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Maior festa quilombola do estado do Rio de Janeiro, no município de Valença, retoma tradição interrompida há cinco anos
20/05/2024
Fonte: O Globo - https://oglobo.globo.com/
Maior festa quilombola do estado do Rio de Janeiro, no município de Valença, retoma tradição interrompida há cinco anos
Com última edição em 2018, o evento é considerado o maior encontro de quilombolas do Rio de Janeiro e atrai gente de todo o Brasil.
20/05/2024
A tradicional Festa de Maio do Quilombo São José da Serra, em Valença, será retomada após cinco anos de interrupção. A última edição foi em 2018, quando os organizadores resolveram fazer uma pausa para reformulação. Depois veio a pandemia da Covid-19 e de lá para cá houve a perda de algumas lideranças que já estavam idosas, como Antônio Nascimento Fernandes, conhecido como "Toninho do Canecão" , em março de 2022, aos 71 anos, e Terezinha Fernandes Azedias, a Mãe Tetê, em meados do ano passado, aos 79.
Mãe Tetê era uma referência religiosa e responsável pelo Centro de Umbanda São Jorge Guerreiro e Caboclo Rompe Mato. Ela foi escolhida para ser a homenageada na festa desse ano, assim como Iracy Gonçalves Fernandes, Maria Albana Estevão do Nascimento e José dos Passos Estevão, o Jorjão, todos já falecidos.
O evento volta agora com força total e deve atrair cerca de 4 mil pessoas para a cidade com pouco mais de 77 mil habitantes, localizada no sul do estado. É o maior encontro de quilombolas do Rio de Janeiro e atrai gente de todo o Brasil. Um dos pontos altos é a bênção da fogueira, com apresentação de grupo de jongo e pedidos de proteção aos presentes. Segundo os organizadores, a retomada dos festejos - que é uma referência à abolição da escravatura, em 13 de maio -, se dá em espírito de união.
-A retomada dessa festa é como se nós (os mais novos) recebêssemos o cajado (dos mais velhos) para podermos prosseguir com a nova geração sem permitir que se perca as características do quilombo, as tradições e a cultura, sem falar no intercâmbio de conhecimentos entre as comunidades quilombolas e o seu fortalecimento após o período de pandemia. Estamos aí novamente fazendo esse intercâmbio de conhecimento juntando as comunidades para podermos fortalecer e reivindicar direitos que novamente estão sendo esquecidos - afirmou Almir Gonçalves, vice-presidente do Quilombo filho de Toninho do Canecão.
História do quilombo
O Quilombo São José tem 150 anos de existência e é uma comunidade formada por uma única família de cerca de 300 quilombolas que preservam o jongo, dança de roda considerada uma das origens do samba, cujas raízes foram trazidas de Angola para a região do Vale do Café. O primeiro ancestral africano, Pedro Seabra foi trazido a força para trabalhar na fazenda de café, da região onde nasceu Clementina de Jesus.
A comunidade é atualmente considerada Patrimônio Cultural da Humanidade. Ela preserva até os dias atuais ricas tradições fundamentais na formação da cultura nacional, como o Jongo, a Umbanda, o Calango, o Terço de São Gonçalo, a medicina natural, rezas e benzeduras, a agricultura familiar entre outras. A floresta, as casas de barro com telhados de palha, e o fogão de lenha ainda fazem parte do cotidiano do seu povo.
A Festa de Maio é realizada com patrocínio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro e do Ministério da Cultura através da Lei Paulo Gustavo e é uma realização da Associação de Moradores do Quilombo São José em parceria com o Instituto Floresta.
https://oglobo.globo.com/fotogalerias/fotos/2024/05/maior-festa-quilombola-do-estado-do-rio-de-janeiro-no-municipio-de-valenca-retoma-tradicao-interrompida-ha-cinco-anos.ghtml
Com última edição em 2018, o evento é considerado o maior encontro de quilombolas do Rio de Janeiro e atrai gente de todo o Brasil.
20/05/2024
A tradicional Festa de Maio do Quilombo São José da Serra, em Valença, será retomada após cinco anos de interrupção. A última edição foi em 2018, quando os organizadores resolveram fazer uma pausa para reformulação. Depois veio a pandemia da Covid-19 e de lá para cá houve a perda de algumas lideranças que já estavam idosas, como Antônio Nascimento Fernandes, conhecido como "Toninho do Canecão" , em março de 2022, aos 71 anos, e Terezinha Fernandes Azedias, a Mãe Tetê, em meados do ano passado, aos 79.
Mãe Tetê era uma referência religiosa e responsável pelo Centro de Umbanda São Jorge Guerreiro e Caboclo Rompe Mato. Ela foi escolhida para ser a homenageada na festa desse ano, assim como Iracy Gonçalves Fernandes, Maria Albana Estevão do Nascimento e José dos Passos Estevão, o Jorjão, todos já falecidos.
O evento volta agora com força total e deve atrair cerca de 4 mil pessoas para a cidade com pouco mais de 77 mil habitantes, localizada no sul do estado. É o maior encontro de quilombolas do Rio de Janeiro e atrai gente de todo o Brasil. Um dos pontos altos é a bênção da fogueira, com apresentação de grupo de jongo e pedidos de proteção aos presentes. Segundo os organizadores, a retomada dos festejos - que é uma referência à abolição da escravatura, em 13 de maio -, se dá em espírito de união.
-A retomada dessa festa é como se nós (os mais novos) recebêssemos o cajado (dos mais velhos) para podermos prosseguir com a nova geração sem permitir que se perca as características do quilombo, as tradições e a cultura, sem falar no intercâmbio de conhecimentos entre as comunidades quilombolas e o seu fortalecimento após o período de pandemia. Estamos aí novamente fazendo esse intercâmbio de conhecimento juntando as comunidades para podermos fortalecer e reivindicar direitos que novamente estão sendo esquecidos - afirmou Almir Gonçalves, vice-presidente do Quilombo filho de Toninho do Canecão.
História do quilombo
O Quilombo São José tem 150 anos de existência e é uma comunidade formada por uma única família de cerca de 300 quilombolas que preservam o jongo, dança de roda considerada uma das origens do samba, cujas raízes foram trazidas de Angola para a região do Vale do Café. O primeiro ancestral africano, Pedro Seabra foi trazido a força para trabalhar na fazenda de café, da região onde nasceu Clementina de Jesus.
A comunidade é atualmente considerada Patrimônio Cultural da Humanidade. Ela preserva até os dias atuais ricas tradições fundamentais na formação da cultura nacional, como o Jongo, a Umbanda, o Calango, o Terço de São Gonçalo, a medicina natural, rezas e benzeduras, a agricultura familiar entre outras. A floresta, as casas de barro com telhados de palha, e o fogão de lenha ainda fazem parte do cotidiano do seu povo.
A Festa de Maio é realizada com patrocínio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro e do Ministério da Cultura através da Lei Paulo Gustavo e é uma realização da Associação de Moradores do Quilombo São José em parceria com o Instituto Floresta.
https://oglobo.globo.com/fotogalerias/fotos/2024/05/maior-festa-quilombola-do-estado-do-rio-de-janeiro-no-municipio-de-valenca-retoma-tradicao-interrompida-ha-cinco-anos.ghtml
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