From Indigenous Peoples in Brazil
News
Projeto aprovado pela Secretaria de Cultura visa preservação do conhecimento indígena
11/04/2017
Autor: Isabela Mercuri
Fonte: Olhar Direto- http://www.olhardireto.com.br
"Circuito Kamukuwaká: o livro de Kamukuwaká e Yakuwixeku" foi um dos projetos aprovados na segunda edição do Prêmio Territórios MT, da Secretaria de Estado de Cultura. A obra se trata de um livro didático que pretende registrar as narrativas, saberes e práticas ancestrais do povo wauja, uma das 16 etnias que compõem o Território Indígena do Xingu (TIX). Pela aprovação, os líderes indígenas Apayupi Waurá e Akari Waurá, além do professor de letras Piratá Waurá, estarão presentes na cerimônia de assinatura dos contratos, que acontece na noite desta terça-feira (11), no Palácio Paiaguás.
O livro é de autoria do Instituto Homem Brasileiro (IHB) em parceria com os indígenas, e será feito a partir de oficinas de registro etnográfico. Como o objetivo é a autonomia do povo wauja, eles próprios vão discorrer sobre a iniciativa no encontro desta noite. "Estes aspectos são sentidos na pele pelos wauja. Nada mais natural do que deixá-los falar sobre o assunto", pontuou a arqueóloga Gabriele Viega Garcia, uma das representantes do IHB.
Gabriele explica estudos etnográficos apontaram que gradualmente vem sendo dissolvido o conhecimento tradicional do povo wauja, devido a um afastamento das novas gerações. Muito se deve à falta de registro.
Por este motivo, de acordo com a assessoria, o primeiro passo será resgatar as narrativas do mítico Kamukuwaká e do pescador Yakuwixekú, que explicam o ritual de furação de orelha e a cerimônia de iniciação do jovem wauja.
Para a crença local, "Kamukuwaká liderou seu povo no confronto contra o invejoso Kamo (Sol), conduzindo-os ao céu para fugir de seres malignos enviados pelo inimigo. Em tempos diferentes, a história de Yakuwixekú e seus irmãos conta uma nova subida ao céu, onde aprenderam tudo sobre o rito de iniciação".
A gruta Kamukuwaká, no entanto, fica fora do território do Xingu, e por isso as histórias só podem ser passadas oralmente, sem o real conhecimento do espaço físico onde teriam acontecido.
Ainda de acordo com a assessoria, essa gruta também é importante por ter um sítio arqueológico de arte rupestre, situado à margem do rio Batovi. Ela é definida, também, como Complexo Sagrado de Kamukuwaká, e foi considerada patrimônio da União em 2010. No entanto, como não faz parte do Território Indígena, a área tem preservação ameaçada pelo agronegócio.
O livro
A obra premiada pela Secretaria de Cultura surgiu de um projeto de Gestão Ambiental que começou em 2014, e é realizado por uma equipe formada por pesquisadores indígenas e do IHB, que reúne arqueólogos, antropólogos, professores, alunos, fotógrafos, historiadores e anciões.
A ideia é capacitar os pesquisadores indígenas para a pesquisa etnográfica e produção do material didático que será inserido no programa letivo das escoolas wauja.
"O nosso almejo principal é a autonomia dos wauja, na execução dos trabalhos de registro e pesquisa sobre a sua cultura. Essa autonomia vem com as ações conjuntas de registro etnográfico que viemos desenvolvendo, fomentando também uma familiarização com as novas tecnologias de informação", explica Garcia.
http://www.olhardireto.com.br/conceito/noticias/exibir.asp?id=13034¬icia=projeto-aprovado-pela-secretaria-de-cultura-visa-preservacao-do-conhecimento-indigena
O livro é de autoria do Instituto Homem Brasileiro (IHB) em parceria com os indígenas, e será feito a partir de oficinas de registro etnográfico. Como o objetivo é a autonomia do povo wauja, eles próprios vão discorrer sobre a iniciativa no encontro desta noite. "Estes aspectos são sentidos na pele pelos wauja. Nada mais natural do que deixá-los falar sobre o assunto", pontuou a arqueóloga Gabriele Viega Garcia, uma das representantes do IHB.
Gabriele explica estudos etnográficos apontaram que gradualmente vem sendo dissolvido o conhecimento tradicional do povo wauja, devido a um afastamento das novas gerações. Muito se deve à falta de registro.
Por este motivo, de acordo com a assessoria, o primeiro passo será resgatar as narrativas do mítico Kamukuwaká e do pescador Yakuwixekú, que explicam o ritual de furação de orelha e a cerimônia de iniciação do jovem wauja.
Para a crença local, "Kamukuwaká liderou seu povo no confronto contra o invejoso Kamo (Sol), conduzindo-os ao céu para fugir de seres malignos enviados pelo inimigo. Em tempos diferentes, a história de Yakuwixekú e seus irmãos conta uma nova subida ao céu, onde aprenderam tudo sobre o rito de iniciação".
A gruta Kamukuwaká, no entanto, fica fora do território do Xingu, e por isso as histórias só podem ser passadas oralmente, sem o real conhecimento do espaço físico onde teriam acontecido.
Ainda de acordo com a assessoria, essa gruta também é importante por ter um sítio arqueológico de arte rupestre, situado à margem do rio Batovi. Ela é definida, também, como Complexo Sagrado de Kamukuwaká, e foi considerada patrimônio da União em 2010. No entanto, como não faz parte do Território Indígena, a área tem preservação ameaçada pelo agronegócio.
O livro
A obra premiada pela Secretaria de Cultura surgiu de um projeto de Gestão Ambiental que começou em 2014, e é realizado por uma equipe formada por pesquisadores indígenas e do IHB, que reúne arqueólogos, antropólogos, professores, alunos, fotógrafos, historiadores e anciões.
A ideia é capacitar os pesquisadores indígenas para a pesquisa etnográfica e produção do material didático que será inserido no programa letivo das escoolas wauja.
"O nosso almejo principal é a autonomia dos wauja, na execução dos trabalhos de registro e pesquisa sobre a sua cultura. Essa autonomia vem com as ações conjuntas de registro etnográfico que viemos desenvolvendo, fomentando também uma familiarização com as novas tecnologias de informação", explica Garcia.
http://www.olhardireto.com.br/conceito/noticias/exibir.asp?id=13034¬icia=projeto-aprovado-pela-secretaria-de-cultura-visa-preservacao-do-conhecimento-indigena
The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source