From Indigenous Peoples in Brazil
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News
Depois de um ano, filhos de Apoena Meireles esperam respostas
10/10/2005
Autor: RENATO SANTIAGO GABRIELA MANZINI
Fonte: Folha de S. Paulo-São Paulo-SP
Após um ano da morte do indigenista Apoena Meireles, morto em uma agência do Banco do Brasil em Porto Velho (RO), seus filhos Tainá, 29, e Francisco Meireles, 27, ainda têm perguntas sobre a morte do pai.
"A arma do crime não foi encontrada até hoje e o assassino está foragido. Eu tenho dúvidas se realmente foi um crime comum", afirma Francisco. Apoena foi assassinado no dia 9 de outubro de 2004, após realizar um saque em um caixa eletrônico. Ao guardar o dinheiro, foi abordado por um rapaz de 17 anos e atingido com um tiro no peito. O indigenista ainda tentou perseguir o adolescente, mas foi atingido por outro disparo na barriga e morreu antes de chegar ao hospital.
Na época, a Polícia Civil de Rondônia concluiu que se tratava de um crime comum. Três dias depois da morte de Apoena, o menor foi preso e confessou o crime, de acordo a polícia. Filho de uma família de classe média, ele teria tentado assaltar o indigenista porque precisaria de dinheiro para comprar drogas.
Francisco e Tainá, no entanto, não ficaram satisfeitos com as explicações da polícia. "É um caso que não deveria ter sido fechado. Eu ainda tenho muitas dúvidas", afirma Tainá. "A morte do meu pai interessava a muita gente. Eu ainda mantenho o pé atrás em relação à conclusão da polícia", diz Francisco. Ele se refere à última missão do pai, de coordenar uma força-tarefa criada para impedir a entrada de garimpeiros na terra dos índios Cinta-Larga e na área de mineração de diamantes da reserva Roosevelt.
A polícia ainda diz acreditar em crime comum. Para o delegado Carlos Eduardo Ferreira, as fitas do banco que gravaram a morte de Apoena comprovam esta hipótese. "As imagens mostram que o rapaz só atirou no indigenista depois que ele reagiu à abordagem. E ele fugiu depois de atirar no abdômen de Apoena, deixando-o vivo. Se fosse crime encomendado, o menor teria atirado na cabeça dele, para ter certeza da morte", afirma Ferreira.
Justiça
Cerca de dois meses depois da prisão, o adolescente fugiu da Casa Roseta, uma clínica para usuários de drogas onde estava internado. Desde então ele está foragido. "Por que prenderam ele tão facilmente antes e agora não conseguem encontrar?. Ele não pode ficar impune", diz Francisco.
Segundo o delegado Ferreira a questão é simples: "Agora ele sabe que está sendo procurado. Antes não", diz. "Também não podemos divulgar a foto dele, porque era menor quando cometeu o crime. Mas temos certeza de que ele não está em Rondônia."
Kuarup
Em 25 de agosto, os índios Kuikuro celebraram o o ritual funerário do Kuarup, no qual homenagearam Apoena, segundo a Funai (Fundação Nacional do Índio). Na cerimônia os mortos são representados por toras de kuarup, uma madeira nobre que fica posta no centro da aldeia. As famílias enfeitam suas respectivas toras e choram por um dia e uma noite.
Apoena Meireles era filho do também sertanista Francisco Meireles. Ele nasceu numa aldeia Xavante em Pimentel Barbosa (MT) e seu nome foi uma homenagem a um famoso líder xavante.
O indigenista ocupou a presidência da Funai durante o período de novembro de 1985 a maio de 1986.
"A arma do crime não foi encontrada até hoje e o assassino está foragido. Eu tenho dúvidas se realmente foi um crime comum", afirma Francisco. Apoena foi assassinado no dia 9 de outubro de 2004, após realizar um saque em um caixa eletrônico. Ao guardar o dinheiro, foi abordado por um rapaz de 17 anos e atingido com um tiro no peito. O indigenista ainda tentou perseguir o adolescente, mas foi atingido por outro disparo na barriga e morreu antes de chegar ao hospital.
Na época, a Polícia Civil de Rondônia concluiu que se tratava de um crime comum. Três dias depois da morte de Apoena, o menor foi preso e confessou o crime, de acordo a polícia. Filho de uma família de classe média, ele teria tentado assaltar o indigenista porque precisaria de dinheiro para comprar drogas.
Francisco e Tainá, no entanto, não ficaram satisfeitos com as explicações da polícia. "É um caso que não deveria ter sido fechado. Eu ainda tenho muitas dúvidas", afirma Tainá. "A morte do meu pai interessava a muita gente. Eu ainda mantenho o pé atrás em relação à conclusão da polícia", diz Francisco. Ele se refere à última missão do pai, de coordenar uma força-tarefa criada para impedir a entrada de garimpeiros na terra dos índios Cinta-Larga e na área de mineração de diamantes da reserva Roosevelt.
A polícia ainda diz acreditar em crime comum. Para o delegado Carlos Eduardo Ferreira, as fitas do banco que gravaram a morte de Apoena comprovam esta hipótese. "As imagens mostram que o rapaz só atirou no indigenista depois que ele reagiu à abordagem. E ele fugiu depois de atirar no abdômen de Apoena, deixando-o vivo. Se fosse crime encomendado, o menor teria atirado na cabeça dele, para ter certeza da morte", afirma Ferreira.
Justiça
Cerca de dois meses depois da prisão, o adolescente fugiu da Casa Roseta, uma clínica para usuários de drogas onde estava internado. Desde então ele está foragido. "Por que prenderam ele tão facilmente antes e agora não conseguem encontrar?. Ele não pode ficar impune", diz Francisco.
Segundo o delegado Ferreira a questão é simples: "Agora ele sabe que está sendo procurado. Antes não", diz. "Também não podemos divulgar a foto dele, porque era menor quando cometeu o crime. Mas temos certeza de que ele não está em Rondônia."
Kuarup
Em 25 de agosto, os índios Kuikuro celebraram o o ritual funerário do Kuarup, no qual homenagearam Apoena, segundo a Funai (Fundação Nacional do Índio). Na cerimônia os mortos são representados por toras de kuarup, uma madeira nobre que fica posta no centro da aldeia. As famílias enfeitam suas respectivas toras e choram por um dia e uma noite.
Apoena Meireles era filho do também sertanista Francisco Meireles. Ele nasceu numa aldeia Xavante em Pimentel Barbosa (MT) e seu nome foi uma homenagem a um famoso líder xavante.
O indigenista ocupou a presidência da Funai durante o período de novembro de 1985 a maio de 1986.
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