From Indigenous Peoples in Brazil
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News
Panambizinho. A terra agora é dos Kayowá
30/11/2004
Fonte: Site da Funai-Brasília-DF
Com a presença do Governador do Estado do Mato Grosso do Sul, Zeca do PT, da representante do Ministro Miguel Rosseto, do Desenvolvimento Agrário, de parlamentares e outras autoridades, além de 60 lideranças indígenas de Mato Grosso do Sul, Kayowá e Terena, o Ministro da Justiça, Dr. Márcio Thomaz Bastos e o Presidente da Funai, Mércio Gomes, entregaram ao vice-Cacique Kayowá, Valdomiro Aquino, na última sexta-feira (26), os documentos de posse definitiva da Terra Indígena Panambizinho (Decreto de Homologação).
Desde cedo os índios cantavam e dançavam, à espera de tão esperado momento. E havia motivos para tanta alegria. Afinal, foram quase dez anos de espera, tempo passado entre a assinatura da Portaria Declaratória, em 1995, pelo então Ministro da Justiça, Nelson Jobim, no centro da Aldeia Panambizinho, e a Homologação, pelo Presidente Lula, em outubro de 2004. Mas na verdade o tempo era bem maior. O suplício dos índios começou por volta de 1945, quando o Governo Federal criou a Colônia Nacional Agrícola de Dourados, utilizando para assentamento das famílias de migrantes as terras dos Kayowá de Panambizinho.
Retomar Panambizinho não foi tarefa fácil. É o que afirmou o presidente da Funai durante a cerimônia de entrega da terra aos índios. Segundo Mércio Gomes, foi importante a sensibilidade do Presidente Lula no conseguimento dessa terra indígena. "O carinho especial com que o presidente tem olhado para a questão indígena, a sua liderança, junto com o Ministro Rosseto e com o Governador Zeca do PT, foi fundamental para que se encontrasse uma solução pacífica para Panambizinho. Devolver a terra aos Kayowá é um tributo aos senhores indígenas, um tributo a Marçal de Souza (Marçal Tupã Y) o pequeno Deus" finalizou o presidente.
Os Kayowá, durante todos esse tempo em que buscaram a retomada de Panambizinho, não guerrearam, porque não são povos guerreiros; são extremamente religiosos. É na religião que encontram os mecanismo de defesa e as condições de resistência cultural. Para eles, tudo é místico. Não dá para separar o corpo da terra, do espírito, porque um é continuação do outro. E o que se viu durante a cerimônia de entrega oficial da terra aos índios confirma a estreita ligação que eles mantêm com o mundo dos espíritos.
O vendaval e a tormenta que se abateram sobre o local, com ventos de mais de 100km/hora, não eram pragas dos "brancos", como poderiam pensar os mais desavisados. "Era o espírito de Marçal Tupã Y, eram os espíritos de todos os heróis indígenas que partiam em revoada para um merecido descanso, depois de mais uma terra reconquistada", confidenciou o vice-cacique de Panambizinho, Valdomiro Aquino. "O vento e a água vieram para soprar e lavar o nosso Tekohá, para que os índios pudessem entrar em uma terra limpa, uma terra sagrada: Panambizinho" completou Valdomiro.
Desde cedo os índios cantavam e dançavam, à espera de tão esperado momento. E havia motivos para tanta alegria. Afinal, foram quase dez anos de espera, tempo passado entre a assinatura da Portaria Declaratória, em 1995, pelo então Ministro da Justiça, Nelson Jobim, no centro da Aldeia Panambizinho, e a Homologação, pelo Presidente Lula, em outubro de 2004. Mas na verdade o tempo era bem maior. O suplício dos índios começou por volta de 1945, quando o Governo Federal criou a Colônia Nacional Agrícola de Dourados, utilizando para assentamento das famílias de migrantes as terras dos Kayowá de Panambizinho.
Retomar Panambizinho não foi tarefa fácil. É o que afirmou o presidente da Funai durante a cerimônia de entrega da terra aos índios. Segundo Mércio Gomes, foi importante a sensibilidade do Presidente Lula no conseguimento dessa terra indígena. "O carinho especial com que o presidente tem olhado para a questão indígena, a sua liderança, junto com o Ministro Rosseto e com o Governador Zeca do PT, foi fundamental para que se encontrasse uma solução pacífica para Panambizinho. Devolver a terra aos Kayowá é um tributo aos senhores indígenas, um tributo a Marçal de Souza (Marçal Tupã Y) o pequeno Deus" finalizou o presidente.
Os Kayowá, durante todos esse tempo em que buscaram a retomada de Panambizinho, não guerrearam, porque não são povos guerreiros; são extremamente religiosos. É na religião que encontram os mecanismo de defesa e as condições de resistência cultural. Para eles, tudo é místico. Não dá para separar o corpo da terra, do espírito, porque um é continuação do outro. E o que se viu durante a cerimônia de entrega oficial da terra aos índios confirma a estreita ligação que eles mantêm com o mundo dos espíritos.
O vendaval e a tormenta que se abateram sobre o local, com ventos de mais de 100km/hora, não eram pragas dos "brancos", como poderiam pensar os mais desavisados. "Era o espírito de Marçal Tupã Y, eram os espíritos de todos os heróis indígenas que partiam em revoada para um merecido descanso, depois de mais uma terra reconquistada", confidenciou o vice-cacique de Panambizinho, Valdomiro Aquino. "O vento e a água vieram para soprar e lavar o nosso Tekohá, para que os índios pudessem entrar em uma terra limpa, uma terra sagrada: Panambizinho" completou Valdomiro.
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