From Indigenous Peoples in Brazil

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Fundador da Doutores da Alegria e liderança indígena se filiam à REDE

13/03/2018

Fonte: Rede sustentabilidade https://redesustentabilidade.org.br/



Na última semana, a Rede Sustentabilidade ganhou duas novas e importantes filiações. Wellington Nogueira, fundador da associação Doutores da Alegria, e Kaká Werá, escritor e liderança ambientalista de origem indígena tapuia. As filiações ocorreram em São Paulo, onde foram recebidos pelos porta-vozes nacionais do partido, Marina Silva e Zé Gustavo.

Para Zé Gustavo, as novas filiações vão agregar inovação à forma de se pensar a política. "O Wellington é essa figura fantástica, alegre, que já construiu algo muito bonito para a sociedade, com o Doutores da Alegria, e agora poderá trazer sua contribuição no âmbito da política. E, o Werá, além do histórico de luta pela representatividade dos povos indígenas, traz um grupo de pessoas que quer discutir a concepção de um mandato conjunto, como mais uma proposta prática de renovação na política." destaca.

Wellington Nogueira

Wellington Nogueira já bateu a marca de 1 milhão de visitas hospitalares com a renomada associação Doutores da Alegria, que fundou em 1991. Enquanto estruturava a associação, como uma organização sem fins lucrativos, mergulhou a fundo nas legislações pertinentes, nas políticas públicas e vislumbrou a importância de se aproximar da política.

"Durante esse exercício, me descobri empreendedor social e, como tal, me vi junto com outros trabalhando pela criação de políticas públicas. Durante esse processo, era fundamental encontrar o político certo, que acreditasse na causa, que fosse se envolver com ela, que fosse defendê-la. Então isso me inspirou a entrar para a política. No entanto, quando fui investigar, me informar sobre esse universo, me senti despreparado e sozinho. Senti que não era a hora", reflete.

Desde 2017, Nogueira é parte do movimento RenovaBR, que forma lideranças políticas no Brasil. E, agora, deseja expandir o seu trabalho para o meio político. "O Renova apareceu com o embasamento para aquilo que eu não tive, quinze anos atrás. A oportunidade de estar com pessoas brilhantes, sérias e comprometidas, que me ensinam e me inspiram. E podermos criar juntos, aprender juntos. Tudo isso me deu a segurança necessária para enfrentar a seara política", explica.

Para ele, a escolha da REDE para concorrer a deputado federal foi algo muito natural, uma vez que desde a fundação, o partido buscava se destacar pela diferença e inovação na forma de se fazer política. "Um partido que se abre para essa experimentação, para fazer algo diferente do que existe e do que já foi feito, independente de acertar ou não, já tem mais chances de inovar. Como artista, como palhaço, inovar é uma prática muito comum. Estamos sempre tentando, fazendo e acontecendo. Nem sempre dá certo, mas a gente aprende com o erro e faz de novo e melhor", pontuou.

Apesar disso, Wellington destaca que o encontro com os porta-vozes do partido, em São Paulo, foi definitivo para selar a sua escolha. "Me senti acolhido pelo Zé Gustavo, desde o momento em que comecei a pesquisar sobre os partidos. Ele já foi me mostrando os prós e contras, com um papo direto e muito íntegro. Ao encontrar a Marina, me recordei de quando a conheci no Acre, contando histórias para as crianças. E o quanto ela e a trajetória dela como líder me inspiraram desde aquela época. Então, tive certeza de que estava fazendo a escolha certa", finalizou.

Kaká Werá

Desde a juventude, Kaka Werá, começou a se interessar pela pesquisa e divulgação da cultura indígena. De lá pra cá, publicou livros e teve sua vida profissional pautada por causas que valorizam a cultura dos povos indígenas, a defesa e expansão de direitos e a construção de políticas públicas voltadas à real necessidade das minorias.

Em 2014, quando se candidatou ao Senado, tinha como principais agendas o fortalecimento de etnias e demais minorias dentro do Congresso - com a chamada Agenda da Dignidade - e pautas referentes ao meio ambiente. "Na REDE, pretendo dar continuidade a esse trabalho que já vinha exercendo na área política, com o fortalecimento da representatividade e mobilização das minorias, e também, a implantação de políticas públicas para o desenvolvimento de energia limpa no país", explica.

Como Werá é um entusiasta das candidaturas coletivas ou mandatos conjuntos, a REDE tornou-se um espaço profícuo para a sua participação política com esse viés. "Sempre tentei imprimir um foco colaboracionista e humanitário em tudo o que fiz. E dentro da REDE pretendo ter uma candidatura com essa base colaboracionista. Pretendo ser um co-candidato", afirma.

O mandato conjunto nada mais é que a candidatura de um grupo e não apenas de um candidato. Para atender à Justiça eleitoral, que ainda não permite que um colegiado seja registrado como candidato, uma pessoa é escolhida para representar aquele coletivo nas disputas eleitorais.

Na prática, as decisões, os votos nas sessões plenárias e o uso dos valores recebidos por esse candidato eleito em razão do exercício do mandato, seriam definidos pelo coletivo. É o caso do mandato coletivo de um vereador eleito em Alto Paraíso, no Goiás. O eleito não é orientado por um conselho consultivo, por exemplo. Todos os cinco representantes do coletivo, prometem comparecer às sessões, colocar o voto em debate e tomar decisões em conjunto.

E, se na atual conjuntura política, o que se busca são novas formas de abordagem política para além do conteúdo, então o encontro entre uma seringueira, um indígena e um palhaço podem render muitos frutos.



https://redesustentabilidade.org.br/2018/03/13/fundador-da-doutores-da-alegria-e-lideranca-indigena-se-filiam-a-rede/
 

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