From Indigenous Peoples in Brazil
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News
Indígenas da amazônia criam barco movido a energia solar e aposentam diesel
04/06/2025
Fonte: FSP - https://www1.folha.uol.com.br/
Indígenas da amazônia criam barco movido a energia solar e aposentam diesel
Projeto Kara Solar, do Equador, possui dez embarcações elétricas, uma delas no Brasil, para enfrentamento às mudanças climáticas e economia financeira da comunidade
Jorge Abreu
04/06/2025
A sustentabilidade guia os barcos do projeto Kara Solar pelos rios da amazônia. Isso porque as embarcações são movidas por meio de energia solar, e deixou de lado o uso de diesel -combustível extraído do petróleo, que colabora com o aquecimento do planeta.
Nantu Canelos, diretor executivo do projeto, relata que a iniciativa surgiu em 2012 durante uma cerimônia sagrada do povo indígena Achuar, do Equador. Segundo ele, os anciões sugeriram a ideia após consumo do chá tradicional de wayusa (Ilex guayusa), uma planta amazônica.
A comunidade, então, começou a trabalhar na substituição do uso de combustíveis fósseis por energia renovável. Para isso, eles tiveram que desenvolver as próprias baterias e motores de barcos, capazes de se movimentar por meio do novo recurso energético.
Em 2018, o grupo fundou o Kara Solar, que colocou o primeiro barco elétrico nas águas da amazônia equatoriana naquele ano. Agora, o projeto conta com dez embarcações espalhadas também em outros países: Suriname, Peru e Brasil.
"Proteger os nossos territórios e conservar nossos recursos naturais contra a mineração e exploração não são problemas apenas dos achuar, são também dos irmãos da amazônia. Por isso expandimos o projeto", disse Canelos.
Conforme dados do projeto, os barcos solares percorreram, em 2024, o total de 9.660 km, em 847 viagens e transportaram 6.428 passageiros no território Achuar. As viagens eram, prioritariamente, atendimento médico e serviços comunitários essenciais.
Ainda de acordo com o levantamento, no ano passado, 404 pessoas em comunidades remotas receberam capacitação prática em energia solar, do básico a engenharia elétrica avançada.
Ao todo, o projeto teria evitado emitir 210 toneladas de emissões de CO₂ ao substituir motores e geradores a gasolina por infraestrutura solar, deixando de consumir 26 mil galões de combustível.
O diretor executivo indígena apresentou os resultados do projeto du rante um encontro em abril, em Brasília, com cerca de 200 ativistas climáticos de 70 países. A programação teve como foco a transição energética justa, principalmente para populações mais vulneráveis.
Além disso, esse encontro, intitulado "Renovando Nossa Energia", buscou pressionar a comissão da COP30, a conferência do clima das Nações Unidas, por transição energética justa e mais espaço para as populações vulneráveis nas decisões globais. O evento será em novembro, no Pará.
"O meu sonho de futuro sustentável é que as energias solares sejam aproveitadas", destacou Canelos. "É preciso apoiar e ajudar os temas de produção de energia renovável nas áreas de educação, saúde e conservação da natureza."
Nantu Canelos afirma que o projeto foi fundamental para colaborar, também, na autonomia de locomoção das comunidades, principalmente as mais isoladas. Outro ponto positivo, em sua visão, seria a economia financeira da população, pois o consumo de diesel é caro.
"Há dificuldade de conseguir combustível na cidade para seus territórios por causa do custo e da distância", explicou. "Alguns financiadores querem indicadores que realmente tenham impacto."
No Brasil, a embarcação do projeto percorre os rios que banham o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, localizado entre o Amapá e o norte do Pará, uma das áreas mais isoladas e de difícil acesso da região, onde habitam diversos povos indígenas.
A proposta chegou à amazônia brasileira durante a pandemia de Covid-19, em 2020, com apresentações online para as comunidades sobre a iniciativa e, em seguida, levou oficinas e treinamento até o barco elétrico navegar pela primeira vez, no ano seguinte.
