From Indigenous Peoples in Brazil
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News

Estado negocia para "estancar" avanço nas invasões de terra em Caarapó

18/06/2016

Fonte: Grande FM- http://www.grandefm.com.br



O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, José Carlos Barbosa, o Barbosinha; o procurador da República, Marco Antônio Delfino e produtores rurais de Caarapó se reuniram na manhã desta sexta-feira (17), em Dourados. Eles conversaram sobre questões que envolvem o conflito entre índios e produtores rurais desde o início desta semana.

Segundo Barbosinha, "ficou claro que o Estado não vai permitir o processo de avanço de invasões nas propriedades". "Nós estamos buscando o diálogo para restabelecer a ordem em todos os aspectos", afirmou. Ele explicou que isso significa que há uma negociação para que os índios não continuem ampliando a área ocupada em propriedades rurais.

Com relação às propriedades grandes, que são pelo menos três, os fazendeiros vão entrar com pedido de reintegração de posse na justiça. Já com relação as áreas pequenas, em sua maioria sítios de 30 a 40 hectares, será negociada a saída voluntária dos indígenas.

Ele lembra que os índios têm seus motivos apresentados ao reivindicar e ocupar áreas e os produtores rurais, ao mesmo tempo, têm seus razões para não querer ter a propriedade invadida. "Essa questão vai ser decidida pela justiça", disse.

No entanto, pontua que os órgãos de segurança ficam no meio dessa questão, que não faz diferença entre índios ou produtores, mas que precisa que a ordem seja garantida. "O que a gente não vai tolerar é o avanço do projeto de retomada, para garantir a ordem", disse.

Pontuou que militares do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) e Polícia Militar, que são do Estado, estão no local. Também há segurança feita por tropas federais, como as da Força Nacional, Polícia Federal e PRF (Polícia Rodoviária Federal).


O Conflito


O clima de tensão no local começou no domingo (12), quando proprietário da Fazenda Ivu, que é vizinha da aldeia Tey Kuê, recebeu a reclamação de um de seus funcionários, de que teria sido ameaçado por um índio ao chegar à noite à propriedade. Na manhã de segunda-feira (13), o dono da propriedade registrou um boletim de ocorrência relatando o fato.

Já na tarde de segunda-feira, os índios teriam bloqueado a estada que dá acesso à aldeia e à Fazenda Ivu. Um grupo de produtores rurais foi até a propriedade por um outro acesso.

Na manhã de terça-feira (14), as informações são de que houve confronto entre índios e produtores rurais. Um índio foi morto e, pelo menos, mais cinco ficaram feridos. O Corpo de Bombeiros e Polícia Militar foram ao local, para socorrer os feridos, que foram levados a hospitais.

Por volta de 12h ainda de terça-feira, índios fizeram policiais militares de reféns. Eles acusam os sequestradores de agressão e de terem jogado gasolina em seus corpos para atear fogo, o que não teria acontecido porque os bombeiros chegaram. Os policiais foram resgatados por volta das 14h, mas os índios ficaram com seu armamento.

Na tarde de quarta-feira (15), após longa negociação da Polícia Militar e posterior intervenção do MPF, os índios devolveram parte do armamento dos policiais e coletes a prova de balas. No entanto, ainda há armas e documentos policiais dos militares em posse dos índios.

Na noite de quarta-feira, a Força Nacional de segurança chegou ao local, após pedido do Governo do Estado. Essa seguiu para dar apoio às demais instituições que estão no local desde terça-feira, como Polícia Militar, DOF (Departamento de Operações de Fronteira), Polícia Federal, entre outros.

Na quinta-feira (16), também chegou ao local do conflito a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. Eles assistiram ao velório do índio morto no confronto e ouviram suas reclamações.



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