From Indigenous Peoples in Brazil
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News
Invasores ameaçam Parakanã com ataques em Terra Indígena
26/02/2025
Autor: Nicoly Ambrosio
Fonte: Amazonia Real - https://amazoniareal.com.br
Manaus (AM) - Três atentados a tiros em menos de três meses. Pouco mais de um ano após a desintrusão na Terra Indígena Apyterewa, em São Félix do Xingu (PA), essa é a realidade enfrentada pelos Parakanã. O último ataque ocorreu na madrugada do dia 19 deste mês. A aldeia Tekatawa foi alvo de tiroteio pesado desferido por invasores e fazendeiros que tentam retomar sua ocupação ilegal. Os indígenas reagiram, mas ninguém se feriu. Pontes foram destruídas, deixando a comunidade isolada.
Relatos obtidos pela Amazônia Real indicam que os Parakanã afirmam que a desintrusão foi insuficiente e são necessárias ações de segurança permanente por parte das autoridades públicas para evitar retaliações de invasores e fazendeiros que continuam no entorno da terra indígena. "A gente vive aqui ameaçado, qualquer hora pode acontecer o pior", alerta Surara Parakanã, uma das lideranças da TI Apyterewa. "E nós, as lideranças, estamos todas marcadas para morrer. Eles querem acabar com nós, disseram que vão matar qualquer uma liderança a qualquer hora na cidade. A gente quer que a Polícia Federal investigue, pegue esses pistoleiros."
Na quarta-feira da semana passada, os invasores e fazendeiros atacaram na surdina. "Esse ataque ocorreu por volta das duas da madrugada. Graças a Deus, ninguém morreu nessa hora, mas havia muitas crianças, mulheres e idosos. Estamos muito preocupados, porque não temos nenhuma segurança", disse o cacique-geral da TI Apyterewa, Mama Parakanã à Amazônia Real. Para garantir alguma segurança, os indígenas retiraram as mulheres, crianças e idosos do local..
O primeiro ataque ocorreu em dezembro de 2024, quando vídeos e fotos registrados pelos indígenas mostraram as marcas de balas que atingiram as casas e redes de dormir na aldeia. A Força Nacional foi acionada após a ocorrência. Em janeiro, o segundo ataque aconteceu quando os indígenas saíram para caçar no território e se depararam com um acampamento de não-indígenas. Enquanto investigavam a área, foram surpreendidos por disparos e reagiram em legítima defesa.
As constantes ameaças têm impedido os indígenas Parakanã de circularem livremente para resolver questões do dia a dia na cidade de São Félix do Xingu, como fazer compras de produtos indisponíveis na terra indígena ou para resolver questões relativas a benefícios sociais. A insegurança é tanta que muitas lideranças evitam aparições públicas, principalmente em transmissões na televisão, para não se tornarem alvos ainda mais expostos. "É a nossa realidade de muitos anos", lamenta Surara.
Com a destruição das pontes, o acesso à área onde estão as bases de apoio da Força Nacional de Segurança e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) foi impedido, e os indígenas estão isolados sem conseguir atravessar, pois o igarapé largo dificulta o deslocamento.
A Força Nacional de Segurança fica na Base de Proteção Etnoabiental São Francisco, vinculada à Funai, e realiza rondas diárias nas aldeias da TI por terra e pelo rio Xingu. No entanto, sem as pontes, as patrulhas terrestres foram interrompidas.
Desde o primeiro ataque, os indígenas encaminharam denúncias e relatórios à Polícia Federal, mas afirmam que a resposta tem sido lenta, enquanto os pistoleiros continuam promovendo novas ameaças e invasões.
Na última sexta-feira (21), o Ministério Público Federal (MPF) enviou à Polícia Federal um documento denunciando o caso. A denúncia apresenta a transcrição de um áudio com relato sobre a ocorrência de ataque a tiros contra os indígenas Parakanã na aldeia Tekatawa.
O MPF solicitou a inclusão das informações em um inquérito policial já em andamento. Procurado pela Amazônia Real, o órgão disse que "segue acompanhando a situação e aguarda a atuação da Polícia Federal na apuração detalhada dos fatos".
