From Indigenous Peoples in Brazil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.
Noticias
Comunidades indígenas do Baixo e Médio Rio Negro discutem educação escolar indígena
06/02/2014
Autor: Lirian Ribeiro Monteiro
Fonte: ISA - http://www.socioambiental.org
Palestras e trabalhos em grupo movimentaram os debates em seminário na comunidade de Itapereira. Ênfase foi na importância da transmissão do conhecimento oral para o fortalecimento da educação escolar indígena
A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) e a Fundação Nacional do Índio (Funai), em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA), realizaram, entre 28 e 30 de janeiro último, o seminário de Educação Escolar Indígena. O evento reuniu 13 comunidades indígenas da região do Médio Rio Negro I e II, na comunidade de Itapereira, localizada no limite dos municípios de Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira. Participaram cerca de 70 pessoas das etnias Arapaso, Baré, Baniwa, Carapanã, Cubeo, Desano, Piratapuia, Tariano, Tukano e Tuyuka, incluindo lideranças das comunidades e das associações indígenas, diretores da Foirn, representantes da Coordenadoria das Associações Indígenas do Médio e Baixo Rio Negro (CAIMBRN) do assessor do Departamento de Assuntos Indígenas, da prefeitura de São Gabriel da Cachoeira, professores indígenas, pais e alunos.
Cerca de 70 pessoas participaram dos debates sobre educação escolar indígena
O seminário faz parte do projeto "Seminários de Educação Escolar Indígena", lançado em 21 de janeiro de 2014, na Casa do Saber da Foirn, no âmbito da política do Território Etnoeducacional e da perspectiva da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI), política instituída pelo decreto 7.747, de 5 de junho de 2012.
O projeto tem como objetivo realizar um diagnóstico ampliado e aprofundado sobre a realidade da educação escolar indígena nas cinco regiões administrativas do Rio Negro, além de promover o intercâmbio de experiências, propor melhorias e inovações de infraestrutura, metodologias de ensino, formação de professores indígenas, elaboração de projetos políticos pedagógicos indígenas e, de forma mais ampla, aprofundar a discussão político-filosófica da educação escolar indígena e suas especificidades rio negrinas.
Sr. Liborio Sodré Diniz durante apresentação de grupo de trabalho
As discussões, durante os três dias de encontro, se pautaram nas temáticas: "Os direitos indígenas no Brasil e políticas de territorialidades do governo federal no Rio Negro"; "A prática da educação indígena e educação escolar indígena", "Pngati na educação escolar indígena do Rio Negro" e apresentações das experiências das escolas Pamáali (Baniwa) e Utapinopona (Tuyuka). (Veja no final do texto trecho do depoimento do professor Higino Tuyuka e de André Baniwa)
Um dos pontos principais nos debates foi a importância, destacada pelas lideranças, no fortalecimento da educação indígena - baseada na transmissão dos conhecimentos orais de pai para filho e da educação escolar indígena como um espaço de produção de conhecimentos indígenas e não indígenas, inserindo o processo de letramento em línguas indígenas e portuguesa e produção de materiais, baseados em pesquisas realizadas nas escolas e comunidades.
Grupos de trabalho fazem diagnóstico das escolas indígenas
Outro fator considerado imprescindível - durante a apresentação dos diagnósticos das escolas, realizados pelos grupos de trabalho - foi a consolidação da educação escolar indígena do Rio Negro a partir do processo de elaboração dos Projetos Políticos Pedagógicos Indígenas e seu reconhecimento pelos conselhos municipal e estadual de educação.
Além disso, o Território Etnoeducacional do Rio Negro e a Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial para as Terras Indígenas (PNGATI) devem atender as especificidades das escolas indígenas na região do Rio Negro, atentando para a infraestrutura escolar, publicação de materiais didáticos a partir das pesquisas indígenas, transporte escolar e merenda escolar localizada.
André Baniwa e Higino Tuyuka dão seus depoimentos
"O Rio Negro já tem mais de 200 anos de contato, mas há milênios nossos ancestrais já estavam aqui. Nós temos que nos reorganizar porque o contato desorganizou a gente. A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro é uma reconstituição das nossas forças, que já existiam no passado. Se a gente pensar nisso as lutas valeram a pena. Muitos já não estão aqui. A gente continua, não só fisicamente, mas também politicamente. Devemos dar continuidade à nossa luta. Que os jovens possam pensar, refletir e dar continuidade à isso. É a nova geração que vai continuar, sempre". André Baniwa
"Temos que planejar o trabalho dentro da PNGATI. Na educação, como vamos inserir essa politica dentro do currículo da escola? Por aqui estamos acostumados a receber o prato feito de quem vem de fora. Eu sou desconfiado do sistema de ensino. Como dizem os analistas em educação: o currículo vem do "saber sabido". Por isso é importante ter esse cuidado, precisa pensar em como inserir essa política. Uma proposta é pensar escola profissionalizante indígena e dentro dessa escola estudar o tema Gestão Ambiental, para que esses jovens e adultos virem técnicos e no futuro cuidem de seu território, trabalhando em sua própria comunidade. E é necessário que esse curso profissionalizante seja implementado de forma rápida e que o currículo seja construído em conjunto com professores, lideranças indígenas e alunos". Higino Tuyuka
http://www.socioambiental.org/pt-br/noticias-socioambientais/comunidades-indigenas-do-baixo-e-medio-rio-negro-discutem-educacao-escolar-indigena
A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) e a Fundação Nacional do Índio (Funai), em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA), realizaram, entre 28 e 30 de janeiro último, o seminário de Educação Escolar Indígena. O evento reuniu 13 comunidades indígenas da região do Médio Rio Negro I e II, na comunidade de Itapereira, localizada no limite dos municípios de Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira. Participaram cerca de 70 pessoas das etnias Arapaso, Baré, Baniwa, Carapanã, Cubeo, Desano, Piratapuia, Tariano, Tukano e Tuyuka, incluindo lideranças das comunidades e das associações indígenas, diretores da Foirn, representantes da Coordenadoria das Associações Indígenas do Médio e Baixo Rio Negro (CAIMBRN) do assessor do Departamento de Assuntos Indígenas, da prefeitura de São Gabriel da Cachoeira, professores indígenas, pais e alunos.
