From Indigenous Peoples in Brazil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

News

Gilberto Gil se une à Conservação Internacional para lançar manifesto pela natureza: 'Conservar é nossa arte'

05/06/2025

Autor: Mônica Nunes

Fonte: Conexão Planeta - https://conexaoplaneta.com.br/blog/conservar-e-nossa-arte-gilberto-gil-se-une-a-co



Gilberto Gil se une à Conservação Internacional para lançar manifesto pela natureza: 'Conservar é nossa arte'

Por Mônica Nunes
05/06/2025

Gilberto Gil transformou sua turnê de despedida - Tempo Rei -, em uma oportunidade de mobilização ambiental. Se une à Conservação Internacional - que atua em mais de 30 países desde 1990 pela proteção de recursos naturais essenciais à vida e da qual é conselheiro - e à campanha Conservar é Nossa Arte, fazendo um chamado especial neste Dia Mundial do Meio Ambiente.

Iniciativa conecta música e engajamento com o intuito de sensibilizar o público sobre a importância da preservação ambiental, tão urgente neste momento em que o mundo sofre com os efeitos das mudanças climáticas, a natureza no Brasil está ameaçada pela maioria dos parlamentares no Congresso Nacional e este ano em que receberemos líderes globais na 30ª Conferência sobre Clima da ONU, que será realizada em Belém.

A campanha nas redes sociais apresenta dois filmes lindos e sensíveis. Pura poesia. No primeiro - Esse não é o fim (assista no final deste post) -, Gil faz um paralelo amoroso entre sua despedida do cenário musical (novos álbuns e shows) e a natureza, com a qual aprendeu a renascer, refazer, reinventar e recomeçar.

"Companheira antiga, rainha dos silêncios e das orações. Foi ela quem me ensinou a ouvir o mundo antes de querer dizer alguma coisa. E olha: ela tem falado alto! No calor que arde, na água que falta, no chão que racha, mas também no broto que insiste, no rio que resiste e no canto dos povos que guardam a floresta como se fossem suas mães".

PUBLICIDADE

É um manifesto poético que conecta sua trajetória à urgência climática. E, assim, Gil nos convida à transformação e reforça a ideia de que conservar a natureza também é um ato de criação.

"Este não é o fim! É só uma transição, como nas canções, um respiro, antes do compasso mudar porque o show da Terra, esse com milhões de anos, ele tem que continuar!". E o artista arremata: "Brasil, conservar é nossa arte".

No segundo vídeo, publicado hoje nas redes da CI, o músico diz: "Tá na hora de fazer da arteum ato de conservação!" porque "conservar a natureza é conservar a arte". E, depois de revelar o quanto a natureza tem influenciado sua música - "A natureza passa pela minha música. E minha música passa pela natureza. Pensamentos, ideias, sentimentos e a contemplação: eu diante dela" -, nos pergunta: "Como você e a natureza criam juntos?".

Sua intenção (e da CI, que está completando 35 anos) é incentivar você, eu e todos os brasieiros a produzir um vídeo para responder a este chamado, aderindo ao movimento, que teve início em 31 de maio, no show de Gilberto Gil no Rio de Janeiro, e se estenderá até a COP30, com ações em múltiplas plataformas.
Gil e a militância em defesa do meio ambiente

O envolvimento de Gilberto Gil com causas ambientais é antigo e foi influenciado por tudo que viveu desde a infância.

Nascido em Salvador e criado na pequena cidade de Ituaçu, no sertão baiano, a paisagem da Caatinga e seu cancioneiro - cordel, as artes armoriais e outros ritmos - moldaram seus sentidos e sua alma.

Quando foi eleito vereador de Salvador, em 1988, com 11.111 votos, direcionou sua agenda para a criação da Comissão de Defesa do Meio Ambiente, que aprovou e presidiu. E, na mesma época, se envolveu nos conselhos consultivos da Fundação Mata Virgem e da Fundação Alerta Brasil Pantanal.

No ano seguinte, ajudou a criar o Movimento OndAzul, que virou Fundação OndAzule, hoje, é o Instituto OndAzul. A iniciativa resultou do compromisso de Gil e dos políticos Alfredo Sirkis e Juca Ferreira, do Partido Verde, no Rio de Janeiro. Ele presidiu a fundação de 1990 a 2002.

Também se envolveu com a Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Socioambiental, atuações que renderam um convite para integrar o grupo de trabalho da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento - a Rio 92 -, que reuniu, no Rio de Janeiro, chefes de Estado para discutir as questões ambientais globais.

A militância de Gil sobre temas como alimentação, arte, cultura e política levou a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) a convidá-lo para ser seu embaixador. Gil aceitou - claro! - e se comprometeu a lutar contra a fome no mundo. Em Roma, durante cerimônia pelo Dia Mundial da Alimentação, em outubro de 2001, ele declarou à imprensa: "Despertar a consciência dos poderosos, trata-se de solidariedade".

Quando se tornou ministro da Cultura do governo Lula, em 2003, Gil equilibrou a difícil tarefa de administrador público e de músico, e adotou a Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural, da UNESCO, como base de sua gestão.

Desde então, tem levado o discurso da importância da preservação do meio ambiente a diversos públicos no país e no mundo, por meio de shows, programas de TV, entrevistas, palestras em universidades, seminários e conferências.

Também no Carnaval baiano: desde 2005, o Camarote Expresso 2222 adota o conceito delixo zero. E, claro, através de sua música. Os versos de Marmundo, canção do álbum Fé na Festa, lançado em 2010, refletem de modo poético o engajamento de Gil com o meio ambiente. Eis a letra:

"O mar do mundo sujou
Manda o mundo se limpar
O mar do mundo secou
Manda o mundo se molhar
O mar do mundo entornou
Manda o mundo se fechar
O mar do mundo acabou
Manda o mundo se acabar

O mar do mundo ficou
Um mar imundo demais
Se a barra mundo pesou
O mundo sabe o que faz".

Em 2021, Gil apoiou a campanha do Instituto Terra, criado em 1998 por Lélia e Sebastião Salgado, para plantar um milhão de árvores por ano (contamos aqui - neste link, estão publicados a letra e o clipe), e compôs o delicioso samba Refloresta, lançado em clipe que gravou com o filho Bem Gil e o trio Gilsons - formado por José, Francisco e João, respectivamente filho e netos de Gil.

No mesmo ano, regravou a música Tenho Sede - escrita por Dominguinhos e Anastácia em 1976, foi gravada por Gil em 1977 para o álbum Refazenda - em apoio à campanha para a construção de um milhão de cisternas, desenvolvida pela Articulação do Semiárido (ASA), como contamos aqui.

A seguir, assista aos dois vídeos da campanha da Conservação Internacional (CI) com Gilberto Gil:

Com informações da CI e do Google Arts And Cculture

https://conexaoplaneta.com.br/blog/conservar-e-nossa-arte-gilberto-gil-se-une-a-conservacao-internacional-para-lancar-manifesto-pela-natureza/
 

The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source