Diante de uma falta de ação, a liderança indígena cobra medidas urgentes para garantir a segurança do território: "Fizeram a desintrusão, então agora têm que ajudar a gente a vigiar esse território. Não é só largar a gente aqui dentro e não olhar. Estamos pedindo agilidade da Polícia Federal", afirma Surara.
https://amazoniareal.com.br/invasores-ameacam-parakana-com-ataques-em-terra-indigena/
Relatos obtidos pela Amazônia Real indicam que os Parakanã afirmam que a desintrusão foi insuficiente e são necessárias ações de segurança permanente por parte das autoridades públicas para evitar retaliações de invasores e fazendeiros que continuam no entorno da terra indígena. "A gente vive aqui ameaçado, qualquer hora pode acontecer o pior", alerta Surara Parakanã, uma das lideranças da TI Apyterewa. "E nós, as lideranças, estamos todas marcadas para morrer. Eles querem acabar com nós, disseram que vão matar qualquer uma liderança a qualquer hora na cidade. A gente quer que a Polícia Federal investigue, pegue esses pistoleiros."
Na quarta-feira da semana passada, os invasores e fazendeiros atacaram na surdina. "Esse ataque ocorreu por volta das duas da madrugada. Graças a Deus, ninguém morreu nessa hora, mas havia muitas crianças, mulheres e idosos. Estamos muito preocupados, porque não temos nenhuma segurança", disse o cacique-geral da TI Apyterewa, Mama Parakanã à Amazônia Real. Para garantir alguma segurança, os indígenas retiraram as mulheres, crianças e idosos do local..
O primeiro ataque ocorreu em dezembro de 2024, quando vídeos e fotos registrados pelos indígenas mostraram as marcas de balas que atingiram as casas e redes de dormir na aldeia. A Força Nacional foi acionada após a ocorrência. Em janeiro, o segundo ataque aconteceu quando os indígenas saíram para caçar no território e se depararam com um acampamento de não-indígenas. Enquanto investigavam a área, foram surpreendidos por disparos e reagiram em legítima defesa.
As constantes ameaças têm impedido os indígenas Parakanã de circularem livremente para resolver questões do dia a dia na cidade de São Félix do Xingu, como fazer compras de produtos indisponíveis na terra indígena ou para resolver questões relativas a benefícios sociais. A insegurança é tanta que muitas lideranças evitam aparições públicas, principalmente em transmissões na televisão, para não se tornarem alvos ainda mais expostos. "É a nossa realidade de muitos anos", lamenta Surara.
Com a destruição das pontes, o acesso à área onde estão as bases de apoio da Força Nacional de Segurança e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) foi impedido, e os indígenas estão isolados sem conseguir atravessar, pois o igarapé largo dificulta o deslocamento.
A Força Nacional de Segurança fica na Base de Proteção Etnoabiental São Francisco, vinculada à Funai, e realiza rondas diárias nas aldeias da TI por terra e pelo rio Xingu. No entanto, sem as pontes, as patrulhas terrestres foram interrompidas.
Desde o primeiro ataque, os indígenas encaminharam denúncias e relatórios à Polícia Federal, mas afirmam que a resposta tem sido lenta, enquanto os pistoleiros continuam promovendo novas ameaças e invasões.
Na última sexta-feira (21), o Ministério Público Federal (MPF) enviou à Polícia Federal um documento denunciando o caso. A denúncia apresenta a transcrição de um áudio com relato sobre a ocorrência de ataque a tiros contra os indígenas Parakanã na aldeia Tekatawa.
O MPF solicitou a inclusão das informações em um inquérito policial já em andamento. Procurado pela Amazônia Real, o órgão disse que "segue acompanhando a situação e aguarda a atuação da Polícia Federal na apuração detalhada dos fatos".
Diante de uma falta de ação, a liderança indígena cobra medidas urgentes para garantir a segurança do território: "Fizeram a desintrusão, então agora têm que ajudar a gente a vigiar esse território. Não é só largar a gente aqui dentro e não olhar. Estamos pedindo agilidade da Polícia Federal", afirma Surara.
https://amazoniareal.com.br/invasores-ameacam-parakana-com-ataques-em-terra-indigena/
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