From Indigenous Peoples in Brazil

News

Sejusp quer resguardar lei e ordem para cessar invasões em Caarapó

17/06/2016

Fonte: Campo Grande News- http://www.campograndenews.com.br



O secretário José Carlos Barbosa, titular da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) disse que o objetivo da pasta é cessar o processo de invasão de índios em fazendas na região de Caarapó, cidade distante 283 km de Campo Grande. O objetivo do Estado, segundo ele, é resguardar a lei e ordem no local.

Na manhã desta sexta-feira (17), José Carlos Barbosa, o deputado estadual Zé Teixeira (DEM) e o procurador da República Marco Antônio Delfino se reuniram com proprietários de fazendas invadidas por índios em Caarapó. Segundo o secretário, o procurador informou que os indígenas envolvidos em confronto se comprometeram a não invadir outras propriedades além da área onde já estão.

De acordo com Barbosa, a Sejusp objetiva a cessão dos conflitos, pois de um lado há os índios que entendem que podem avançar já que consideram ter direito sobre as terras e do outro lado estão os fazendeiros que adquiriram as propriedades e têm suas histórias de vida, buscando o direito de se defender. "O Estado não consegue fazer esse equilíbrio e por isso não vai tolerar mais depredação de patrimônios e a quebra do princípio da ordem".

Na reunião realizada hoje cedo em Dourados ficou definido que o governo do Estado estabelecerá a seguinte linha: onde está ocupado, os produtores terão que buscar junto ao Judiciário a reintegração de posse, porém não será permitido avanço no caso das invasões. "A partir dessa linha não existe ocupação, não se avança mais", destacou o secretário José Carlos Barbosa.

Segundo o secretário, há consenso entre os índios em não prosseguir com as invasões. Eles, inclusive, estão trabalhando a ideia de reintegração de posse em propriedades menores, explica Barbosa.


Armas


Em relação às armas e outros objetos furtados de policiais militares pelos índios, ainda faltam uma arma, dois carregadores e um rádio de comunicação. Barbosa disse que a Polícia Federal está investigando, inclusive caracterizando a autoria.

Da mesma forma que, de acordo com ele, se investiga a questão da ação que vitima o índio e fere o outro, também deve haver punição, seja pelos roubos, depredação de patrimônio, furtos. "A investigação tem que ser na mesma direção e não pode ser trabalhada a ideia de que um lado pode fazer tudo e outro não pode fazer nada", analisa o secretário.

Para ele, a violência por parte dos produtores precisa ser coibida e também impedido que os índios possam saquear, depredar e até mesmo incendiar propriedades. A solução para o conflito não é da Sejusp, mas sim do Estado nacional, destaca Barbosa.

"Muito do que ocorre é decorrente da omissão da União em relação a essa situação. Agora, se querem expandir as áreas das reservadas indígenas, isso deve ser feito por meio da aquisição de terras. Não pode fazer isso esfoliando patrimônio do produtor", observa o secretário da Sejusp.

Na opinião de José Carlos, o governo assiste ausente a invasão por parte dos índios que se sentem desamparados e veem nessa opção um meio de aumentar a área deles. "Isso não pode ser tolerado. O Estado brasileiro precisa se fazer presente e isso acontece com respeito, ordem, preservação do direito de propriedade e obviamente cuidando das minorias. Essa função é do Estado, que precisa resolver o problema do índio e dizer em que regiões serão criadas reservadas".


Clima de guerra


O Campo Grande News passou dois dias na área de conflito e ouviu relatos de dezenas de índios sobre o ataque que teria sido praticado por fazendeiros e funcionários na manhã de terça-feira (14).

Ontem à tarde, o corpo de Clodioudo Aguile Rodrigues dos Santos, 26 anos, foi enterrado na fazenda Yvu, no mesmo local onde, segundo os índios, ele caiu ferido. A cerimônia fúnebre durou mais de três horas e foi marcada por protestos por mais segurança na área e pela demarcação do território indígena.

Também houve um momento de tensão, quando um helicóptero sobrevoou a sede da fazenda, a menos de 200 metros do local do enterro, e os índios chegaram a sair correndo com o caixão nos braços, temendo um novo ataque.



http://www.campograndenews.com.br/cidades/interior/sejusp-quer-resguardar-lei-e-ordem-para-cessar-invasoes-em-caarapo
 

The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source