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Clima e a destruição da Amazônia: o "espaço de desinformação" do presidente Lula será penetrado?

13/05/2025

Autor: Philip Martin Fearnside

Fonte: Amazonia Real - https://amazoniareal.com.br



O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva ("Lula") vive em um "espaço de desinformação", para usar o termo cunhado pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky para descrever o presidente americano Donald Trump. Lula está cercado por fontes constantes de desinformação sobre questões ambientais, como seu ministro dos Transportes [1], o ministro de Minas e Energia [2] e a presidente da Petrobras [3].

Quem pode dizer ao Presidente Lula, sem meias palavras, que ele está conduzindo o Brasil por um caminho suicida rumo a um desastre climático? O Brasil seria devastado se um ponto de não retorno fosse ultrapassado e o aquecimento global escapasse do controle humano, o que está muito próximo de acontecer [4, 5]. O Presidente Lula aparentemente não tem ideia das consequências climáticas de sua promoção de projetos como a reconstrução da rodovia BR-319 (Manaus-Porto Velho) e suas estradas vicinais, que abririam vastas áreas da floresta amazônica ao desmatamento [5-7], seu plano de distribuição de terras governamentais "não destinadas" ("terras devolutas") da Amazônia aos desmatadores [8, 9] - uma parte do grande impulsionador do desmatamento que é eufemisticamente denominado "regularização", significando a legalização de reivindicações ilegais de terras [10, 11], ou o notório plano de extração de petróleo na foz do rio Amazonas que, além do seu risco de derramamentos incontroláveis, implica em extração durante décadas no futuro [12, 13].

Marina Silva, que luta heroicamente contra a destruição ambiental no seu papel ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, aparentemente tem pouca voz em questões mais amplas do que a competência estrita de seu ministério, especialmente fazer cumprir as regulamentações ambientais existentes, como aquelas que proíbem o desmatamento não autorizado. Ela, por exemplo, se recusou a tomar posição sobre política energética, alegando que a autoridade para isso cabe a outras partes do governo [14]. Na rodovia BR-319 e no plano de petróleo da foz do Amazonas, ela deixou claro que o papel de seu ministério se limita a decisões "técnicas" sobre se os protocolos de licenciamento foram seguidos; embora em ambos os casos o licenciamento cubra áreas geográficas maiores do que o licenciamento para a maioria dos projetos, as decisões não envolvem um julgamento sobre questões abrangentes, como as implicações desses projetos para as mudanças climáticas [15, 17].

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, deveria, pelo menos teoricamente, ter voz ativa nessas questões. Como representante da comunidade científica brasileira, ela tem certa responsabilidade de representar as conclusões dessa comunidade sobre as questões importantes que o Brasil enfrenta. Sou testemunha de que uma grande maioria da comunidade científica brasileira se opõe aos três projetos mencionados acima, além de vários outros projetos governamentais que implicam na destruição da Amazônia em nome do "desenvolvimento" (por exemplo, [17, 18]). Uma questão fundamental, portanto, é o que a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação está dizendo ao Presidente Lula.

Em comparação com os ministros que formam o "espaço de desinformação" do Presidente Lula, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação tem relativamente pouco acesso aos ouvidos do Presidente. No entanto, ela acaba de ter uma oportunidade de ouro: uma viagem a Moscou com Lula no avião presidencial. Enquanto a viagem da ministra a Moscou estava em andamento, tive a rara oportunidade de falar com seu substituto interino durante um evento cerimonial da Academia Brasileira de Ciências.

Quando perguntei o que a ministra diz ao Presidente Lula sobre os três projetos desastrosos mencionados acima, a resposta foi que essas são "questões complexas" e que a ministra está "muito preocupada" com o desenvolvimento sustentável, revelando em poucas palavras que a ministra não está dizendo ao Presidente Lula o que ele precisa saber. Infelizmente, os projetos governamentais em questão não podem ser transformados em "desenvolvimento sustentável" pela implantação de medidas de governança (por exemplo, [19-22]). A questão relevante é de "sim" ou "não", ou seja, se esses projetos devem seguir adiante ou não, e evitar respondê-la indica que não há sinal de que o "espaço de desinformação" do presidente Lula será penetrado.

https://amazoniareal.com.br/clima-e-a-destruicao-da-amazonia-o-espaco-de-desinformacao-do-presidente-lula-sera-penetrado/
 

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