No século 19, os manchineris foram escravizados por seringalistas, fazendo com que parte da sua cultura tradicional fosse perdida. A reorganização só começou mesmo na década de 70, com a criação da Funai.
Projetos são inovadores
Assessora técnica do Projeto do MMA, Maira Smith, afirma que o programa atua no Acre em três áreas distintas. A primeira, a valorização cultural. A segunda visa dinamizar as atividades econômicas sustentáveis. A última, a proteção das terras indígenas. "O mais importante é que tudo isso deve ser previsto dentro de um orçamento realista e que poderá ser gerido pelos próprios habitantes da terra indígena", explica ela. A comunidade indígena, neste caso, está sendo capacitada por Smith, para que no futuro, possa gerenciar os seus projetos. Segundo a assessora, no Acre, ao menos cinco projetos já foram aprovados em área indígena. Entre eles, estão a formação de agentes ambientais pela União das Nações Indígenas do Acre, a valorização da educação indígena diferenciada, dentro da Organização dos Professores Indígenas e o Projeto de Segurança Alimentar, desenvolvido em Tarauacá, pelos caxinauas.
O dispositivo, que está sendo ministrado por técnicos do Programa Demonstrativo dos Povos Indígenas, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), visa potencializar as atividades econômicas e sustentáveis do provo manchineri e garantir a proteção de suas terras de um modo geral. O projeto será financiado pelo G-7, o grupo dos sete países mais desenvolvidos do mundo, com a colaboração do MMA.
Há ainda a cooperação do organismo DFID, do governo britânico. Mas a sua principal fonte de recursos, mesmo, virá do banco alemão de investimentos KfW, um dos maiores no mundo em promoção de investimentos na conservação de mananciais, do ar e do solo.
Por estar na fase inicial, o projeto ainda não tem orçamento definido. "Os manchineris querem se desenvolver, querem ser importantes para o meio-ambiente e também preservar sua história e cultura", ressalta Toya Manchineri, presidente da organização não-governamental Mapkaha e que participa diretamente desta empreitada, no auditório do Museu da Borracha, em Rio Branco. Toya afirma que uma série de atividades, que vão desde o aperfeiçoamento da criação e manejo de animais, como a capivara, o pirarucu e o porquinho-do-mato, até a produção de um CD-ROM sobre a história e a cultura do povo manchineri farão parte do projeto.
Outro fato será a construção de uma página da aldeia na internet. "A idéia é que possamos utilizar todo este material nas escolas das aldeias e possamos também divulgar para todos os povos, no mundo inteiro", frisa o presidente da Mapkaha. Os manchineris se dedicam à agricultura e à criação de pequenos animais domésticos, que são comercializados para o sustento da família.
A partir de agora, eles buscam novas alternativas comerciais, como a extração de óleo de copaíba e a semente de mogno. O povo manchineri pertence ao tronco lingüístico aruaque. No Acre, ele vive em seis comunidades dentro da Terra Indígena Mamoadate.
Além de habitar a região do alto Rio Iaco, se faz presente em parte do território peruano, na região do alto Rio Urubamba, Madre de Dios e Rio Ucaiáli. No Peru, segundo Jaime Sebastião Manchineri, um dos líderes indígenas, eles são ao menos 7,5 mil pessoas, distribuídas em várias aldeias. "Em terras peruanas, são identificados com o nome de 'piro', colocado pelos colonizadores locais", afirma Jaime. No século 19, os manchineris foram escravizados por seringalistas, fazendo com que parte da sua cultura tradicional fosse perdida. A reorganização só começou mesmo na década de 70, com a criação da Funai.
Projetos são inovadores
Assessora técnica do Projeto do MMA, Maira Smith, afirma que o programa atua no Acre em três áreas distintas. A primeira, a valorização cultural. A segunda visa dinamizar as atividades econômicas sustentáveis. A última, a proteção das terras indígenas. "O mais importante é que tudo isso deve ser previsto dentro de um orçamento realista e que poderá ser gerido pelos próprios habitantes da terra indígena", explica ela. A comunidade indígena, neste caso, está sendo capacitada por Smith, para que no futuro, possa gerenciar os seus projetos. Segundo a assessora, no Acre, ao menos cinco projetos já foram aprovados em área indígena. Entre eles, estão a formação de agentes ambientais pela União das Nações Indígenas do Acre, a valorização da educação indígena diferenciada, dentro da Organização dos Professores Indígenas e o Projeto de Segurança Alimentar, desenvolvido em Tarauacá, pelos caxinauas.
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