From Indigenous Peoples in Brazil
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News
Caixa leiloa R$ 716 mil em diamantes
03/02/2005
Fonte: FSP, Brasil, p.A7
Jóias foram alvo de confronto com garimpeiros que provocou 29 mortes
Caixa leiloa R$ 716 mil em diamantes
Da sucursal do Rio
Dez meses depois do conflito entre índios cinta-larga e garimpeiros em Rondônia, que resultou em 29 mortes, o governo leiloou ontem, na cidade do Rio de Janeiro, 727 diamantes pertencentes à etnia.
A disputa pela exploração da jazida na terra indígena Roosevelt foi a causa do confronto.
O total arrecadado no Teatro Nelson Rodrigues, no centro do Rio, chegou a R$ 716,9 mil. De acordo com a Caixa Econômica Federal, responsável pela organização do leilão, houve ágio de 218,2% em relação à soma de todos os lances mínimos. Foram vendidos 57 lotes, em um total de 665 quilates.
O dinheiro será revertido para os cinta-larga. A Caixa informou que deve divulgar o total líquido do resultado, descontados custos operacionais, tributos e adiantamentos aos índios, na próxima semana.
"O episódio [do confronto] foi muito traumático para os índios, e o leilão foi uma forma de eles entrarem na legalidade e se reconciliarem com a sociedade", disse o presidente em exercício da Funai (Fundação Nacional do Índio), Roberto Lustosa. Não havia nenhum representante dos cinta-larga para acompanhar o leilão.
Não existe no país regulamentação sobre a extração de minerais em áreas indígenas e é ilegal o garimpo ou a extração de pedras nas reservas.
A venda das pedras que estavam em poder dos cinta-larga foi autorizada por meio de medida provisória editada pelo governo federal.
Após a MP, a Caixa montou postos para receber os diamantes em Rondônia durante 15 dias. Na entrega, cada índio recebeu um comprovante e pôde abrir uma conta em que seria depositado o valor arrecadado. Segundo o presidente da Funai, o dinheiro arrecadado será utilizado para a realização de melhorias na reserva -como estradas internas- e atividades que servirão de alternativa à exploração de diamantes.
Os compradores dos lotes -só um grupo foi responsável por mais de 70% do total- não quiseram dar declarações.
Os conflitos entre cinta-larga e garimpeiros começou a ser desenhado no fim dos anos 90, com a descoberta de novas minas de diamantes em Roosevelt. Em 7 de abril passado, 29 garimpeiros foram mortos pelos índios após terem invadido a reserva. Em novembro, quando a Polícia Federal de Vilhena (RO) encerrou as investigações sobre as mortes, dez índios foram indiciados. (MARCELO SAKATE)
FSP, 03/02/2005, p. A7
Caixa leiloa R$ 716 mil em diamantes
Da sucursal do Rio
Dez meses depois do conflito entre índios cinta-larga e garimpeiros em Rondônia, que resultou em 29 mortes, o governo leiloou ontem, na cidade do Rio de Janeiro, 727 diamantes pertencentes à etnia.
A disputa pela exploração da jazida na terra indígena Roosevelt foi a causa do confronto.
O total arrecadado no Teatro Nelson Rodrigues, no centro do Rio, chegou a R$ 716,9 mil. De acordo com a Caixa Econômica Federal, responsável pela organização do leilão, houve ágio de 218,2% em relação à soma de todos os lances mínimos. Foram vendidos 57 lotes, em um total de 665 quilates.
O dinheiro será revertido para os cinta-larga. A Caixa informou que deve divulgar o total líquido do resultado, descontados custos operacionais, tributos e adiantamentos aos índios, na próxima semana.
"O episódio [do confronto] foi muito traumático para os índios, e o leilão foi uma forma de eles entrarem na legalidade e se reconciliarem com a sociedade", disse o presidente em exercício da Funai (Fundação Nacional do Índio), Roberto Lustosa. Não havia nenhum representante dos cinta-larga para acompanhar o leilão.
Não existe no país regulamentação sobre a extração de minerais em áreas indígenas e é ilegal o garimpo ou a extração de pedras nas reservas.
A venda das pedras que estavam em poder dos cinta-larga foi autorizada por meio de medida provisória editada pelo governo federal.
Após a MP, a Caixa montou postos para receber os diamantes em Rondônia durante 15 dias. Na entrega, cada índio recebeu um comprovante e pôde abrir uma conta em que seria depositado o valor arrecadado. Segundo o presidente da Funai, o dinheiro arrecadado será utilizado para a realização de melhorias na reserva -como estradas internas- e atividades que servirão de alternativa à exploração de diamantes.
Os compradores dos lotes -só um grupo foi responsável por mais de 70% do total- não quiseram dar declarações.
Os conflitos entre cinta-larga e garimpeiros começou a ser desenhado no fim dos anos 90, com a descoberta de novas minas de diamantes em Roosevelt. Em 7 de abril passado, 29 garimpeiros foram mortos pelos índios após terem invadido a reserva. Em novembro, quando a Polícia Federal de Vilhena (RO) encerrou as investigações sobre as mortes, dez índios foram indiciados. (MARCELO SAKATE)
FSP, 03/02/2005, p. A7
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