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2025/06/indigenas-da-amazonia-criam-barco-movido-a-energia-solar-e-aposentam-diesel.shtml
Projeto Kara Solar, do Equador, possui dez embarcações elétricas, uma delas no Brasil, para enfrentamento às mudanças climáticas e economia financeira da comunidade
Jorge Abreu
04/06/2025
A sustentabilidade guia os barcos do projeto Kara Solar pelos rios da amazônia. Isso porque as embarcações são movidas por meio de energia solar, e deixou de lado o uso de diesel -combustível extraído do petróleo, que colabora com o aquecimento do planeta.
Nantu Canelos, diretor executivo do projeto, relata que a iniciativa surgiu em 2012 durante uma cerimônia sagrada do povo indígena Achuar, do Equador. Segundo ele, os anciões sugeriram a ideia após consumo do chá tradicional de wayusa (Ilex guayusa), uma planta amazônica.
A comunidade, então, começou a trabalhar na substituição do uso de combustíveis fósseis por energia renovável. Para isso, eles tiveram que desenvolver as próprias baterias e motores de barcos, capazes de se movimentar por meio do novo recurso energético.
Em 2018, o grupo fundou o Kara Solar, que colocou o primeiro barco elétrico nas águas da amazônia equatoriana naquele ano. Agora, o projeto conta com dez embarcações espalhadas também em outros países: Suriname, Peru e Brasil.
"Proteger os nossos territórios e conservar nossos recursos naturais contra a mineração e exploração não são problemas apenas dos achuar, são também dos irmãos da amazônia. Por isso expandimos o projeto", disse Canelos.
Conforme dados do projeto, os barcos solares percorreram, em 2024, o total de 9.660 km, em 847 viagens e transportaram 6.428 passageiros no território Achuar. As viagens eram, prioritariamente, atendimento médico e serviços comunitários essenciais.
Ainda de acordo com o levantamento, no ano passado, 404 pessoas em comunidades remotas receberam capacitação prática em energia solar, do básico a engenharia elétrica avançada.
Ao todo, o projeto teria evitado emitir 210 toneladas de emissões de CO₂ ao substituir motores e geradores a gasolina por infraestrutura solar, deixando de consumir 26 mil galões de combustível.
O diretor executivo indígena apresentou os resultados do projeto du rante um encontro em abril, em Brasília, com cerca de 200 ativistas climáticos de 70 países. A programação teve como foco a transição energética justa, principalmente para populações mais vulneráveis.
Além disso, esse encontro, intitulado "Renovando Nossa Energia", buscou pressionar a comissão da COP30, a conferência do clima das Nações Unidas, por transição energética justa e mais espaço para as populações vulneráveis nas decisões globais. O evento será em novembro, no Pará.
"O meu sonho de futuro sustentável é que as energias solares sejam aproveitadas", destacou Canelos. "É preciso apoiar e ajudar os temas de produção de energia renovável nas áreas de educação, saúde e conservação da natureza."
Nantu Canelos afirma que o projeto foi fundamental para colaborar, também, na autonomia de locomoção das comunidades, principalmente as mais isoladas. Outro ponto positivo, em sua visão, seria a economia financeira da população, pois o consumo de diesel é caro.
"Há dificuldade de conseguir combustível na cidade para seus territórios por causa do custo e da distância", explicou. "Alguns financiadores querem indicadores que realmente tenham impacto."
No Brasil, a embarcação do projeto percorre os rios que banham o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, localizado entre o Amapá e o norte do Pará, uma das áreas mais isoladas e de difícil acesso da região, onde habitam diversos povos indígenas.
A proposta chegou à amazônia brasileira durante a pandemia de Covid-19, em 2020, com apresentações online para as comunidades sobre a iniciativa e, em seguida, levou oficinas e treinamento até o barco elétrico navegar pela primeira vez, no ano seguinte.
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2025/06/indigenas-da-amazonia-criam-barco-movido-a-energia-solar-e-aposentam-diesel.shtml
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