From Indigenous Peoples in Brazil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.
Noticias
Entre a fome e a miséria, Xavantes pedem permissão para plantar
04/06/2019
Fonte: 24 horas news https://www.24horasnews.com.br/
A reserva Sangradouro, no leste de Mato Grosso, tem 130 mil hectares espalhados por quatro municípios. São, aproximadamente, 60 aldeias ocupadas por 2.700 indígenas da etnia Xavante. A maioria vive em situação de extrema pobreza.
"Estão comendo farinha com água. Muitos morrem por diabetes, anemia e alcoolismo. Se não tiverem a subsistência própria, vão deixar de existir", lamenta o coordenador de Assuntos Indígenas Xavante, Aguinaldo Pereira dos Santos. Para ele, a saída está na agricultura. "Plantar três mil hectares não vai acabar com a cultura indígena, não. Eles terão dignidade, escola e alimentação boas", defende.
Segundo o cacique Bartolomeu Partira Pronhopa, já houve uma tentativa no passado, mas a polêmica em torno do tema pôs fim aos planos. "Tem algumas ONGs que são boas, que nos apoiam na agricultura, cultura, educação e saúde, mas não são todas. Tem umas que querem a gente debaixo das asas deles. Eles continuam a vida bela na cidade e o índio passa fome", relata.
O choro da pequena Bianca, de apenas um ano e quatro meses, é de fome. "O sentimento é de dor, por não ter o que dar para ela de manhã", conta o pai da criança, Umirtes Uwajess Ajawe.
A cacique Cecília Reuvweio prepara uma anta para ser dividida entre várias famílias. A caça é insuficiente para matar a fome de todos. "Não vai nem durar. A gente vai cortando os pedacinhos, para cada um", diz. O pai dela foi um dos muitos mortos pela desnutrição. "Foi recente, e o sentimento de perder o pai desta forma é de muita dor. Se a gente tivesse comida ele com certeza não teria morrido", afirma.
Diante da miséria e da fome que assombram as aldeias, o cacique Alexandre Ctsereptsé faz um apelo ao governo federal: "Tem que mandar 50 máquinas para o Sangradouro, para desmatar, gradear, plantar soja, arroz e todo o alimento. Só isso vai salvar o povo Xavante", afirma.
Santos afirma que está se reunindo com os caciques para fazer uma ata. Depois, a ideia é realizar um referendo em todo o Sangradouro, para que seja dada entrada no Ministério Público e na Fundação Nacional do Índio (Funai). "Temos um exemplo fácil: há dez anos os índios Paresi estavam nas mesmas condições dos Xavantes. Hoje, eles são exemplo para o Brasil", conta.
https://www.24horasnews.com.br/pingo-no-i/entre-a-fome-e-a-miseria-xavantes-pedem-permissao-para-plantar.html
"Estão comendo farinha com água. Muitos morrem por diabetes, anemia e alcoolismo. Se não tiverem a subsistência própria, vão deixar de existir", lamenta o coordenador de Assuntos Indígenas Xavante, Aguinaldo Pereira dos Santos. Para ele, a saída está na agricultura. "Plantar três mil hectares não vai acabar com a cultura indígena, não. Eles terão dignidade, escola e alimentação boas", defende.
Segundo o cacique Bartolomeu Partira Pronhopa, já houve uma tentativa no passado, mas a polêmica em torno do tema pôs fim aos planos. "Tem algumas ONGs que são boas, que nos apoiam na agricultura, cultura, educação e saúde, mas não são todas. Tem umas que querem a gente debaixo das asas deles. Eles continuam a vida bela na cidade e o índio passa fome", relata.
O choro da pequena Bianca, de apenas um ano e quatro meses, é de fome. "O sentimento é de dor, por não ter o que dar para ela de manhã", conta o pai da criança, Umirtes Uwajess Ajawe.
A cacique Cecília Reuvweio prepara uma anta para ser dividida entre várias famílias. A caça é insuficiente para matar a fome de todos. "Não vai nem durar. A gente vai cortando os pedacinhos, para cada um", diz. O pai dela foi um dos muitos mortos pela desnutrição. "Foi recente, e o sentimento de perder o pai desta forma é de muita dor. Se a gente tivesse comida ele com certeza não teria morrido", afirma.
Diante da miséria e da fome que assombram as aldeias, o cacique Alexandre Ctsereptsé faz um apelo ao governo federal: "Tem que mandar 50 máquinas para o Sangradouro, para desmatar, gradear, plantar soja, arroz e todo o alimento. Só isso vai salvar o povo Xavante", afirma.
Santos afirma que está se reunindo com os caciques para fazer uma ata. Depois, a ideia é realizar um referendo em todo o Sangradouro, para que seja dada entrada no Ministério Público e na Fundação Nacional do Índio (Funai). "Temos um exemplo fácil: há dez anos os índios Paresi estavam nas mesmas condições dos Xavantes. Hoje, eles são exemplo para o Brasil", conta.
https://www.24horasnews.com.br/pingo-no-i/entre-a-fome-e-a-miseria-xavantes-pedem-permissao-para-plantar.html
Las noticias publicadas en el sitio Povos Indígenas do Brasil (Pueblos Indígenas del Brasil) son investigadas en forma diaria a partir de fuentes diferentes y transcriptas tal cual se presentan en su canal de origen. El Instituto Socioambiental no se responsabiliza por las opiniones o errores publicados en esos textos. En el caso en el que Usted encuentre alguna inconsistencia en las noticias, por favor, póngase en contacto en forma directa con la fuente mencionada.