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Treinos à beira de pista de pouso do interior do Amazonas viram medalha
16/09/2017
Autor: Leonardo Filipo
Fonte: Globo Esporte globoesporte.globo.com
Um avião passa sobre a pista de atletismo da Universidade Federal do Paraná, onde estava sendo disputada a modalidade nos Jogos Escolares da Juventude de 12 a 14 anos, em Curitiba. Aluno da Escola Guarani, de Amambai, cidade com o maior número de indígenas do Mato Grosso do Sul, Yuri Benites esquece a timidez, abre um sorriso e aponta para o céu:
- Meu sonho é andar de avião.
O guarani-kaiowá de13 anos viajou de ônibus para a capital do Paraná com a delegação de seu estado. Disputou as provas de arremesso de peso, lançamento de dardo e revezamento 4x75m. Ele e os colegas de colégio treinam com dardos de bambu e discos feitos de ferro em um campão de areia na tribo onde moram.
Condições parecidas com as de Barreirinha, no interior do Amazonas, distante 24 horas de viagem de barco até Manaus, a capital. Como a quadra do colégio Padre Seixas está em condições precárias, os treinos de arremessos e corrida são à beira de uma pista de pouso ou em frente à igreja, no meio do movimento de pessoas e motos - carros são no máximo dez. Há apenas um disco semi-profissional para seis alunos, além dos artesanais de madeira e ferro.
Ainda assim, Isaias Levi saiu pela primeira vez do Amazonas para ficar em terceiro lugar no lançamento de disco. A medalha de bronze lhe garantiu Bolsa Atleta, categoria estudantil, de R$ 370. Fã de Darlan Romani, brasileiro que ficou em quinto lugar na Olimpíada do Rio no arremesso de peso, o garoto conta um pouco sobre as condições de treino e o lugar onde vive.
- É um implemento (disco) para seis. Tem que esperar a vez e ter muita paciência. Pouca gente faz atletismo por falta de técnico para orientar. Mas tem atleta em potencial que pode representar o Amazonas em ouro estado. É bem difícil ir para Manaus. Ainda mais com a crise no Amazonas. Tá ruim de dinheiro.
Índio com sobrenome do descobridor do Brasil, Alfredo Cabral é professor de Isaias no Padre Seixas. Apesar da falta de material, ele conta com a animação das crianças e pré-adolescentes da área central do município, que soma cerca de 3 mil habitantes. Ele acredita que ele e seus dois alunos estão nos Jogos Escolares por esforço próprio. A prefeitura de Barreirinha pagou as passagens de barco. Viajar 370 quilômetros e 24 horas pelas águas do Rio Paraná Ramos é comum para eles.
- Agora, de avião foi uma experiência muito grande. A gente não é acostumado a pegar um voo na madrugada. Somos acostumados a viajar de barco de dia e de noite. O voo parece como andar de ônibus, mas um pouco mais leve. O ônibus, quando passa num buraco você sente. No voo nós sentimos também por causa da turbulência.
A primeira etapa da edição de 2017 dos Jogos Escolares da Juventude, para alunos entre 12 e 14 anos, começou na última terça-feira, em Curitiba. São 4.043 alunos de 1.401 escolas, número recorde, disputando 13 modalidades até o próximo dia 22. A entrada é gratuita para o público em todos os locais de competição. Alguns eventos estão sendo transmissões ao vivo no GloboEsporte.com.
https://globoesporte.globo.com/jogos-escolares/noticia/treinos-na-beira-de-pista-de-pouso-do-interior-do-amazonas-viram-medalha.ghtml
- Meu sonho é andar de avião.
O guarani-kaiowá de13 anos viajou de ônibus para a capital do Paraná com a delegação de seu estado. Disputou as provas de arremesso de peso, lançamento de dardo e revezamento 4x75m. Ele e os colegas de colégio treinam com dardos de bambu e discos feitos de ferro em um campão de areia na tribo onde moram.
Condições parecidas com as de Barreirinha, no interior do Amazonas, distante 24 horas de viagem de barco até Manaus, a capital. Como a quadra do colégio Padre Seixas está em condições precárias, os treinos de arremessos e corrida são à beira de uma pista de pouso ou em frente à igreja, no meio do movimento de pessoas e motos - carros são no máximo dez. Há apenas um disco semi-profissional para seis alunos, além dos artesanais de madeira e ferro.
Ainda assim, Isaias Levi saiu pela primeira vez do Amazonas para ficar em terceiro lugar no lançamento de disco. A medalha de bronze lhe garantiu Bolsa Atleta, categoria estudantil, de R$ 370. Fã de Darlan Romani, brasileiro que ficou em quinto lugar na Olimpíada do Rio no arremesso de peso, o garoto conta um pouco sobre as condições de treino e o lugar onde vive.
- É um implemento (disco) para seis. Tem que esperar a vez e ter muita paciência. Pouca gente faz atletismo por falta de técnico para orientar. Mas tem atleta em potencial que pode representar o Amazonas em ouro estado. É bem difícil ir para Manaus. Ainda mais com a crise no Amazonas. Tá ruim de dinheiro.
Índio com sobrenome do descobridor do Brasil, Alfredo Cabral é professor de Isaias no Padre Seixas. Apesar da falta de material, ele conta com a animação das crianças e pré-adolescentes da área central do município, que soma cerca de 3 mil habitantes. Ele acredita que ele e seus dois alunos estão nos Jogos Escolares por esforço próprio. A prefeitura de Barreirinha pagou as passagens de barco. Viajar 370 quilômetros e 24 horas pelas águas do Rio Paraná Ramos é comum para eles.
- Agora, de avião foi uma experiência muito grande. A gente não é acostumado a pegar um voo na madrugada. Somos acostumados a viajar de barco de dia e de noite. O voo parece como andar de ônibus, mas um pouco mais leve. O ônibus, quando passa num buraco você sente. No voo nós sentimos também por causa da turbulência.
A primeira etapa da edição de 2017 dos Jogos Escolares da Juventude, para alunos entre 12 e 14 anos, começou na última terça-feira, em Curitiba. São 4.043 alunos de 1.401 escolas, número recorde, disputando 13 modalidades até o próximo dia 22. A entrada é gratuita para o público em todos os locais de competição. Alguns eventos estão sendo transmissões ao vivo no GloboEsporte.com.
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