From Indigenous Peoples in Brazil
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News
Comunidades ribeirinhas do Pará protestam por educação básica
15/05/2025
Autor: Fabyo Cruz
Fonte: Agencia Cenarium - https://agenciacenarium.com.br
BELÉM (PA) - Um grupo de pais, mães e estudantes de Boa União, comunidade da zona rural de Igarapé-Miri, cidade localizada a 143 quilômetros de Belém, realizou um protesto na manhã dessa quarta-feira, 14, na Câmara Municipal de Vereadores. O grupo denuncia o abandono da educação pública nas comunidades atendidas pelo Sistema Modular de Ensino (Some), responsável por garantir o ensino médio em áreas rurais e ribeirinhas do Estado.
Durante a sessão, a moradora Aurilene Girard, mãe de um estudante, fez um apelo emocionado no púlpito da Câmara: "Contamos com a sensibilidade e o comprometimento das autoridades para que tais demandas sejam atendidas com urgência. Nós, pais, somos a história da escola Álvaro Vargas. Estudamos lá. Hoje, nossos filhos estão lá, mas em condições precárias. Eles sonham em ser médicos, professores, enfermeiros. Não podemos permitir que esses sonhos morram".
"Se não lutarmos, nossas escolas vão desaparecer do interior. E nossos filhos, que têm o mesmo direito dos alunos da cidade, ficarão sem futuro", concluiu Aurilene Girard.
O Some foi criado para atender alunos do ensino médio em localidades afastadas dos centros urbanos. Em Igarapé-Miri, o programa atende dez localidades divididas em três circuitos, com equipes de professores que se deslocam até as comunidades em regime intensivo, de segunda a sexta-feira.
Mas pais, alunos e professores afirmam que o modelo está à beira do colapso. Entre os principais problemas estão a falta de professores, a precariedade da infraestrutura escolar, a ausência de livros didáticos, moradia inadequada para os docentes e a ausência da gestão escolar nas comunidades.
Conforme os relatos, a Escola Álvaro Vargas, na localidade Boa União, está sem professores de Geografia, Filosofia, Língua Portuguesa e outras disciplinas. "Deveriam ser 10 professores de Português, mas temos só três. Em Geografia, deveria haver três; há apenas um. Filosofia e sociologia estão sendo jogadas para um mesmo professor, com a mesma remuneração. Isso é desumano", disse um dos professores da região, sob anonimato, à CENARIUM.
Protesto sem resposta
Além das denúncias sobre a falta de estrutura e docentes, os pais também reclamam do descaso das autoridades locais. Eles afirmam que foram até a sede da coordenação do Some, em busca de respostas, mas não foram recebidos. "Largamos nossos trabalhos, nossas casas, fizemos despesa, e não encontramos a coordenadora. Dizem que é difícil encontrar ela aqui. Viemos lutar pelos nossos filhos", desabafou uma moradora durante o ato.
A situação se agrava com a possível extinção de circuitos do Some na região. Professores denunciam que, com a remoção de docentes com dois vínculos e sem reposição, localidades como Icatu e Boa União correm o risco de perder turmas e até serem eliminadas do programa.
"Estamos sobrecarregados. A Diretoria Regional de Ensino (DRE03) removeu 13 professores e não colocou ninguém no lugar. Quando falamos sobre os problemas estruturais da moradia dos educadores, a diretora da escola rural diz que temos que alugar casa com nosso dinheiro, mas a lei do Some é clara: a Seduc é responsável por moradia e estrutura", afirmou o professor.
Ele também relatou tentativas de intimidação por parte da gestão escolar: "Ela [a gestão] expõe os nossos nomes em grupos de WhatsApp e ameaça nos denunciar administrativamente", afirmou
Reivindicações
Os pais protocolaram um abaixo-assinado com as principais demandas da comunidade, que incluem:
Contratação urgente de professores de Geografia, Filosofia, Língua Portuguesa, Inglês e Educação Física;
Garantia do tempo de hora-atividade para planejamento pedagógico;
Envio de livros didáticos atualizados;
Reforma da infraestrutura escolar, incluindo carteiras, quadros e mesas;
Moradia digna para os professores nas comunidades;
Presença efetiva da direção escolar nas localidades atendidas pelo Some.
