From Indigenous Peoples in Brazil
News
Índios inauguram Centro de Produção Cultural - 15h20
28/01/2005
Fonte: Jornal o Povo
O Centro de Produção Cultural dos Índios Tapebas é uma oportunidade de auto-sustentabilidade para a comunidade indígena está praticamente tudo pronto para a inauguração, na próxima sexta-feira, dia 8, o Centro de Produção Cultural dos Índios Tapebas, no quilômetro sete da BR-222, em Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza. O espaço servirá para a comercialização de artigos indígenas produzidos pelas 1.300 famílias da etnia e acomodará o primeiro Centro de Estudos Étnicos do Brasil.
As obras na estrutura do Centro, que lembra uma oca, estão sendo realizadas pelos próprios tapebas. Para a conclusão dos trabalhos, falta ainda a instalação elétrica e o revestimento de palha do local, além da construção de uma passarela ligando a pista da BR-222 à oca. Um dos líderes da etnia, e também mestre-de-obras, Francisco Cláudio, o ''Cajá'', diz que o Centro estará concluído até o fim desta semana. Quando tudo estiver pronto, o local contará com banquinhas para a exposição dos produtos, uma sala para oficina de produção artesanal, lanchonete específica para culinária indígena e um memorial, que por atraso no início das obras será concluído apenas em março.
O projeto do Centro de Cultura surgiu em 2001 a partir de parceria entre a Fundação Abbe Pierre (FAP), da França, e a Associação para Desenvolvimento Local Co-Produzido (Adelco). Segundo a coordenadora de projetos da Adelco, Renata Girão, a idéia é gerar emprego e renda entre os indígenas e tornar os tapebas auto-suficientes. Para tanto, foram realizados cursos de capacitação entre os índios em diversas áreas. No local, trabalharão 36 artesãos divididos em três turnos.
Renata Girão informa que a construção de um espaço específico para a comercialização dos produtos e para a realização dos rituais é um desejo antigo dos índios. Ela ressalta que, além de revitalizar a cultura indígena e melhorar a qualidade de vida dos tapebas, o Centro será fundamental para fixar os índio à sua terra. ''É importante mostrar que eles já estavam aqui e que vão continuar aqui. Agora eles têm condição de trabalhar, de sobreviver através da produção própria''. Parte dos recursos arrecadados com as vendas será destinada para a manutenção do local e para o fundo habitacional dos aldeamentos.
Na avaliação do analista técnico da Adelco, Josemir Rodrigues da Silva, que é casado com uma índia tapeba, o Centro ajudará a dar uma maior visibilidade à etnia. ''As outras pessoas vão perceber que os índios têm uma vontade de crescer. Este Centro está mudando e vai mudar ainda mais a visão sobre os tapebas''.
Para o dia da inauguração estão programadas apresentações de rituais tradicionais da cultura tapeba e degustação de pratos específicos da culinária indígena. Os visitantes também poderão adquirir peças do artesanato e plantas medicinais cultivadas pelos índios.
Com as mãos na obra
Casados há quase duas décadas os artesãos José Ferreira Alves, de 49 anos e sua esposa, Damásia Maria, de 37, vivem da comercialização dos produtos indígenas por eles produzidos no aldeamento dos tapebas. Durante as obras de construção do centro cultural, o casal de índios ficou responsável por produzir parte do revestimento da imensa oca onde funcionará o empreendimento. Com a construção do centro, eles não mais precisarão sair com os produtos para vender nas praias e feiras da região. Além disso, a esperança é que, a partir de agora, a discriminação contra os índios seja minimizada, principalmente na questão da desapropriação das terras. ''Espero que venha sempre mais gente para apoiar a gente porque hoje em dia não temos nem terra para plantar. Está tudo na mão dos posseiros''.
As obras na estrutura do Centro, que lembra uma oca, estão sendo realizadas pelos próprios tapebas. Para a conclusão dos trabalhos, falta ainda a instalação elétrica e o revestimento de palha do local, além da construção de uma passarela ligando a pista da BR-222 à oca. Um dos líderes da etnia, e também mestre-de-obras, Francisco Cláudio, o ''Cajá'', diz que o Centro estará concluído até o fim desta semana. Quando tudo estiver pronto, o local contará com banquinhas para a exposição dos produtos, uma sala para oficina de produção artesanal, lanchonete específica para culinária indígena e um memorial, que por atraso no início das obras será concluído apenas em março.
O projeto do Centro de Cultura surgiu em 2001 a partir de parceria entre a Fundação Abbe Pierre (FAP), da França, e a Associação para Desenvolvimento Local Co-Produzido (Adelco). Segundo a coordenadora de projetos da Adelco, Renata Girão, a idéia é gerar emprego e renda entre os indígenas e tornar os tapebas auto-suficientes. Para tanto, foram realizados cursos de capacitação entre os índios em diversas áreas. No local, trabalharão 36 artesãos divididos em três turnos.
Renata Girão informa que a construção de um espaço específico para a comercialização dos produtos e para a realização dos rituais é um desejo antigo dos índios. Ela ressalta que, além de revitalizar a cultura indígena e melhorar a qualidade de vida dos tapebas, o Centro será fundamental para fixar os índio à sua terra. ''É importante mostrar que eles já estavam aqui e que vão continuar aqui. Agora eles têm condição de trabalhar, de sobreviver através da produção própria''. Parte dos recursos arrecadados com as vendas será destinada para a manutenção do local e para o fundo habitacional dos aldeamentos.
Na avaliação do analista técnico da Adelco, Josemir Rodrigues da Silva, que é casado com uma índia tapeba, o Centro ajudará a dar uma maior visibilidade à etnia. ''As outras pessoas vão perceber que os índios têm uma vontade de crescer. Este Centro está mudando e vai mudar ainda mais a visão sobre os tapebas''.
Para o dia da inauguração estão programadas apresentações de rituais tradicionais da cultura tapeba e degustação de pratos específicos da culinária indígena. Os visitantes também poderão adquirir peças do artesanato e plantas medicinais cultivadas pelos índios.
Com as mãos na obra
Casados há quase duas décadas os artesãos José Ferreira Alves, de 49 anos e sua esposa, Damásia Maria, de 37, vivem da comercialização dos produtos indígenas por eles produzidos no aldeamento dos tapebas. Durante as obras de construção do centro cultural, o casal de índios ficou responsável por produzir parte do revestimento da imensa oca onde funcionará o empreendimento. Com a construção do centro, eles não mais precisarão sair com os produtos para vender nas praias e feiras da região. Além disso, a esperança é que, a partir de agora, a discriminação contra os índios seja minimizada, principalmente na questão da desapropriação das terras. ''Espero que venha sempre mais gente para apoiar a gente porque hoje em dia não temos nem terra para plantar. Está tudo na mão dos posseiros''.
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