From Indigenous Peoples in Brazil
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FEDERAL INDICIA 10 ÍNDIOS POR MATANÇA NA RESERVA ROOSEVELT
17/11/2004
Fonte: Rondoniagora-Porto Velho-RO
A Polícia Federal de Vilhena (RO) encerrou nesta quarta feira as investigações sobre as mortes de 29 garimpeiros na reserva indígena Roosevelt, em abril deste ano, com o indiciamento de pelo menos dez índios cintas-largas, entre eles caciques e guerreiros. O relatório, que ainda está sendo concluído, pode trazer mais nomes.
Segundo a polícia, foram indiciados sob a acusação de serem mandantes dos crimes o gerente do garimpo que funcionava dentro da terra indígena, Panderê Cinta Larga, os caciques Nacoça Pio Cinta Larga e Carlão Cinta Larga e o guerreiro Zé Paulo Cinta Larga, entre outros.
Os índios indiciados deverão ser apresentados na delegacia pela Funai (Fundação Nacional do Índio) até na próxima quarta-feira, para a formalização dos indiciamentos no inquérito.
Não está descartado o indiciamento do administrador da Funai na reserva Roosevelt, Walter Blós, por crime de prevaricação ou omissão. O administrador estava dentro da reserva quando aconteceram as mortes. Depois foi retirado da reserva por ter sido ameaçado de morte pelos garimpeiros.
Ele é mantido em um local sigiloso pela Funai. "O Walter Blós não foi ouvido e é por isso que não temos a convicção para dizer se ele será indiciado, mas a Funai, como responsável pelos índios, tinha a obrigação de ter chamado a polícia", afirmou o delegado que preside as investigações, Guilherme Matos de Oliveira.
Crimes
Os crimes aconteceram em 7 de abril, nas proximidades do garimpo do Laje, que fica dentro da reserva, em Espigão d'Oeste (534 km de Porto Velho). O massacre ocorreu devido à disputa por jazidas de diamantes, cuja a extração é feita ilegalmente.
Em entrevista anterior, os cintas-largas afirmaram que as mortes ocorreram porque precisavam defender o território indígena, as mulheres e as crianças.
Os guerreiros também estariam irritados com as supostas ameaças do garimpeiro Baiano Doido (Francisco das Chagas Alves Saraiva, 40, um dos mortos), que teria dito, nos dias que antecederam os assassinatos, que mataria qualquer índio que o questionasse dentro da reserva Rooselvet.
Funai
A Funai informou que não se pronunciaria por não ter informação oficial sobre o indiciamento dos índios. Em seis meses de investigações, a PF ouviu mais de cem depoimentos, sendo 30 de índios cintas-largas. Segundo a PF, nenhum dos índios ouvidos identificou, com nomes, os 53 guerreiros que seriam os autores das mortes.
O delegado Oliveira afirmou que os laudos dos peritos anexados ao inquérito indicam que as mortes foram premeditadas. "Eles [os peritos] entendem que sim [ocorreu premeditação], porque os garimpeiros foram todos amordaçados, todos amarrados. O amordaçamento já é algo que implica, de certa forma, o entendimento que o cara [o garimpeiro] não reagisse", disse Oliveira.
Segundo o IML (Instituto Médico Legal) de Porto Velho, dos 29 mortos, 26 foram encontrados com as mãos amarradas com cipós e tiveram como causa mortis pancadas de instrumentos como tacapes. Três apresentam marcas de tiros. "Os laudos afirma que houve requinte de crueldade e uma chacina. Todos os corpos têm diversas perfurações. Os índios dizem também que não havia armas com os garimpeiros", afirmou o delegado
Segundo a polícia, foram indiciados sob a acusação de serem mandantes dos crimes o gerente do garimpo que funcionava dentro da terra indígena, Panderê Cinta Larga, os caciques Nacoça Pio Cinta Larga e Carlão Cinta Larga e o guerreiro Zé Paulo Cinta Larga, entre outros.
Os índios indiciados deverão ser apresentados na delegacia pela Funai (Fundação Nacional do Índio) até na próxima quarta-feira, para a formalização dos indiciamentos no inquérito.
Não está descartado o indiciamento do administrador da Funai na reserva Roosevelt, Walter Blós, por crime de prevaricação ou omissão. O administrador estava dentro da reserva quando aconteceram as mortes. Depois foi retirado da reserva por ter sido ameaçado de morte pelos garimpeiros.
Ele é mantido em um local sigiloso pela Funai. "O Walter Blós não foi ouvido e é por isso que não temos a convicção para dizer se ele será indiciado, mas a Funai, como responsável pelos índios, tinha a obrigação de ter chamado a polícia", afirmou o delegado que preside as investigações, Guilherme Matos de Oliveira.
Crimes
Os crimes aconteceram em 7 de abril, nas proximidades do garimpo do Laje, que fica dentro da reserva, em Espigão d'Oeste (534 km de Porto Velho). O massacre ocorreu devido à disputa por jazidas de diamantes, cuja a extração é feita ilegalmente.
Em entrevista anterior, os cintas-largas afirmaram que as mortes ocorreram porque precisavam defender o território indígena, as mulheres e as crianças.
Os guerreiros também estariam irritados com as supostas ameaças do garimpeiro Baiano Doido (Francisco das Chagas Alves Saraiva, 40, um dos mortos), que teria dito, nos dias que antecederam os assassinatos, que mataria qualquer índio que o questionasse dentro da reserva Rooselvet.
Funai
A Funai informou que não se pronunciaria por não ter informação oficial sobre o indiciamento dos índios. Em seis meses de investigações, a PF ouviu mais de cem depoimentos, sendo 30 de índios cintas-largas. Segundo a PF, nenhum dos índios ouvidos identificou, com nomes, os 53 guerreiros que seriam os autores das mortes.
O delegado Oliveira afirmou que os laudos dos peritos anexados ao inquérito indicam que as mortes foram premeditadas. "Eles [os peritos] entendem que sim [ocorreu premeditação], porque os garimpeiros foram todos amordaçados, todos amarrados. O amordaçamento já é algo que implica, de certa forma, o entendimento que o cara [o garimpeiro] não reagisse", disse Oliveira.
Segundo o IML (Instituto Médico Legal) de Porto Velho, dos 29 mortos, 26 foram encontrados com as mãos amarradas com cipós e tiveram como causa mortis pancadas de instrumentos como tacapes. Três apresentam marcas de tiros. "Os laudos afirma que houve requinte de crueldade e uma chacina. Todos os corpos têm diversas perfurações. Os índios dizem também que não havia armas com os garimpeiros", afirmou o delegado
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