Cerca de 70 pessoas participaram dos debates sobre educação escolar indígena
O seminário faz parte do projeto "Seminários de Educação Escolar Indígena", lançado em 21 de janeiro de 2014, na Casa do Saber da Foirn, no âmbito da política do Território Etnoeducacional e da perspectiva da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI), política instituída pelo decreto 7.747, de 5 de junho de 2012.
O projeto tem como objetivo realizar um diagnóstico ampliado e aprofundado sobre a realidade da educação escolar indígena nas cinco regiões administrativas do Rio Negro, além de promover o intercâmbio de experiências, propor melhorias e inovações de infraestrutura, metodologias de ensino, formação de professores indígenas, elaboração de projetos políticos pedagógicos indígenas e, de forma mais ampla, aprofundar a discussão político-filosófica da educação escolar indígena e suas especificidades rio negrinas.
Sr. Liborio Sodré Diniz durante apresentação de grupo de trabalho
As discussões, durante os três dias de encontro, se pautaram nas temáticas: "Os direitos indígenas no Brasil e políticas de territorialidades do governo federal no Rio Negro"; "A prática da educação indígena e educação escolar indígena", "Pngati na educação escolar indígena do Rio Negro" e apresentações das experiências das escolas Pamáali (Baniwa) e Utapinopona (Tuyuka). (Veja no final do texto trecho do depoimento do professor Higino Tuyuka e de André Baniwa)
Um dos pontos principais nos debates foi a importância, destacada pelas lideranças, no fortalecimento da educação indígena - baseada na transmissão dos conhecimentos orais de pai para filho e da educação escolar indígena como um espaço de produção de conhecimentos indígenas e não indígenas, inserindo o processo de letramento em línguas indígenas e portuguesa e produção de materiais, baseados em pesquisas realizadas nas escolas e comunidades.
Grupos de trabalho fazem diagnóstico das escolas indígenas
Outro fator considerado imprescindível - durante a apresentação dos diagnósticos das escolas, realizados pelos grupos de trabalho - foi a consolidação da educação escolar indígena do Rio Negro a partir do processo de elaboração dos Projetos Políticos Pedagógicos Indígenas e seu reconhecimento pelos conselhos municipal e estadual de educação.
Além disso, o Território Etnoeducacional do Rio Negro e a Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial para as Terras Indígenas (PNGATI) devem atender as especificidades das escolas indígenas na região do Rio Negro, atentando para a infraestrutura escolar, publicação de materiais didáticos a partir das pesquisas indígenas, transporte escolar e merenda escolar localizada.
André Baniwa e Higino Tuyuka dão seus depoimentos
"O Rio Negro já tem mais de 200 anos de contato, mas há milênios nossos ancestrais já estavam aqui. Nós temos que nos reorganizar porque o contato desorganizou a gente. A Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro é uma reconstituição das nossas forças, que já existiam no passado. Se a gente pensar nisso as lutas valeram a pena. Muitos já não estão aqui. A gente continua, não só fisicamente, mas também politicamente. Devemos dar continuidade à nossa luta. Que os jovens possam pensar, refletir e dar continuidade à isso. É a nova geração que vai continuar, sempre". André Baniwa
"Temos que planejar o trabalho dentro da PNGATI. Na educação, como vamos inserir essa politica dentro do currículo da escola? Por aqui estamos acostumados a receber o prato feito de quem vem de fora. Eu sou desconfiado do sistema de ensino. Como dizem os analistas em educação: o currículo vem do "saber sabido". Por isso é importante ter esse cuidado, precisa pensar em como inserir essa política. Uma proposta é pensar escola profissionalizante indígena e dentro dessa escola estudar o tema Gestão Ambiental, para que esses jovens e adultos virem técnicos e no futuro cuidem de seu território, trabalhando em sua própria comunidade. E é necessário que esse curso profissionalizante seja implementado de forma rápida e que o currículo seja construído em conjunto com professores, lideranças indígenas e alunos". Higino Tuyuka
http://www.socioambiental.org/pt-br/noticias-socioambientais/comunidades-indigenas-do-baixo-e-medio-rio-negro-discutem-educacao-escolar-indigena
Las noticias publicadas en el sitio Povos Indígenas do Brasil (Pueblos Indígenas del Brasil) son investigadas en forma diaria a partir de fuentes diferentes y transcriptas tal cual se presentan en su canal de origen. El Instituto Socioambiental no se responsabiliza por las opiniones o errores publicados en esos textos. En el caso en el que Usted encuentre alguna inconsistencia en las noticias, por favor, póngase en contacto en forma directa con la fuente mencionada.