From Indigenous Peoples in Brazil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

News

Índios fecham escritório da Funai em Guarapuava

14/08/2001

Autor: Marisa Kaminski

Fonte: Gazeta do Povo



Caciques querem a saída do administrador regional e do presidente do órgão

Mais de 100 índios de várias reservas do Centro-Sul e Sudoeste do estado se concentraram, ontem, em frente ao prédio da Funai em Guarapuava. De um lado, cerca de 40 índios caingangues e guaranis, da reserva de Marreca, no município de Turvo, que queriam que administrador do escritório, Vladinei Tadeu da Silva, e mais quatro funcionários do órgão regional, além o presidente da Funai em Brasília, Glênio Alvarez da Costa, deixassem o cargo. De outro, índios que tentavam dissipar o movimento: esses queriam esperar a visita do presidente da Funai para tomar uma posição. A negociação avançou pela noite.

Os caciques das tribos caingangue e guarani afirmam que a reserva está desamparada há cerca de cinco anos, e falta principalmente assessoramento na parte agrícola. Estamos comendo graças ao artesanato, falou o cacique Reinaldo Mendes, dos caingangues. Os manifestantes começaram a chegar por volta das 5h. Com receio dos índios, armados com pedaços de madeira, mas que afirmavam que o protesto seria pacífico, nenhum funcionário apareceu para trabalhar. O administrador não foi encontrado. Em sua casa, a empregada disse que ele estaria em Curitiba. Os índios querem que o administrador seja substituído pelo chefe conhecido como Isaltino, do posto de Mangueirinha (Sudoeste do Estado) que não é índio, mas que na opinião deles, está mais ligado aos interesses dos indígenas. A administração local não manda um agrônomo para nos dar assistência. Não temos insumos e calcário. Não produzimos nada este ano, disse o cacique Augustinho Martins, dos índios guarani.

A reserva de Marreca possui uma área de mais de 16 mil hectares, onde vivem cerca de 450 índios. A área produzida, segundo Martins, é de aproximadamente 84 hectares, onde se planta basicamente milho, feijão e arroz. A área de educação e saúde só está sendo atendida porque a escola é do município e o atendimento médico é feito através da Fundação Nacional de Saúde, a Funasa, disse a índia Ângela Bandeira.

Edívio Battistelli, assessor especial para Assuntos Indígenas, do governo do Estado, disse que o escritório regional foi criado para descentralizar e se aproximar dos povos e que a entressafra é um período mais difícil para os índios de todo país. Porém, sobre o descontentamento em relação à administração, preferiu não se manifestar, dizendo que esse problema era de competência da presidência. A assessoria da presidência em Brasília foi procurada diversas vezes, mas não e retornou as ligações.
 

The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source