From Indigenous Peoples in Brazil
News
Confronto também no Centro-Oeste
07/01/2004
Fonte: O Globo, O País, p. 3
Confronto também no Centro-Oeste
Paulo Yafusso
Especial para O Globo
É tenso o clima nos municípios de Iguatemi e Japorã, em Mato Grosso do Sul, quase na fronteira do Brasil com o Paraguai. Armados com arcos, flechas e tacapes e com o rosto pintado com motivos de guerra, cerca de três mil índios guarani-caiová já invadiram pelo menos cinco fazendas da região desde o dia 22. A última invasão ocorreu ontem, quando 80 índios ocuparam a Fazenda Chaparral. "Eles estavam bêbados e chegaram empurrando meus funcionários", acusou o fazendeiro Luís Carlos Tórmena, que mora há 20 anos na fazenda, cujo título foi fornecido pelo Incra.
O administrador da Funai em Amambaí, William Rodrigues, pediu rapidez para negociar uma solução para o conflito entre os índios e os fazendeiros. "O clima é bastante tenso. Os fazendeiros estão apavorados, temendo represálias", afirmou o administrador da Funai.
Há um ano, cacique que comandou invasão foi morto
Há exatamente um ano, o cacique Marcos Veron, que comandou invasão a uma propriedade no município de Juti, foi morto com pancadas na cabeça. Pelo menos sete acusados foram presos. Agora, os índios dizem que seu objetivo é anexar à Aldeia Porto Lindo todas as áreas que estão ocupando. Se isso acontecer, a área reservada aos guarani-caiovás passará dos atuais 1.600 hectares para 9.400 hectares.
Segundo o Movimento Nacional dos Produtores em Mato Grosso do Sul, as cinco propriedades controladas hoje pelos guarani-caiovás são a São Jorge, São José, Brasil 2, Paloma e Chaparral. Até agora, não houve confronto armado entre índios e fazendeiros, mas o próprio Incra teme que a situação possa chegar a um ponto explosivo.
Desembarca hoje na região de Japorã o indigenista e antropólogo Cláudio Romero. Ele é funcionário de carreira da Funai em Brasília e sempre é chamado para negociar a saída dos índios das áreas de conflito. Em outra tentativa para evitar um possível confronto, o juiz federal Odilon de Oliveira participará amanhã à tarde, em Dourados, a 220 quilômetros de Campo Grande, de uma audiência pública que pretende reunir os comandantes das invasões e os fazendeiros.
O Globo, 07/01/2004, O País, p. 3.
Paulo Yafusso
Especial para O Globo
É tenso o clima nos municípios de Iguatemi e Japorã, em Mato Grosso do Sul, quase na fronteira do Brasil com o Paraguai. Armados com arcos, flechas e tacapes e com o rosto pintado com motivos de guerra, cerca de três mil índios guarani-caiová já invadiram pelo menos cinco fazendas da região desde o dia 22. A última invasão ocorreu ontem, quando 80 índios ocuparam a Fazenda Chaparral. "Eles estavam bêbados e chegaram empurrando meus funcionários", acusou o fazendeiro Luís Carlos Tórmena, que mora há 20 anos na fazenda, cujo título foi fornecido pelo Incra.
O administrador da Funai em Amambaí, William Rodrigues, pediu rapidez para negociar uma solução para o conflito entre os índios e os fazendeiros. "O clima é bastante tenso. Os fazendeiros estão apavorados, temendo represálias", afirmou o administrador da Funai.
Há um ano, cacique que comandou invasão foi morto
Há exatamente um ano, o cacique Marcos Veron, que comandou invasão a uma propriedade no município de Juti, foi morto com pancadas na cabeça. Pelo menos sete acusados foram presos. Agora, os índios dizem que seu objetivo é anexar à Aldeia Porto Lindo todas as áreas que estão ocupando. Se isso acontecer, a área reservada aos guarani-caiovás passará dos atuais 1.600 hectares para 9.400 hectares.
Segundo o Movimento Nacional dos Produtores em Mato Grosso do Sul, as cinco propriedades controladas hoje pelos guarani-caiovás são a São Jorge, São José, Brasil 2, Paloma e Chaparral. Até agora, não houve confronto armado entre índios e fazendeiros, mas o próprio Incra teme que a situação possa chegar a um ponto explosivo.
Desembarca hoje na região de Japorã o indigenista e antropólogo Cláudio Romero. Ele é funcionário de carreira da Funai em Brasília e sempre é chamado para negociar a saída dos índios das áreas de conflito. Em outra tentativa para evitar um possível confronto, o juiz federal Odilon de Oliveira participará amanhã à tarde, em Dourados, a 220 quilômetros de Campo Grande, de uma audiência pública que pretende reunir os comandantes das invasões e os fazendeiros.
O Globo, 07/01/2004, O País, p. 3.
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