From Indigenous Peoples in Brazil
News
Cacique reclama de falta de espaço
30/01/2005
Fonte: Folha de S. Paulo-São Paulo-SP
O líder dos índios na região, Robinho Soares,27, diz que comunidade se prepara para proibir o acesso de pessoas estranhas às casas
Escolhido cacique pelo conselho da aldeia Camurupim há duas semanas, Robson Cassiano Soares, 27, disse que a comunidade está se preparando para proibir o acesso de não-índios às casas da praia de Coqueirinho caso a decisão da Justiça seja contrária aos índios. "Por enquanto só a caneta está sendo usada, mas não sei até quando", afirmou.
Robinho, como o cacique é conhecido, disse que a ocupação da praia de Coqueirinho por não-índios tira espaço para a expansão da comunidade. "O que incomoda é esse pessoal dizer que é dono, enquanto nossa aldeia está inchando e estamos ficando sem espaço. Além disso, eles interferem na nossa harmonia", afirmou.
Para o cacique, índios da aldeia foram iludidos para permitir as construções ou mesmo para vender casas que haviam construído à beira da praia. A mesma versão é defendida pelo ex-cacique Manoel Cassiano Soares, 51, pai de Robinho. "Diziam que iriam nos ajudar, com coisas como posto de saúde. Mas eles [não-índios] não trouxeram nenhum benefício para nós", disse.
Apesar da posição contrária à posse das casas ao longo da orla, Robinho disse que acha justa a indenização dos proprietários declarados caso a Justiça decida contra eles. "Queremos apenas o nosso direito de poder circular livremente dentro da reserva, sem passar pelo constrangimento de encontrar espaços cercados."
Indenização
O corretor de seguros Domingos Chagas, 43, disse que há dez anos freqüenta a praia de Coqueirinho ao menos uma vez por mês com a mulher e o casal de filhos. Chagas afirma ter negociado com um índio a compra da casa já pronta e não possuir nenhum documento que sirva de base legal para o negócio.
Questionado pela reportagem sobre a validade da transação, Chagas disse que deixa a casa para trás, desde que receba por ela. "Quero que paguem pela casa e pelas benfeitorias que fiz, como a fossa. Se o governo me indenizar eu vou embora no mesmo dia." E qual valor seria justo? "Acho que uns R$ 20 mil", respondeu. Chagas diz que beneficia os índios, pagando por pequenos trabalhos e distribuindo cestas básicas.
A reportagem percorreu a aldeia na quarta-feira passada e não encontrou outros posseiros para falar sobre as ações na Justiça.
Escolhido cacique pelo conselho da aldeia Camurupim há duas semanas, Robson Cassiano Soares, 27, disse que a comunidade está se preparando para proibir o acesso de não-índios às casas da praia de Coqueirinho caso a decisão da Justiça seja contrária aos índios. "Por enquanto só a caneta está sendo usada, mas não sei até quando", afirmou.
Robinho, como o cacique é conhecido, disse que a ocupação da praia de Coqueirinho por não-índios tira espaço para a expansão da comunidade. "O que incomoda é esse pessoal dizer que é dono, enquanto nossa aldeia está inchando e estamos ficando sem espaço. Além disso, eles interferem na nossa harmonia", afirmou.
Para o cacique, índios da aldeia foram iludidos para permitir as construções ou mesmo para vender casas que haviam construído à beira da praia. A mesma versão é defendida pelo ex-cacique Manoel Cassiano Soares, 51, pai de Robinho. "Diziam que iriam nos ajudar, com coisas como posto de saúde. Mas eles [não-índios] não trouxeram nenhum benefício para nós", disse.
Apesar da posição contrária à posse das casas ao longo da orla, Robinho disse que acha justa a indenização dos proprietários declarados caso a Justiça decida contra eles. "Queremos apenas o nosso direito de poder circular livremente dentro da reserva, sem passar pelo constrangimento de encontrar espaços cercados."
Indenização
O corretor de seguros Domingos Chagas, 43, disse que há dez anos freqüenta a praia de Coqueirinho ao menos uma vez por mês com a mulher e o casal de filhos. Chagas afirma ter negociado com um índio a compra da casa já pronta e não possuir nenhum documento que sirva de base legal para o negócio.
Questionado pela reportagem sobre a validade da transação, Chagas disse que deixa a casa para trás, desde que receba por ela. "Quero que paguem pela casa e pelas benfeitorias que fiz, como a fossa. Se o governo me indenizar eu vou embora no mesmo dia." E qual valor seria justo? "Acho que uns R$ 20 mil", respondeu. Chagas diz que beneficia os índios, pagando por pequenos trabalhos e distribuindo cestas básicas.
A reportagem percorreu a aldeia na quarta-feira passada e não encontrou outros posseiros para falar sobre as ações na Justiça.
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