From Indigenous Peoples in Brazil
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News
Guardiões das florestas e do clima
02/12/2025
Fonte: O Globo - https://oglobo.globo.com/brasil/cop-30-amazonia/noticia/2025/12/02/guardioes-das-florestas
Guardiões das florestas e do clima
Importância dos territórios indígenas para preservação ambiental é reconhecida, mas etnias consideram aceno 'insuficiente'
Por Lucas Altino
02/12/2025
A COP da Amazônia cumpriu a expectativa de ter a maior participação indígena da história. Além dos estimados 5 mil indígenas em Belém, de acordo com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), foram de 400 a 900 os credenciados na Zona Azul, pavilhão principal da conferência. Após três COPs em países de regimes antidemocráticos, a edição brasileira foi marcada pelo retorno de mobilizações e atos públicos.
Articulados, os indígenas conseguiram que parte de seus pleitos fossem atendidos: quatro terras foram homologadas (o governo federal publicou a homologação de quatro novas terras e a declaração de outras dez), e o documento final reconheceu, de forma inédita, os direitos territoriais e a importância dos povos originários no combate às mudanças climáticas. Para entidades e lideranças, o saldo foi positivo, apesar de "insuficiente".
O texto do Mutirão Global reconheceu "os direitos dos povos indígenas, seus direitos territoriais e seu conhecimento tradicional" como parte dos direitos humanos e ambientais a serem respeitados nas ações climáticas.
O programa de trabalho criado para mitigação incluiu a importância dos territórios indígenas como salvaguarda das florestas, e o programa para transição justa menciona os Povos Indígenas em Isolamento e Recente Contato (PIIRC). Além disso, foi previsto o direito à consulta livre prévia e informada aos povos indígenas. E as novas metas de indicadores de adaptação citaram essa população como grupo com maior vulnerabilidade climática.
- Acho que tivemos avanço significativo, mencionaram mais vezes os povos indígenas, trouxeram os indígenas isolados, que até então nunca tinha visto em texto algum. Reconhecer os territórios como política de mitigação do clima é um avanço, mas nós precisamos que esses territórios sejam protegidos - afirma Dinamam Tuxá, coordenador-executivo da Apib.
Apesar das conquistas nos documentos finais, Tuxá lamenta a falta de participação efetiva de indígenas nas negociações. Ele lembra que a Apib, em uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apresentou as chamadas NDCs indígenas, formuladas pela Apib com propostas para a crise climática. NDCs são compromissos que os países signatários do Acordo de Paris assumem para cortar emissões de gases do efeito estufa.
O Fórum Internacional dos Povos Indígenas sobre Mudanças Climáticas, conhecido como Caucus Indígena, reconheceu "as boas intenções" do texto Mutirão Global, mas frisou que "usar referências simbólicas aos Povos Indígenas apenas nos parágrafos preambulares, em vez de incorporar nossas propostas no texto operativo, é inaceitável".
Parte das conquistas obtidas na COP é creditada a protestos, como o da etnia Munduruku, na porta da Zona Azul, que terminou com uma reunião com o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, e as ministras Sônia Guajajara (Povos Indígenas) e Marina Silva (Meio Ambiente).
- Com certeza essa COP foi fundamental para letrar o mundo para que a questão indígena esteja sempre relacionada a questões territoriais, de salvaguarda da terra - afirma Ciro Brito, especialista de políticas climáticas do Instituto Socioambiental (ISA).
https://oglobo.globo.com/brasil/cop-30-amazonia/noticia/2025/12/02/guardioes-das-florestas-e-do-clima.ghtml
Importância dos territórios indígenas para preservação ambiental é reconhecida, mas etnias consideram aceno 'insuficiente'
Por Lucas Altino
02/12/2025
A COP da Amazônia cumpriu a expectativa de ter a maior participação indígena da história. Além dos estimados 5 mil indígenas em Belém, de acordo com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), foram de 400 a 900 os credenciados na Zona Azul, pavilhão principal da conferência. Após três COPs em países de regimes antidemocráticos, a edição brasileira foi marcada pelo retorno de mobilizações e atos públicos.
Articulados, os indígenas conseguiram que parte de seus pleitos fossem atendidos: quatro terras foram homologadas (o governo federal publicou a homologação de quatro novas terras e a declaração de outras dez), e o documento final reconheceu, de forma inédita, os direitos territoriais e a importância dos povos originários no combate às mudanças climáticas. Para entidades e lideranças, o saldo foi positivo, apesar de "insuficiente".
O texto do Mutirão Global reconheceu "os direitos dos povos indígenas, seus direitos territoriais e seu conhecimento tradicional" como parte dos direitos humanos e ambientais a serem respeitados nas ações climáticas.
O programa de trabalho criado para mitigação incluiu a importância dos territórios indígenas como salvaguarda das florestas, e o programa para transição justa menciona os Povos Indígenas em Isolamento e Recente Contato (PIIRC). Além disso, foi previsto o direito à consulta livre prévia e informada aos povos indígenas. E as novas metas de indicadores de adaptação citaram essa população como grupo com maior vulnerabilidade climática.
- Acho que tivemos avanço significativo, mencionaram mais vezes os povos indígenas, trouxeram os indígenas isolados, que até então nunca tinha visto em texto algum. Reconhecer os territórios como política de mitigação do clima é um avanço, mas nós precisamos que esses territórios sejam protegidos - afirma Dinamam Tuxá, coordenador-executivo da Apib.
Apesar das conquistas nos documentos finais, Tuxá lamenta a falta de participação efetiva de indígenas nas negociações. Ele lembra que a Apib, em uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apresentou as chamadas NDCs indígenas, formuladas pela Apib com propostas para a crise climática. NDCs são compromissos que os países signatários do Acordo de Paris assumem para cortar emissões de gases do efeito estufa.
O Fórum Internacional dos Povos Indígenas sobre Mudanças Climáticas, conhecido como Caucus Indígena, reconheceu "as boas intenções" do texto Mutirão Global, mas frisou que "usar referências simbólicas aos Povos Indígenas apenas nos parágrafos preambulares, em vez de incorporar nossas propostas no texto operativo, é inaceitável".
Parte das conquistas obtidas na COP é creditada a protestos, como o da etnia Munduruku, na porta da Zona Azul, que terminou com uma reunião com o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, e as ministras Sônia Guajajara (Povos Indígenas) e Marina Silva (Meio Ambiente).
- Com certeza essa COP foi fundamental para letrar o mundo para que a questão indígena esteja sempre relacionada a questões territoriais, de salvaguarda da terra - afirma Ciro Brito, especialista de políticas climáticas do Instituto Socioambiental (ISA).
https://oglobo.globo.com/brasil/cop-30-amazonia/noticia/2025/12/02/guardioes-das-florestas-e-do-clima.ghtml
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