From Indigenous Peoples in Brazil
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News
Desnutricao mata 17a crianca india em Dourados
04/04/2005
Fonte: OESP, Nacional, p.A7
Desnutrição mata 17.ª criança índia em Dourados
João Naves de Oliveira
O menino Artur Marques Vera, de um ano, é a 17.ª criança indígena da etnia guarani-caiová que morre este ano por desnutrição em Mato Grosso do Sul, na região de Dourados, onde vivem cerca de 50 mil índios. A criança, que morreu no sábado de parada cardiorrespiratória, estava internada havia 12 dias na Santa Casa de Campo Grande. Segundo o diretor do hospital, o pediatra Rubens Trombini, o menino chegou ao hospital com a saúde seriamente comprometida, conseqüência de desnutrição, a exemplo do quadro clínico de outras cinco internadas desde o início de março deste ano, das quais quatro já morreram.
Antes de serem transferidas para Campo Grande, a maioria das crianças indígenas doentes passa pelos hospitais de Dourados, principalmente no chamado Centrinho, criado pela Missão Caiovás para atender a comunidade indígena. Sem os recursos necessários para tratar os doentes, a saída tem sido buscar socorro na capital do Estado, o que não está alcançando os resultados esperados pelos pais das vítimas.
Desde janeiro, quando a série de mortes de crianças guarani-caiovás começou a ser registrada, não houve uma explicação por parte de médicos, sociólogos, assistentes sociais, antropólogos e outros profissionais ligados direta ou indiretamente à questão indígena em Mato Grosso do Sul. As vítimas aparentemente morrem de fome, mais os pais não apresentam sintomas de subnutrição.
Para o historiador do Núcleo de Pesquisa Indígena da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) Antônio Brand, um dos maiores estudiosos da cultura guarani-caiová, as ações emergenciais como as desenvolvidas pelo governo federal na região da Grande Dourados ajudam, mas estão longe de pôr um fim ao problema. Ele explicou que essa nação indígena não tem disciplina alimentar. "Eles não têm hora para tomar café, almoçar ou jantar. Comem quando querem ou possuem o alimento à disposição."
O historiador lembra que a criança indígena recebe leite materno por mais tempo, ou seja, para muitas mães a alimentação principal oferecida ao filho é só o leite materno. "Apesar de ser rico em proteína, a partir dos 10 meses, quando nascem os dentes, o indicado seria acrescentar frutas à alimentação, o que não têm ocorrido." Segundo Brand, na reserva indígena de Dourados, existem 3.500 hectares para mais de 10 mil índios.
OESP, 04/04/2005, p. A7
João Naves de Oliveira
O menino Artur Marques Vera, de um ano, é a 17.ª criança indígena da etnia guarani-caiová que morre este ano por desnutrição em Mato Grosso do Sul, na região de Dourados, onde vivem cerca de 50 mil índios. A criança, que morreu no sábado de parada cardiorrespiratória, estava internada havia 12 dias na Santa Casa de Campo Grande. Segundo o diretor do hospital, o pediatra Rubens Trombini, o menino chegou ao hospital com a saúde seriamente comprometida, conseqüência de desnutrição, a exemplo do quadro clínico de outras cinco internadas desde o início de março deste ano, das quais quatro já morreram.
Antes de serem transferidas para Campo Grande, a maioria das crianças indígenas doentes passa pelos hospitais de Dourados, principalmente no chamado Centrinho, criado pela Missão Caiovás para atender a comunidade indígena. Sem os recursos necessários para tratar os doentes, a saída tem sido buscar socorro na capital do Estado, o que não está alcançando os resultados esperados pelos pais das vítimas.
Desde janeiro, quando a série de mortes de crianças guarani-caiovás começou a ser registrada, não houve uma explicação por parte de médicos, sociólogos, assistentes sociais, antropólogos e outros profissionais ligados direta ou indiretamente à questão indígena em Mato Grosso do Sul. As vítimas aparentemente morrem de fome, mais os pais não apresentam sintomas de subnutrição.
Para o historiador do Núcleo de Pesquisa Indígena da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) Antônio Brand, um dos maiores estudiosos da cultura guarani-caiová, as ações emergenciais como as desenvolvidas pelo governo federal na região da Grande Dourados ajudam, mas estão longe de pôr um fim ao problema. Ele explicou que essa nação indígena não tem disciplina alimentar. "Eles não têm hora para tomar café, almoçar ou jantar. Comem quando querem ou possuem o alimento à disposição."
O historiador lembra que a criança indígena recebe leite materno por mais tempo, ou seja, para muitas mães a alimentação principal oferecida ao filho é só o leite materno. "Apesar de ser rico em proteína, a partir dos 10 meses, quando nascem os dentes, o indicado seria acrescentar frutas à alimentação, o que não têm ocorrido." Segundo Brand, na reserva indígena de Dourados, existem 3.500 hectares para mais de 10 mil índios.
OESP, 04/04/2005, p. A7
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