O que diz a Seduc
A CENARIUM solicitou um posicionamento da Seduc sobre a situação do Some em Igarapé-Miri e aguarda retorno. O espaço segue aberto para manifestações da pasta, da Diretoria Regional de Ensino (DRE03) e da direção da Escola Estadual Rural de Igarapé-Miri.
https://agenciacenarium.com.br/comunidades-ribeirinhas-do-para-protestam-por-educacao-basica/
Durante a sessão, a moradora Aurilene Girard, mãe de um estudante, fez um apelo emocionado no púlpito da Câmara: "Contamos com a sensibilidade e o comprometimento das autoridades para que tais demandas sejam atendidas com urgência. Nós, pais, somos a história da escola Álvaro Vargas. Estudamos lá. Hoje, nossos filhos estão lá, mas em condições precárias. Eles sonham em ser médicos, professores, enfermeiros. Não podemos permitir que esses sonhos morram".
"Se não lutarmos, nossas escolas vão desaparecer do interior. E nossos filhos, que têm o mesmo direito dos alunos da cidade, ficarão sem futuro", concluiu Aurilene Girard.
O Some foi criado para atender alunos do ensino médio em localidades afastadas dos centros urbanos. Em Igarapé-Miri, o programa atende dez localidades divididas em três circuitos, com equipes de professores que se deslocam até as comunidades em regime intensivo, de segunda a sexta-feira.
Mas pais, alunos e professores afirmam que o modelo está à beira do colapso. Entre os principais problemas estão a falta de professores, a precariedade da infraestrutura escolar, a ausência de livros didáticos, moradia inadequada para os docentes e a ausência da gestão escolar nas comunidades.
Conforme os relatos, a Escola Álvaro Vargas, na localidade Boa União, está sem professores de Geografia, Filosofia, Língua Portuguesa e outras disciplinas. "Deveriam ser 10 professores de Português, mas temos só três. Em Geografia, deveria haver três; há apenas um. Filosofia e sociologia estão sendo jogadas para um mesmo professor, com a mesma remuneração. Isso é desumano", disse um dos professores da região, sob anonimato, à CENARIUM.
Protesto sem resposta
Além das denúncias sobre a falta de estrutura e docentes, os pais também reclamam do descaso das autoridades locais. Eles afirmam que foram até a sede da coordenação do Some, em busca de respostas, mas não foram recebidos. "Largamos nossos trabalhos, nossas casas, fizemos despesa, e não encontramos a coordenadora. Dizem que é difícil encontrar ela aqui. Viemos lutar pelos nossos filhos", desabafou uma moradora durante o ato.
A situação se agrava com a possível extinção de circuitos do Some na região. Professores denunciam que, com a remoção de docentes com dois vínculos e sem reposição, localidades como Icatu e Boa União correm o risco de perder turmas e até serem eliminadas do programa.
"Estamos sobrecarregados. A Diretoria Regional de Ensino (DRE03) removeu 13 professores e não colocou ninguém no lugar. Quando falamos sobre os problemas estruturais da moradia dos educadores, a diretora da escola rural diz que temos que alugar casa com nosso dinheiro, mas a lei do Some é clara: a Seduc é responsável por moradia e estrutura", afirmou o professor.
Ele também relatou tentativas de intimidação por parte da gestão escolar: "Ela [a gestão] expõe os nossos nomes em grupos de WhatsApp e ameaça nos denunciar administrativamente", afirmou
Reivindicações
Os pais protocolaram um abaixo-assinado com as principais demandas da comunidade, que incluem:
Contratação urgente de professores de Geografia, Filosofia, Língua Portuguesa, Inglês e Educação Física;
Garantia do tempo de hora-atividade para planejamento pedagógico;
Envio de livros didáticos atualizados;
Reforma da infraestrutura escolar, incluindo carteiras, quadros e mesas;
Moradia digna para os professores nas comunidades;
Presença efetiva da direção escolar nas localidades atendidas pelo Some.
O que diz a Seduc
A CENARIUM solicitou um posicionamento da Seduc sobre a situação do Some em Igarapé-Miri e aguarda retorno. O espaço segue aberto para manifestações da pasta, da Diretoria Regional de Ensino (DRE03) e da direção da Escola Estadual Rural de Igarapé-Miri.
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