From Indigenous Peoples in Brazil
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News

Governo começa a vacinar índios

03/04/2005

Fonte: JB, País, p.A6



Governo começa a vacinar índios

KARLA CORREIA

BRASÍLIA - A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) lança, amanhã, em Altamira (PA) a terceira edição de uma campanha de vacinação de índios, cujo principal foco é o atendimento a crianças e mulheres em idade fértil. A meta é vacinar 14.200 índios em 12 estados, até o fim de abril, contra poliomelite, difteria, tétano, coqueluche, meningite, sarampo, rubéola, varicela, pneumonia, hepatite B, gripe, tuberculose e febre amarela.

É um esforço pequeno, considerada a população de 740 mil índios habitantes de aldeias no país, estimada pelo censo de 2000 do IBGE, mas dá a exata dimensão do tamanho do problema enfrentado pelo governo quando o assunto é a atenção à população indígena. Existe um vácuo na política social do governo sobre o tema, delimitado pela ineficácia das iniciativas de desenvolvimento das comunidades e pela vagareza na demarcação das terras. 0 assunto voltou a ocupar espaço no noticiário por conta das mortes por desnutrição de caiovás em Dourados (MS) e de Xavante em Campinópolis (MT), e reverberou no Congresso.

No Senado, o tema ocupa a pauta da Comissão de Assuntos Humanos. Na Câmara, uma comissão externa investiga as mortes das crianças da tribo Guarani-Caiová, uma comunidade de 11 mil índios que vive há 50 anos desalojados de
suas terras. A única fonte de renda é a ajuda financeira do governo.

A falta de qualificação dos profissionais de saúde nos hospitais que atenderam as crianças vítimas da desnutrição foi uma das causas apontadas pelas autoridades da Funasa e da Funai ouvidas no Parlamento. Em audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos na última quinta-feira, o presidente do Instituto Americano das Culturas Indígenas do Brasil, Davi de Oliveira Terena, culpou a Funai e a Funasa pelas mortes de crianças caiovás. Segundo ele, a Funai abandonou o cuidado com a saúde de povos indígenas nas mãos da Funasa que, desaparelhada e despreparada, agravou os problemas de desnutrição.

0 coordenador da Comissão de Saúde Indígena da Funasa, Alexandre Padilha, afirmou em audiência pública realizada na Câmara que a mortalidade por desnutrição vem caindo no Mato Grosso do Sul desde que o governo implantou um centro de recuperação nutricional para os índios na região, no início do ano. Não soube, entretanto, explicar porque as iniciativas governamentais não foram capazes de evitar as mortes das 15 crianças caiovás.

- Ou está todo mundo nas aldeias recusando o trabalho que o governo está fazendo ou esse trabalho não está atendendo à realidade. Eu fico com a segunda opção - rebateu a relatora da comissão, deputada Perpétua Almeida (PC do B-AC).

Mas é na escassez de terras e no despreparo do governo para criar soluções para a questão indígena que reside a
base do problema, segundo relatório latório divulgado semana passada pela Anistia Internacional. 0 documento não poupou o governo Lula de críticas quanto às políticas voltadas para os indígenas.
 

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