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Método para reduzir as temperaturas pode aumentar incêndios florestais
11/04/2018
Fonte: O Globo, Sociedade, p.30.
Método para reduzir as temperaturas pode aumentar incêndios florestais
Uma das técnicas de geoengenharia mais defendidas na tentativa de combater o aquecimento global, a liberação de dióxido de enxofre na atmosfera pode aumentar o risco de incêndios florestais em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil. O alerta vem de um estudo divulgado nesta semana por cientistas da Universidade de Exeter e do Met Office Hadley Centre, ambos do Reino Unido.
A pesquisa reconhece a dificuldade da comunidade internacional em assegurar que o planeta não aqueça mais do que 1,5 grau Celsius, que é a marca máxima tolerada por países menos desenvolvidos, como os Estados insulares. O dióxido de enxofre, após ser liberado na atmosfera, produziria um fino véu de gotículas que refletiriam parte da luz solar para o espaço, ajudando a manter a Terra mais fresca.
Esse plano, no entanto, poderia provocar efeitos colaterais significativos, como a alteração no padrão global de chuvas. Mesmo que contenha parcialmente o avanço dos termômetros, o dióxido de enxofre provocaria consequências diferentes em cada região do planeta. Algumas poderiam ficar mais secas e, por isso, mais vulneráveis a incêndios florestais.
De acordo com os modelos climáticos desenvolvidos pelo Projeto Helix, financiado pela União Europeia, a maior parte do mundo teria ao menos 30 dias por ano com alto risco de incêndio na mata. Esse índice seria dobrado em algumas regiões - as Américas, o Sul da África e o Leste e o Sul da Ásia.
Para Chantella Burton, pesquisadora da Universidade de Exeter, o estudo deixa claro que a prioridade de cientistas e governantes deve ser a revisão de estratégias que reduzam a influência humana sobre o clima global.
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- As intervenções que visam à redução dos impactos ambientais podem acabar aumentando-os - alerta Chantella, que publicou o estudo na revista "Geophysical Research Letters".
Coautor da pesquisa e diretor do Projeto Helix, Richard Betts acrescenta que o uso do dióxido de enxofre contra o aumento dos termômetros não deve ser debatido apenas por cientistas.
- Está claro que, no geral, há benefícios em limitar o aquecimento global. No entanto, é importante considerar também os detalhes regionais, especialmente se considerarmos a implementação de medidas mais radicais, como a geoengenharia - explica. - Se essas intervenções provocarem a origem tanto de perdedores quanto de vencedores, como lidaríamos com a ética de nossas ações?
O Globo, 11/04/2018, Sociedade, p.30.
https://oglobo.globo.com/sociedade/metodo-para-reduzir-as-temperaturas-pode-aumentar-incendios-florestais-22577690
Uma das técnicas de geoengenharia mais defendidas na tentativa de combater o aquecimento global, a liberação de dióxido de enxofre na atmosfera pode aumentar o risco de incêndios florestais em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil. O alerta vem de um estudo divulgado nesta semana por cientistas da Universidade de Exeter e do Met Office Hadley Centre, ambos do Reino Unido.
A pesquisa reconhece a dificuldade da comunidade internacional em assegurar que o planeta não aqueça mais do que 1,5 grau Celsius, que é a marca máxima tolerada por países menos desenvolvidos, como os Estados insulares. O dióxido de enxofre, após ser liberado na atmosfera, produziria um fino véu de gotículas que refletiriam parte da luz solar para o espaço, ajudando a manter a Terra mais fresca.
Esse plano, no entanto, poderia provocar efeitos colaterais significativos, como a alteração no padrão global de chuvas. Mesmo que contenha parcialmente o avanço dos termômetros, o dióxido de enxofre provocaria consequências diferentes em cada região do planeta. Algumas poderiam ficar mais secas e, por isso, mais vulneráveis a incêndios florestais.
De acordo com os modelos climáticos desenvolvidos pelo Projeto Helix, financiado pela União Europeia, a maior parte do mundo teria ao menos 30 dias por ano com alto risco de incêndio na mata. Esse índice seria dobrado em algumas regiões - as Américas, o Sul da África e o Leste e o Sul da Ásia.
Para Chantella Burton, pesquisadora da Universidade de Exeter, o estudo deixa claro que a prioridade de cientistas e governantes deve ser a revisão de estratégias que reduzam a influência humana sobre o clima global.
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- As intervenções que visam à redução dos impactos ambientais podem acabar aumentando-os - alerta Chantella, que publicou o estudo na revista "Geophysical Research Letters".
Coautor da pesquisa e diretor do Projeto Helix, Richard Betts acrescenta que o uso do dióxido de enxofre contra o aumento dos termômetros não deve ser debatido apenas por cientistas.
- Está claro que, no geral, há benefícios em limitar o aquecimento global. No entanto, é importante considerar também os detalhes regionais, especialmente se considerarmos a implementação de medidas mais radicais, como a geoengenharia - explica. - Se essas intervenções provocarem a origem tanto de perdedores quanto de vencedores, como lidaríamos com a ética de nossas ações?
O Globo, 11/04/2018, Sociedade, p.30.
https://oglobo.globo.com/sociedade/metodo-para-reduzir-as-temperaturas-pode-aumentar-incendios-florestais-22577690
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